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Quilombo dos Palmares 14 Feb 2017 9:59 AM (8 years ago)

Quilombo dos Palmares

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombo_dos_Palmares

Quilombo dos Palmares

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Quilombo dos Palmares foi um quilombo da era colonial brasileira. Localizava-se na serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado brasileiro de Alagoas.
Conheceu o seu auge na segunda metade do século XVII, constituindo-se no mais emblemático dos quilombos formados no período colonial. Resistiu por mais de um século, o seu mito transformando-se em moderno símbolo da resistência do africano à escravatura.

Índice

 

História

Antecedentes

As primeiras referências a um quilombo na região remontam a 1580, formado por escravos fugitivos de engenhos das capitanias de Pernambuco e da Bahia.

O apogeu

À época das invasões holandesas do Brasil (1624-1625 e 1630-1654), com a perturbação causada nas rotinas dos engenhos de açúcar, registrou-se um crescimento da população em Palmares, que passou a formar diversos núcleos de povoamento (mocambos). Os principais foram:
  • Cerca Real do Macaco - o maior centro político do quilombo, contando com cerca de 1.500 habitações;
  • Subupira - centralizava as atividades militares, contando com cerca de 800 habitações;
  • Zumbi- era o líder do povo.Tornou-se símbolo da luta dos afro-brasileiros contra a opressão e a discriminação;
  • Dandara - esposa de Zumbi, liderava as falanges femininas do exército palmarino.
Embora não se possa precisar o número de habitantes nos Palmares, de vez que a população flutuava ao sabor das conjunturas, historiadores estimam que, em 1670, alcançou cerca de vinte mil pessoas. No principal mocambo, a Cerca Real do Macaco, calcula-se que viviam em terno de 6 mil pessoas, quase a população do Rio de Janeiro, estimada, em aproximadamente 1660, em 7 mil (incluindo indígenas e africanos)[1]
Essa população sobrevivia graças à caça, à pesca, à coleta de frutas (goiabacajuabacate e outras) e à agricultura (feijãomilhomandiocabananalaranja e cana-de-açúcar). Complementarmente, praticava o artesanato (cestastecidoscerâmicametalurgia). Os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, de tal forma que colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar alimentos por munição com os quilombolas.
Pouco se sabe, também, acerca da organização política do quilombo. Alguns supõem que se constituiu ali um verdadeiro Estado, nos moldes dos reinos africanos, sendo os diversos mocambos governados por oligarcas sob a chefia suprema de um líder.
Outros apontam para a possibilidade de uma descentralização do poder entre os diferentes grupos, pertencentes às diversas etnias que formavam os núcleos de quilombos, que delegavam esse poder a lideranças militares conforme o seu prestígio. As mais famosas lideranças foram Ganga Zumba e seu sobrinho, Zumbi. Apesar disso, alguma forma de trabalho compulsório também foi praticada dentro do quilombo.[nota 1]

A repressão

Zumbi dos Palmares foi decapitado e sua cabeça exposta até completa decomposição no Pátio do Carmo (foto), Recife.[2]
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste do Brasil, acentuou-se a carência de mão-de-obra para a retomada de produção dos engenhos de açúcar da região. Dado o elevado preço dos escravos africanos, os ataques a Palmares aumentaram, visando a recaptura de seus integrantes.
A prosperidade de Palmares, por outro lado, atraía atenção e receio, e o governo colonial sentiu-se obrigado a tomar providências para afirmar o seu poder sobre a região. Em carta à Coroa Portuguesa, um governador-geral reportou que os quilombos eram mais difíceis de vencer do que os neerlandeses.
Foram necessárias, entretanto, cerca de dezoito expedições, organizadas desde o período de dominação holandesa, para erradicar definitivamente o Quilombo dos Palmares.
No último quartel do século XVIIFernão Carrilho ofereceu a Ganga Zumba, um líder que implementou táticas de guerrilha na defesa do território, um tratado de paz (1677). Por seus termos, era oferecida a liberdade aos nascidos no quilombo, assim como terras inférteis na região de Cocaú. Grande parte dos quilombolas rejeitou os termos desse acordo, nitidamente desfavoráveis e, na disputa então surgida, Ganga Zumba foi envenenado, subindo ao poder o seu irmão, Ganga Zona, aliado dos portugueses. O acordo foi, desse modo, rompido, tendo os dissidentes se restabelecido em Palmares, sob a liderança de Zumbi.
No primeiro momento, Zumbi substituiu a estratégia de defesa passiva por um tipo de estratégia de guerrilha, com a prática de ataques de surpresa a engenhos, libertando escravos e apoderando-se de armas, munições e suprimentos, empregando-os em novos ataques.

A ação de Domingos Jorge Velho

Ver artigo principal: Guerra dos Palmares
Após várias investidas relativamente infrutíferas contra Palmares, o governador e capitão-general da Capitania de PernambucoCaetano de Melo e Castro, contratou o bandeirante Domingos Jorge Velho e o capitão-mor Bernardo Vieira de Melo para erradicar de vez a ameaça dos escravos fugitivos na região.
O quilombo passou a ser atacado pelas forças do bandeirante e, mesmo experientes na guerra de extermínio, tiveram grandes dificuldades em vencer as táticas dos quilombolas, mais elaboradas que a dos indígenas com quem haviam tido contato. Adicionalmente, tiveram problemas para contornar a inimizade surgida com os colonos da região, vítimas de saques dos bandeirantes em diversas ocasiões.
Em janeiro de 1694, após um ataque frustrado, as forças do bandeirante iniciaram uma empreitada vitoriosa, com um contingente de seis mil homens, bem armados e municiados, inclusive com artilharia. Um quilombola, Antônio Soares, foi capturado e, mediante a promessa de Domingos Jorge Velho de que seria libertado em troca da revelação do esconderijo do líder, Zumbi foi encurralado e morto em uma emboscada, a 20 de novembro de 1695.
A cabeça de Zumbi foi cortada e conduzida para Recife, onde foi exposta em praça pública no Pátio do Carmo, no alto de um mastro, para servir de exemplo a outros escravos.[2]
Sem a liderança militar de Zumbi, por volta do ano de 1710, o quilombo se desfez por completo.

Escravidão em Palmares

Busto de Zumbi dos Palmares, em Brasília
Apesar ser vista por alguns movimentos e setores da sociedade como representantes da resistência à escravidão, muitos quilombos contavam com a escravidão internamente. Esta prática levou vários teóricos a interpretarem a prática dos quilombos como um conservadorismo africano, que mantinha as diversas classes sociais existentes na África, incluindo reis, generais e escravos.[3]
Para alguns autores, no entanto, a escravidão nos quilombos em nada se assemelharia à escravidão dos brancos sobre os negros, sendo os escravos considerados como membros das casas dos senhores, aos quais deviam obediência e respeito,[4] semelhante à servidão entre brancos, comum na Europa na Alta Idade Média.[5] Para estes autores, a prática da escravidão teria dupla finalidade:[4]aculturar os escravos recém-libertos às práticas do quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a subsistência da comunidade, já que muitos dos escravos libertos achavam que não teriam mais que trabalhar, e diferenciar os ex-escravos que chegavam aos quilombos pelos próprios meios (escravos fugidos, que se arriscavam até encontrar um quilombo. Sendo, neste trajeto, perseguidos por animais selvagens e pelos antigos senhores, e ainda, correndo o risco de serem capturados por outros escravistas), daqueles trazidos por incursões de resgates (escravos libertados por quilombolas que iam às fazendas e vilas para libertar escravos).
Por outro lado, outros autores apontam a existência de uma escravidão até mesmo predatória por parte dos habitantes do quilombo dos Palmares, que realizavam incursões nos territórios vizinhos, de onde traziam à força indivíduos para trabalharem como escravos em suas plantações, desenvolvendo assim uma espécie de "escravismo dentro da própria 'república'."[6][7] Escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos também eram capturados e convertidos em cativos dos quilombolas.[8]

Filmografia

Ver também

Notas

  1. Ir para cima Dentro de uma visão historiográfica mais recente, o principal historiador a reinterpretar o que ocorreu nos quilombos brasileiros é o carioca Flávio dos Santos Gomes na obra Histórias de Quilombolas, onde afirma: "Ao contrário de muitos estudos dos anos 1960 e 1970, as investigações mais recentes procuraram se aproximar do diálogo com a literatura internacional sobre o tema, ressaltando reflexões sobre cultura, família e protesto escravo no Caribe e no sul dos Estados Unidos". Essa corrente, recorrendo a fontes primárias e baseando-se no modo de pensar da época, busca desfazer diversos mitos criados sobre Palmares no século XX, concluindo que ali existiu uma hierarquia estratificada, com servos e reis tão poderosos quanto os dos reinos na África; que Zumbi e outros chefes tinham os seus próprios escravos; que as cartas nas quais um padre daria detalhes acerca da infância de Zumbi provavelmente foram forjadas; e que, ao romper o acordo de Ganga-Zumba com os portugueses, o próprio Zumbi pode ter decretado o fim do quilombo. Ver Leandro Narloch. O Enigma de Zumbi. in: Revista Veja. Consultado em 15 Nov. 2008.

Referências

  1. Ir para cima (1) SCHWARCZ; (2) STARLING, (1) Lilia, (2) Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
  2. ↑ Ir para:a b «Afro-descendente recebe medalha». UOL.com.br. Consultado em 7 de março de 2015
  3. Ir para cima Libby, Douglas Cole e Furtado, Júnia Ferreira. Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. págs. 321-322. Annablume, 2006 - ISBN 8574196274, 9788574196275
  4. ↑ Ir para:a b Landmann, Jorge. Tróia Negra. Mandarim, 1998 - ISBN 8535400931, 9788535400939
  5. Ir para cima Cornwell, Bernard. O Último Reino. Record, 2006 - ISBN 8501073520, 9788501073525
  6. Ir para cima Risério, Antonio. A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros. [S.l.]: Editora 34 data = 2007. p. 406. ISBN 8573263857, 9788573263855
  7. Ir para cima Berger, Marc. O Quilombo - Forma de Resistência Histórica dos Escravos. [S.l.]: GRIN Verlag. p. 11. ISBN 3638943577, 9783638943574
  8. Ir para cima Martins, José de Souza, professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da Universidade de São PauloO Estado de S. Paulo, 19 de novembro de 2006. Citado em Mendonça, Armando. 'Vi Li Ouvi VI, p. 71. Thesaurus Editora, 2008. ISBN 8570627610, 9788570627612.

Bibliografia

  • CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo: Nacional, 1958.
  • FREITAS, Décio. Palmares. A guerra dos escravos. Porto Alegre: Movimento, 1973.
  • MATTOSO, Kátia de QueirósSer escravo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1982.
  • MOURA, Clóvis. Os quilombos e a rebelião negra. São Paulo: Brasiliense, 1981.
  • MOURA, Clóvis. Rebeliões da senzala. s.l.: Zumbi, 1959.
  • PERET, Benjamin. O quilombo dos Palmares, ensaios e comentários de M. Maestri e R. Ponge (org.), Porto Alegre: EdiUFRGS,2002.
  • REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos (org.) Liberdade por um fio. História dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

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Presença Indígena no Quilombo de Palmares 14 Feb 2017 9:52 AM (8 years ago)

Presença Indígena no Quilombo de Palmares





Palmeiras buritis, desenhadas em Quilombo, Mato Grosso, Adrien-Aimée Taunay, 1827.

Obrigado por compartilhar. Lembre-se de citar a fonte: http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/indios-apiaka-de-hercules-florence-um-olhar-sobre-a-cultura-indigena/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues




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Humanos no Brasil antes de Cabral segundo a historia oficial 14 Feb 2017 9:19 AM (8 years ago)

Humanos no Brasil antes de Cabral segundo a História Oficial

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_pr%C3%A9-cabralina_do_Brasil

História pré-cabralina do Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Parte de uma série sobre a
História do Brasil
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Era pré-cabralina[Expandir]
Reino Unido (1815–1822)[Expandir]
Império (1822–1889)[Expandir]
Era Vargas (1930–1945)[Expandir]
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Portal Brasil
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história pré-cabralina do Brasil é a etapa da história do Brasil anterior a chegada dos portugueses em 1500, protagonizado pelo navegador Pedro Álvares Cabral,[1] à época em que a região onde hoje é o território brasileiro era ocupada por milhares dos chamados povos indígenas brasileiros.
O termo pré-história do Brasil também era usado para se referir este período, mas foi abolido por vários motivos. Devido o termo "pré-história" modernamente ser combatido por alguns acadêmicos, pois parte de uma visão eurocêntrica de mundo, na qual os povos sem escrita seriam povos sem história (prefixo “pré” indica anterioridade, ou seja, período “anterior à história”). No contexto da história do Brasil, essa nomenclatura não aceitaria que os indígenas tivessem uma história própria.[1] Por essa razão, costuma-se hoje denominar esse período histórico como pré-cabralino.
A pré-história tradicional geralmente se divide nos períodos paleolíticomesolítico e neolítico. Porém, atualmente, essa periodização tem sido revista no mundo todo. No Brasil, alguns autores preferem trabalhar com as épocas geológicas do atual período quaternário: o pleistoceno e o holoceno.[2] Neste sentido, a periodização mais aceita se divide em: pleistoceno (caçadores e coletores com pelo menos 12 000 anos atrás) e holoceno, sendo que este último pode ser subdividido arcaico antigo (12 000 a 9 000 anos atrás), arcaico médio (9 000 a 4 500 anos atrás) e arcaico recente (de 4 000 anos atrás até a chegada dos europeus). Acredita-se que os primeiros povos começaram a habitar a região onde hoje se situa o território brasileiro há 60 mil anos. Recomenda-se o uso da abreviação a.p. (antes do presente) para referir-se aos anos de acontecimento de cada período.

Índice

  

Metodologia de estudo


Serra da Boa Vista, onde recentemente foram encontrados vestígios arqueológicos.

Megalitos no Parque Arqueológico do Solstício, no Amapá, erguidos entre 500 e 2000 anos atrás, provavelmente para a realização de observações astronômicas.

Pintura rupestre dos indígenas pré-cabralinos em Cachoeira Resplendor, Pará.
O Estudo da história brasileira antes de 1500 é feito, sobretudo, por meio da arqueologia, uma vez que os povos que ocuparam o território onde hoje se encontra o Brasil não possuíam, até onde sabemos, escrita.[3][2] Estudos linguísticos, etnológicos e históricos têm auxiliado as pesquisas arqueológicas na medida do possível. No entanto, poucos foram os autores que tentaram reconstruir essa história de forma panorâmica (e as tentativas dos arqueólogos de estabelecer uma visão geral da história Pré-Cabralina não se provaram satisfatórios).[2] Para complicar mais a situação, ainda falta muito a ser feito em vários níveis de pesquisa – registros de línguas e comparações, análise de materiais escavados, relações entre sítios diversos da antiguidade e outros do período colonial, etc.[2]
O primeiro estudioso a se indagar sobre o passado brasileiro foi o dinamarquês Peter Wilhelm Lund.[2] Este naturalista foi responsável pelo estudo de várias reminiscências de plantas antigas nas grutas da região de Lagoa Santa (Minas Gerais), onde se fixou, entre 1834 e 1880.[2][4] Em suas buscas, chegou a encontrar ossos humanos misturados a esses vestígios pré-históricos, um dos primeiros achados que contradizia a teoria da criação bíblica. Foi o primeiro a defender a antiguidade do homem americano, baseado em achados arqueológicos, mas não conseguiu convencer a comunidade científica de sua época.[2]

Sambaquis

Ver artigo principal: sambaquis
Os sambaquis, montes de conchas e outros resíduos acumulados por ação humana, foram vestígios arqueológicos responsáveis por suscitar considerável debate científico no século XIX.[4] O diretor do Museu Nacional – que junto do Museu Paulista representava o interesse oficial acerca dos fatos histórico-arqueológicos no Brasil –, Landislau Neto, enviou as primeiras expedições científicas para estas regiões. Após anos de pesquisas, essas missões alegaram que "montes de conchas" teriam formação antropogênica, isto é, origem humana. Hermann Von Ihering, contudo – o diretor do Museu Paulista – primeiramente se opôs a essa visão, dizendo que os restos de conchas teriam sido formados por fenômenos naturais e intertropicais.[2]

Para saber mais, clique sobre as palavras mais informaçoes em letras pequenas, abaixo.



Entre 1880 e 1900 ocorreram as primeiras escavações na Amazônia.[1][2] Descobertas extasiantes de cerâmicas marajoaras foram realizadas nesse período[1], e foram analisadas em 1882 pelo egiptólogo Paul l´Epine, que acreditava identificar na cerâmica indígena grafias egípcias e asiáticas. Emílio Goeldi também realizou, nesta época, pesquisas importantes no norte.[5] O austríaco J.A. Padberg-Drenkpohl, contratado após a Primeira Guerra Mundial pelo Museu Nacional, foi outra figura importante da história da arqueologia brasileira, que escavou, entre 1926 e 1929, em Lagoa Santa. Seu objetivo era encontrar vestígios em Lagoa Santa que comprovassem os achados clássicos de Lund. Drenpohl, contudo, não foi bem sucedido em sua empresa, tendo passado a criticar os defensores da antiguidade do homem de Lagoa Santa. Em 1934, pouco depois da última expedição de Drenkpohl, Angione Costa publicou o primeiro manual de arqueologia brasileira.[2]
Depois de 1950 a arqueologia oficial se contraiu, enquanto aumentou o número de amadores que passaram a realizar pesquisas no país. Um desses foi Guilherme Tiburtius, imigrante alemão em Curitiba, que teria realizado uma das buscas mais importantes de antiguidades indígenas pelo Brasil, coletando artefatos para sua coleção (recebida pelo Museu do Sambaqui de Joinville). Estudou o litoral catarinense e o planalto paranaense, tendo sido auxiliado pela Universidade Federal do Paraná em suas pesquisas. Harold V. Walter, cônsul inglês em Belo Horizonte, foi responsável por buscas no Estado de Minas Gerais, na região de Lagoa Santa. A despeito de ter empregado uma metodologia pouco válida para os dias atuais, contribuiu muito para a coleta de informações sobre a era pleistocênica. Ainda nessa época, foram realizados esforços substanciais no sentido de se preservar o patrimônio histórico brasileiro. Graças ao esforço de diversos intelectuais, o Instituto de Pré-História da USP (atualmente integrado ao MAE)[6] foi criado, enquanto, alguns anos mais tarde(1961), uma nova legislação sobre o patrimônio era promulgada.[2] Acompanhando esse avanço na questão de preservação da memória brasileira, havia sido realizadas escavações na foz do amazonas, por Clifford Evans e Betty J. Meggers entre 1949 e 1950, descobrindo importantes artefatos cerâmicos, e em São Paulo e no Paraná entre 1954 e 1956 por Joseph Emperaire e Annette Laming – onde foram feitas as primeiras datações carbono catorze.[2][7]
A história recente da arqueologia no Brasil inclui a criação da PRONAPA (Projeto Nacional de Pesquisas Arqueológicas)[8] com o auxílio do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)[9], que teria como objetivo realizar buscas para fornecer um panorama mais completo do passado histórico-cultural brasileiro. Enquanto isso, instituições como o Museu Nacional, o Museu Paulista e o instituto de Pré-História realizaram pesquisas isoladas, enquanto o Museu Emílio Goeldi se lançou num projeto chamado PRONAPABA (Projeto Nacional de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica). Vários estudos foram realizados desde então sobre os sambaquis, a pintura rupestre brasileira[1] e a indústria lítica antiga. Em 1980 foi criada a primeira Sociedade de Arqueologia Brasileira.[10][11] O ensino de arqueologia é hoje ministrado no Brasil, embora de forma limitada.[4]

Pleistoceno: (60 000 - 12 000 a.p.)

Ocupação do território


Inscrições paleolíticas no Costão do Santinho, em FlorianópolisSanta Catarina.
A ocupação do território americano é um tema que tem gerado controvérsias substanciais, sobretudo porque muitos arqueólogos ainda são reticentes em aceitar que o homem possa ter chegado à América por outras vias que não o estreito de Bering.[1] Segundo a teoria tradicional, também conhecido como Teoria de Clóvis, o homem “pré-histórico” teria migrado da região atual da Mongólia para o Alasca atravessando a Ponte Terrestre de Bering.[12] Não obstante, descobertas efetuadas em sítios arqueológicos brasileiros têm colocado em questão a validade desta teoria.[1] No Piauí, por exemplo, foi encontrado um fóssil de Ancylostoma duodenale com a data de 7750 anos A.P. De acordo com alguns arqueólogos, essa espécie não poderia ter sobrevivido à travessia na Beríngia, pois teria morrido com o frio. Assim, acreditam que a existência do fóssil indica a migração de povos oriundos de regiões quentes do globo. Achados em Minas Gerais e na Bahia foram datados entre 25000 a 12000 anos A.P.[1] No sítio arqueológico Alice Boer, em São Paulo, foram encontradas peças com idade de 14200 A.P.[13] Em São Raimundo Nonato, no Piauí, os arqueólogos defendem a idade de 50 000 anos para um abrigo ocupado pelo homem “pré-histórico”.[1] Ainda neste mesmo sítio, os arqueólogos conseguiram encontrar artefatos humanos que remontassem a mais de 48 mil anos A.P.[14]
As descobertas no Brasil polemizaram a visão tradicional da ocupação da América.[15] Os arqueólogos passaram a defender outras teorias sobre as grandes migrações, entre elas, a de que o homem teria chegado à América entre cerca de 150 mil e 100 mil anos atrás, vindo por correntes Malásio-Polinésias (oriundas do sudeste asiático) ou australianas (oriundas do pacífico sul), enquanto outros autores ainda pensam numa corrente migratória originada na África. Contribuem para a definição dessas teorias as similaridades entre os vestígios materiais encontrados na América com aqueles encontrados na Oceania. De qualquer forma, pode-se admitir hoje de forma geral que o Brasil foi ocupado há 60 mil anos atrás, no que diz respeito ao Piauí.[16] As correntes migratórias teriam atingido Minas Gerais há 30 mil anos e o Rio Grande do Sul, há 15 mil anos.[17]Todo o país estava ocupado há 12 mil anos.

Luzia


Reconstituição computadorizada de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas
Luzia é o nome do fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas.[18] Encontrado pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire na década de 1970 no sítio arqueológico de Lapa Vermelha, no município de Lagoa Santa (Minas Gerais), o fóssil dessa mulher pré-histórica contribui para reacender um antigo debate em torno das origens do homem americano.[18] De acordo com o paleoantropólogo Walter Neves, responsável por batizar o fóssil, a morfologia do crânio de Luzia a aproximaria dos atuais aborígenes da Austrália e nativos da África.
Neves aventou a hipótese de que, portanto, a ocupação da América foi mais antiga do que até então se imaginava, embora não recuando muito no tempo (cerca de 14 mil anos antes do presente), e que foi realizada por povos de regiões distintas, como a Oceania e a África.[19] Essa tese não foi muito bem recebida por alguns cientistas.[18] De acordo com a National Geographic, além de as raças não serem uma maneira científica de classificar seres humanos, as diferenciações entre os grupos humanos só surgiram após 9,5 mil anos.[20]

O povo de Luzia

Os estudos realizados na região habitada por Luzia e outros paleoíndios demonstram que eles desconheciam a cerâmica e que sua indústria lítica era relativamente simples.[21]Pesquisas recentes, contudo, afirmam que esses homens eram sedentários. Achados como enterros numerosos e uso de matérias-primas existentes apenas neste local reforçaram estas ideias. Uma análise das cáries nos dentes destes americanos demonstra que eles, embora não tivessem agricultura, se aproveitavam intensamente de recursos vegetais.[22]

Holoceno no Brasil (12 000 – 4000 a.p.)

Os arqueólogos denominam por fase um complexo cultural onde os elementos são intimamente associados. Por tradição, os arqueólogos entendem as práticas e técnicas padrão dos antigos para a confecção, por exemplo, da indústria lítica e da pintura rupestre. Uma subtradição é uma divisão dentro da tradição, normalmente porque houve uma diferenciação do padrão original em dois ou mais padrões novos.
No final do período pleistocênico a temperatura variou amplamente em fases de expansão e contração das geleiras. Acredita-se que as temperaturas eram mais frias no pleistoceno do que no holoceno, quando sofreram um aumento considerável. No começo do período arcaico médio, o nível do mar se encontrava 10 metros abaixo do atual. Muitas regiões do país, como o Piauí, por exemplo, eram muito mais úmidas do que o são hoje.[18]

Nordeste e centro-sul do Brasil


Modelo de sambaqui do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo
A idade paleolítica brasileira é normalmente situada entre 12 mil e 4-2 mil anos antes do presente, quando do surgimento e difusão da prática agricultora na região.[23] Antes disso, os homens viviam de caça, pesca e coleta, fato comprovado por achados arqueológicos e representações em pinturas pré-cabralinas. Nesta época, os arqueólogos constataram a existência de diferentes tipos de indústria lítica em diversas regiões do Brasil. No nordeste, vários sítios arqueológicos indicam o desenvolvimento da pedra lascada, contendo lesmas (artefato lítico em forma de lesma utilizado para raspar suportes de madeira), lascas, furadores e fogões para assar caça. A pintura rupestre era realizada nesses primeiros sítios.[18]
Na região nordeste, as técnicas de trabalho com o material lítico se tornam cada vez mais diversificadas e complexas com o passar do tempo. O número de fogões, por exemplo, aumenta conforme as datações se aproximam do ano 8 mil antes do presente. Fogueiras também são encontradas.[23][24]
As pinturas rupestres dessa região têm se revelado profundamente instigantes. Na Toca do baixão da Perna 1, por exemplo, (na área arqueológica de São Raimundo Nonato) foram encontradas pinturas rupestres que datam de 10500 anos atrás. No sítio do boqueirão da Pedra Furada, inúmeras pinturas rupestres em pigmento vermelho foram encontradas. Os autores identificam a tradição de pintura desta área como tradição nordeste.[25] Além da tradição nordeste, foram identificadas subtradições como a Várzea Grande (sudeste do Piauí) e a Seridó (Rio Grande do Norte). As figuras mais abundantes representam seres humanos, plantas e animais, mas também são encontrados grafismos puramente abstratos. Algumas paredes de caverna representam cenas de caça e celebrações rituais. De acordo com alguns arqueólogos, os temas de violência na pintura rupestre antiga estariam vinculados ao desenvolvimento técnico obtido nos anos subsequentes, responsável por promover estratégias de caça mais eficientes. A tradição nordeste se encerra há cerca de 5 mil.[26]
Na região central e nordeste, uma importante tradição cultural foi identificada pelos estudiosos: a tradição Itaparica (GoiásMinas GeraisPernambuco, Piauí). Essa tradição teria desenvolvido ferramentas líticas lascadas como lesmas, furadores e facas, mas poucas pontas de projéteis. Os povos dessas regiões teriam mudado sua forma de vida cerca de 6500 anos atrás, quando teriam passado a se alimentar de moluscos e frutos. No centro do país, uma tradição de pintura rupestre denominada Planalto teria se desenvolvido.
As datas mais antigas no Sul são atribuídas à tradição Ibicuí (entre 13 000 e 8500 anos), composta de artefatos simples, encontrados na Bacia do Uruguai.[1][2] A fase Uruguai, que sucede a primeira cronologicamente, data de 11 555 a 8640 anos A.P. e é composta por raspadores, facas bifaciais e pontas de projéteis.[27] Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul foram localizados artefatos (facas, raspadores, pontas de flecha foliáceas) de 8500 a 6500 anos atrás, estabelecidos como tradição Vinitu. A tradição Humaitá, mais recente (entre 6500 e 2000 anos atrás) se estende de São Paulo ao Rio Grande do Sul.[2][23] Os homens dessa tradição produziram raspadores, furadores e, inclusive, zoólitos (estátuas de pedra assumindo formas animais). Outra tradição identificada no sul foi chamada de Umbu; esta teria sido responsável pela confeccção de fogões e pontas de projéteis.[1][18][28]
Os principais sítios arqueológicos do litoral são os sambaquis, montes de conchas de moluscos (com os quais se alimentavam as populações antigas) formados por ação humana.[1][29][30][31] Normalmente são encontrados junto dos sambaquis esqueletos dos antigos americanos, peças líticas, restos de alimentos, etc. Grande parte dos sambaquis brasileiros se encontram cobertos pelo mar, devido às mudanças climáticas ocorridas durante o pleistoceno tardio e o holoceno. Os sambaquis existem em quase todo o litoral brasileiro. Na época de sua descoberta, no século XIX, foram comparados com estruturas semelhantes existentes na Escandinávia. Os sambaquis são associados à tradição Itaipu. Os povos que habitavam o litoral são normalmente definidos como pescadores semi-nômades.[1][32]

Arcaico recente do sul à região nordeste (4000 a.p. até 1500 d.C.)

O aparecimento de plantas cultivadas em Minas Gerais data de 4 mil anos atrás.[33] Em São Raimundo Nonato, a agricultura parece ter sido praticada desde há pelo menos 2090 anos. Embora a cerâmica amazônica seja mais antiga que a agricultura, o mesmo fenômeno não ocorre no resto do país, onde a cerâmica mais antiga data de 3 mil anos atrás (na área de São Raimundo Nonato). Arqueólogos brasileiros consideram que o surgimento da cerâmica nas regiões em questão está ligado ao sedentarismo e à agricultura, uma vez que a cerâmica é de difícil transporte e, normalmente, teve a função de armazenar víveres. A tradição Taquara-Itaré é talvez a mais estudada tradição de cerâmica do país.[1]

Período pré-cerâmico (Amazônia) (12000 - 3000 ap)


Alguns especialistas, como Eduardo Goes Neves, argumentam que paisagens da Floresta Amazônica (acima) teriam sido moldadas pela ação dos povos pré-cabralinos.[34]. Na imagem, geoglifos em terras desmatadas na floresta amazônica do Acre.
As datações mais antigas da região amazônica atribuem aos primeiros habitantes da região datas como 12500 a.C. É provável que o território já houvesse sido colonizado anteriormente, mas apenas o avanço da pesquisa na Amazônia poderá confirmar essa hipótese. Os arqueólogos identificam um desenvolvimento da técnica de lascar pedras, começando pelo lascamento por percussão e seguindo para o lascamento por pressão. As mudanças nas técnicas de lascamento são associadas a diferentes modalidades de caça, uma voltada para os animais de grande porte, e outra para os animais de pequeno porte. Nada, contudo, é certo sobre o estilo de caça dos antigos povos amazônicos. Os estudiosos acreditam que esses povos se alimentavam de moluscos (observação baseada na descoberta de sítios como os sambaquis), pequenos animais e frutos. Os sambaquis continuam sendo os principais sítios arqueológicos desse período na Amazônia.[35]

Agricultura amazônica

Novas pesquisas em Rondônia atribuem uma antiguidade muito maior à prática da agricultura na Amazônia. De acordo com o arqueólogo Eduardo Bespalez, a agricultura amazônica pode chegar a 8000 anos, uma data próxima dos primeiros registros de agricultura no mundo. Além disso, o sítio arqueológico de Garbin reforça a tese de Ana Roosevelt de que a cerâmica não esteve associada, nas suas origens, à agricultura. Os arqueólogos brasileiros encontraram apenas indústria lítica associada à terra preta (principal indício da prática de agricultura na região). As novas descobertas podem jogar luz sobre os mistérios que envolvem desde o significado de sociedades complexas na Amazônia até as origens da Floresta Amazônica, possivelmente antropogênica.[36] De acordo com o arqueólogo Marcos Pereira Magalhães, "A Cultura Neotropical Amazônica é o resultado de um acontecimento histórico regional de longa duração, derivada da Cultura Tropical desenvolvida por sociedades de caçadores-coletores integradas social, cultural e economicamente aos recursos da floresta tropical neotropical, com a qual interagiam objetiva e subjetivamente."[37]

Período cerâmico incipiente: 3000 - 1000 a.C.

Durante essa época os povos amazônicos adotaram um estilo de vida similar ao estilo de vida adotado por muitas tribos do território atualmente. Assim, os indígenas teriam vivido em estado de relativa fixação, realizando a horticultura de raízes. Esses grupos desenvolveram a primeira cerâmica elaborada da América, com temas geométricos e zoomórficos, pinturas em tinta branca e vermelha.[38] Os vasos assumiram formatos ovais e circulares. Os grupos de estilos cerâmicos mais conhecidos são chamados de Hachurado Zonado e Saldóide Barrancóide. O último é relacionado a incisões e pinturas em vermelho e branco, enquanto o primeiro à preferência pelo hachurado zonado.[1] Cerâmicas do estilo Saldóide, encontradas no baixo e médio Orenoco, parecem terem sido criadas entre 2800 a 800 a.C. Os estilos Hachurados Zonados de Tutoshcainyo e Ananatuba datam, respectivamente, de cerca de 2000-800 a.C. e 1500-500 a.C. Muitos estudiosos admitiram que essa cerâmica tenha sido influenciado pelos complexos culturais andinos, embora hoje já se admita que os indígenas da Amazônia tenham desenvolvido essa cerâmica elaborada na própria região baixa, tendo provavelmente influenciado os Andes posteriormente.[1]
Essas sociedades praticavam, além da horticultura, caça e pesca. O consumo de mariscos foi reduzido, e esses povos passaram a se instalar nas várzeas e margens dos rios. Assadeiras de cerâmica grossa foram identificadas nesses territórios, de forma que alguns arqueólogos aventam a hipótese da presença da mandioca. Sítios desses complexos culturais foram encontrados na bacia do Ucayali, na ilha de Marajó, no Orenoco e no Amazonas.[1]

Cacicados complexos da Amazônia: 1000 a.C. – 1500 d.C.


Cerâmica produzida por antigas sociedades complexas que viviam na região da Santarém, no ParáMuseu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
O aumento demográfico das populações amazônicas na época da Pré-História tardia, combinado a outros fatores, suscitou grandes transformações entre as sociedades indígenas da Amazônia.[39] Segundo arqueólogos, as sociedades que habitavam regiões da bacia amazônica passaram a se organizar de forma cada vez mais elaborada entre o ano 1000 a.C. e o ano 1000 d.C. .[1] Os arqueólogos definem estas sociedades como “cacicados complexos”.[40] Essas sociedades tornaram-se cada vez mais hierarquizadas (provavelmente contendo nobres, "plebeus" e servos cativos), constituíram chefias centralizadas na figura do cacique, e adotaram posturas belicosas e expansionistas. O cacique, além de dominar amplos territórios, organizava continuamente seus guerreiros visando conquistar novos territórios. A cerâmica dessas sociedades era altamente elaborada, demonstrando um domínio de técnicas complexas de produção. Havia urnas funerárias elaboradas (associadas ao culto dos chefes mortos), comércio e os indícios arqueológicos apontam uma densidade demográfica de escala urbana nessas civilizações.[41] Acredita-se que a monocultura era praticada, além da caça e da pesca intensivas, a produção intensiva de raízes e o armazenamento de alimentos.[42] Segundo a pesquisadora Anna Roosevelt, "O desenvolvimento da agricultura intensiva nos tempos pré-históricos parece ter estado correlacionado à rápida expansão das populações das sociedades complexas. Sugestivamente, os deslocamentos e o despovoamento do período histórico aparentemente fizeram com que estas economias retornassem aos padrões de cultivo menos intensivo de raízes e à captura de animais (...)."[43]
Crônicas do início do período colonial são hoje empregadas na reconstrução das antigas civilizações brasileiras. Muitos cronistas estrangeiros descreveram elementos indígenas do período dos cacicados complexos. A dissolução dessas organizações sociais normalmente é relacionada à conquista, que teria abalado sua estrutura demográfica.[44]

Cerâmica complexa da fase marajoara, na Ilha de Marajó. No caso, uma urna funerária.
A cerâmica produzida por estas civilizações é classificada em dois grupos principais: o Horizonte Policrômico e o Horizonte Inciso Ponteado. Entre os sítios arqueológicos que apresentaram vestígios agrupados sob o Horizonte Policrômico estão: os Marajoaras (foz do Amazonas) e o Guarita (Médio Amazonas), entre outros localizados fora da Amazônia brasileira. Entre os sítios arqueológicos associados ao Horizonte Inciso Ponteado encontram-se: Santarém (Baixo Amazonas) e Itacoatiara (Médio Amazonas). O primeiro horizonte é caracterizado pelas pinturas brancas, pretas e vermelhas, pelos temas geométricos e pelas incisões. O segundo horizonte é caracterizado pelas incisões profundas e pela técnica de ponteação. Acredita-se que o Horizonte Inciso Ponteado estivesse associado aos antepassados dos povos de língua Karib, enquanto o Horizonte Policrômico teria sido produzido pelos antepassados dos povos de língua Tupi.
Os grandes sítios amazônicos da época dos cacicados complexos parecem ter tido regiões especializadas para o enterro, o culto, o trabalho e a guerra. A ocupação pré-histórica tardia do território era sedentarizada. A entrada do milho e de outras sementes na região, assim como sua popularização entre os americanos, data do primeiro milênio antes de Cristo.[45]

Kuhikugu (1500 a.p. - 400 a.p.)

Ver artigo principal: Kuhikugu
Uma das civilizações amazônicas conhecidas por ter desenvolvido grandes cidades e vilas durante o período Pré-Colombiano foi a de Kuhikugu.[46] O sítio arqueológico de Kuhikugu, descoberto pelo arqueólogo Michael Heckenberger, se localiza dentro do Parque Nacional do Xingu (região do alto Xingu), e provou ter sido um grande complexo urbano que pode ter abrigado até 50 000 habitantes. Construído provavelmente pelos antepassados dos atuais povos Kuikuro, o sítio abriga construções complexas como estradas, fortificações e trincheiras para proteção. Como a descoberta é recente, estudos sobre as formas de vida dessas populações ainda são necessários, embora os estudiosos acreditem que esse povo cultivava a mandioca.[47] O desaparecimento dessa civilização, assim como de outras grandes civilizações amazônicas, é relacionado à entrada de doenças europeias no continente, responsáveis por dizimar as populações locais, por volta do ano 1500 de nossa era. As características naturais da Floresta Amazônica (mata densa etc.) explicariam porque os antigos europeus não travaram conhecimento com esta civilização brasileira.[48]

Monte de Teso dos Bichos (400 a.C. - 1300 d.C.

Ver artigo principal: Monte de Teso dos Bichos
O Monte de Teso dos Bichos, localizado na Ilha de Marajó, é o local onde floresceu uma das mais elaboradas civilizações da Amazônia pré-cabralina, ocupando 2,5 hectares. Com uma população estimada em 500 mil pessoas, os habitantes dessa civilização pertenciam a uma sociedade de tuxauas, senhores da foz do Amazonas. Havia divisão do trabalho entre homens e mulheres, uma dieta rica em proteína animal e vegetal e refrescos fermentados (como o aluá).[49]
Uma das características marcantes das sociedades complexas da Ilha de Marajó são os "tesos", aterros artificiais de grande porte construídos para a colocação de habitações, provavelmente visando evitar inundações. Os tesos marajoaras são considerados estruturas monumentais e, por esse motivo, são essenciais para a interpretação do passado marajoara.[50] Em outubro de 2009, um grupo de geólogos alegou que os "tesos" poderiam ser construções naturais, hipótese que invalidaria parcialmente as interpretações acerca da existência de sociedades complexas na Amazônia.[51] No entanto, arqueólogos de renome como André Prouss e Anna Curtenius Roosevelt, questionaram a competência da equipe de geológos e afirmaram que apenas arqueólogos possuem os instrumentos técnicos para verificar indícios de atividade humana.

Principais sítios arqueológicos

Alice Boer

O sítio Alice Boer se localiza em Ipeúna, município próximo a Rio Claro, em São Paulo. Foi escavado por iniciativa da arqueólogos Maria Beltrão a serviço do Museu Nacional a partir de 1964. Os primeiros brasileiros da região parecem ser muito antigos e produziram artefatos como pontas de projéteis, raspadores e lesmas. Uma amostra de carvão deste sítio forneceu a data de 14200 anos.[52][53]

Abismo da Ponta de Flecha

O sítio Ponta de Flecha foi escavado entre 1981 e 1982 por C. Barreto e E. Robrahn. Os achados do sítio – entre eles pontas de flecha e ossos – datam tanto da época pleistocênica quanto holocênica. Os ossos de animais encontrados foram marcados por instrumentos líticos humanos.[54]

Pedra Pintada

Ver artigo principal: Caverna da Pedra Pintada
A professora de antropologia da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, Anna Roosevelt (bisneta do presidente norte-americano Theodore Roosevelt) coordenou, em 1996, uma equipe que pesquisou a Caverna da Pedra Pintada, em Monte AlegrePará, na margem esquerda do Rio Amazonas, a poucos quilômetros do que é hoje Santarém.
Os brasileiros pré-históricos daquela região sustentaram-se com uma economia estável e produziram uma cultura e tecnologias bastante superiores às de seus primos da América do Norte. Os paleoíndios moraram em cavernas confortáveis e protegidas, tinham uma dieta mais saudável e produziram cerâmicas, pinturas rupestres e pontas de flechas. Eles eram caçadores de pequenos animais e coletores de frutas. No auge de sua civilização, chegaram a abrigar cerca de 300 000 indivíduos.
Foram encontradas pontas de lança e cacos de cerâmica datados de 6.000 a 10.000 anos. Os resultados concluíram que os paleoíndios (os primeiros habitantes das Américas) viveram na região amazônica de 11,2 a 10.000 anos atrás. São provas convincentes de que a ocupação humana na América se deu há mais de 20.000 anos.
Ainda assim, as descobertas de Roosevelt ainda não refutaram totalmente a hipótese da chegada dos primeiros habitantes da América pelo Estreito de Bering. O movimento migratório teria ocorrido em levas sucessivas. As populações amazônicas, cujos sinais encontrou na caverna da Pedra Pintada, provavelmente migraram para o sul sem ter tido contato com os caçadores de mamutes americanos.

Pedra Furada

Ver artigo principal: Parque Nacional da Serra da Capivara

Pinturas do sítio de Pedra Furada.
O sítio arqueológico de Pedra Furada, localizado em São Raimundo Nonato, no Parque Nacional da Serra da CapivaraPiauí, foi encontrado na década de 60. Ele vem sendo estudado, desde os anos 70, por Niède Guidon, uma arqueóloga franco-brasileira. Os achados (pedras lascadas e vestígios de fogueiras) datam de aproximadamente 11.000 anos. Segundo a equipe, não é impossível que os achados possam ter até 48.000 anos. A tese de Guidon vai bem mais longe - cerca de 100 mil anos - e pressupõe que o homem não teria chegado à América vindo da Ásia por terra (via estreito de Bering como se acredita até hoje) e sim, pelo mar, já se utilizando de embarcações. Contudo, as descobertas de São Raimundo Nonato permanecem controversas e ainda não refutam totalmente a Teoria Clóvis.
O sítio também abriga o Museu do Homem Americano. Painéis iluminados e auto explicativos contam a história da presença do homem na América com desenhos, mapas e textos. O espaço também guarda urnas funerárias em argila e réplicas de dois esqueletos humanos encontrados em cavernas da região. Um deles, uma índia de cerca de 30 anos de idade foi encontrado praticamente completo e data de 9,7 mil anos.
Também na região foram encontrados desenhos na Toca do Boqueirão, também em Pedra Furada, que parecem representar uma cena de ataque dos terríveis felinos que já habitaram o continente. As concepções dos atuais índios que habitam a região nordeste do país, a exemplo dos cariris, apesar de bastante modificadas, ainda podem se constituir num elemento útil para decifrar tais representações com uma estratégia conjetural. Uma interpretação sobre os desenhos da figura humana desses povos revela uma surpreendente complexidade que pode muito bem corresponder a um mapa das sensações corporais e/ou uma concepção de corpo e espírito. Os encantados são descritos pelos cariris, em geral, como homens descomunais, ferozes e implacáveis, de feição rude e olhos esbugalhados, verdadeiramente assustadores, segundo o antropólogo Nascimento, que estudou em sua tese para Mestrado na Universidade Federal da Bahia os rituais e identificação étnica dos índios do nordeste a partir das concepções de um grupo remanescente - os cariris de Mirandela, (Bahia) em 1994.ela foi fundida em raimundo nonato.

Lagoa Santa

Ver artigo principal: Lagoa Santa
No Brasil, além dos restos do Piauí, existe também um antiquíssimo conjunto achado na região de Lagoa Santa (Minas Gerais), possivelmente os representantes do antigo grupo lingüístico do país - Macro Jê -, cujos descendentes mais próximos hoje seriam os índios cariris e botocudos.[55][56][57]
Em 1974, na Lapa Vermelha IV durante a escavação da equipe de Annette Laming-Emperaire, foi descoberto um esqueleto humano datado em 11,5 mil anos Antes do Presente, o mais antigo da América, posteriormente apelidado de Luzia. Ela colocou ainda mais dúvidas sobre a Teoria Clóvis, já que é uma mulher com características bem distintas dos indígenas atuais (que são mais próximos do grupo epigenético mongolóide). Luzia foi investigada pelos bioantropólogos e arqueólogos Walter Alves NevesAndré Prous, Joseph F. Powell, Erik G. Ozolins e Max Blum.[58]

Período pré-cabralino Recente

Enquanto a maior parte da pesquisa sobre o Brasil mais antigo analisava principalmente os vestígios materiais deixados por esses povos, o Brasil pré-cabralino recente costuma ser estudado através das línguas nativas. Com efeito, o estudo sobre as línguas nativas permite compreender inúmeros aspectos das culturas pré-cabralinas, além de seus parentescos históricos e de suas migrações. Quando os cronistas europeus descreveram os antigos povos brasileiros, utilizaram sobretudo denominações linguísticas e, graças ao trabalho missionário de alguns jesuítas, temos hoje conhecimento das antigas línguas brasílicas (que deram origem às línguas indígenas modernas).

Gravura de Jean-Baptiste Debret retratando uma família camacã no início do período colonial.
Resta-nos, contudo, a tarefa de associar os achados antigos aos povos recentes, que conhecemos principalmente a partir de grupos linguísticos. Um estudo desse tipo não foi realizado no Brasil ainda. Apenas um grupo pré-cabralino recente foi associado suficientemente aos achados antigos: os grupos da família linguística Tupi-Guarani. Estes, na época da chegada dos europeus, dominavam o atual litoral brasileiro, conhecido por "Pindorama". Outra fonte importante para a reconstrução da história recente dos povos pré-cabralinos é a mitologia indígena. Sabe-se hoje ser possível estabelecer relações entre os elementos dos mitos e acontecimentos que consideramos "históricos". As fontes mitológicas tem sido empregadas para estudar movimentos migratórios,as relações estabelecidas entre os povos brasileiros e, por exemplo, o Império Inca, etc.
Quando os europeus passaram a ocupar a costa oriental da América do Sul, encontraram etnias vinculadas a quatro principais grupos linguísticos: os arauaque, os tupi-guaranis,os  e os karib.[59] Devemos tomar cuidado para não confundir grupo linguístico com grupos étnicos. Dentro de um mesmo grupo linguístico havia numerosas e diferentes unidades identitárias possuindo dialetos, práticas culturais e filosofias próprias. Nosso conhecimento dos povos indígenas por meio das crônicas europeias é limitado por diversas razões.
A primeira delas, é que a imagem europeia sobre os povos pré-cabralinos foi marcada por um processo de enquadramento da América em categorias europeias, de forma que as crônicas nos fornecem informações mais valiosas para o estudo dos próprios europeus modernos do que para o estudo dos nativos. A segunda delas, é que as crônicas foram escritas numa época de transformação, uma vez que a entrada dos europeus trouxe doenças e influências novas para o mundo indígena, modificando consideravelmente a antiga realidade em que viviam. Por fim, as crônicas acompanham o avanço da "fronteira" europeia na América, de forma que grande parte dos povos indígenas só chegaram a ser conhecidos pelos ocidentais no século XIX, após terem modificado muitos de seus costumes; é interessante notar que muitas tribos indígenas no Brasil continuam isoladas do mundo ocidental até hoje.

Tupi

Ficheiro:Idolo antropomorfo de Iguape (cropped).jpg
Ídolo de Iguape, encontrado pelo pesquisador Ricardo Krone em 1906. A descoberta ocorreu durante uma de suas pesquisas no sambaqui do Morro Grande, na Estação Ecológica da Juréia-Itatins. Sua idade, calculada pelo carbono 14, revelou que possuía mais de 2 500 anos.
Um dos grandes grupos linguísticos do Brasil, e que parece ter se expandido imensamente sobre o território brasileiro antes de 1500, é o grupo tupi. A principal família linguística dentro desse grupo maior é a tupi-guarani. Esses povos devem ter primeiramente habitado a região das cabeceiras dos rios Madeira,Tapajós e Xingu. A expansão tupi-guarani aconteceu há 3 mil e 2 mil anos, pouco depois de esse grupo ter se diferenciado de outros na região entre o Xingu e o Madeira, formando novos subgrupos linguísticos, como os cocamasomáguasguaiaquis e xirinós. Os povos de línguas cocama e omágua dirigiram-se ao rio amazonas, enquanto os guaiaquis chegaram ao Paraguai e os xirinós à BolíviaTapirapés e tenetearas deslocaram-se em direção ao nordeste. Os povos de línguas pausernacajabi e camaiurá deslocaram-se até a região extremo sul do Brasil.
Os povos de língua oiampi chegaram até a região das Guianas. A última fase de dispersão dos povos tupi-guaranis ocorreu por volta do ano 1000. Os falantes de línguas associadas à família tupi-guarani estariam já instalados no sul do Brasil (guaranis etc.), na bacia amazônica e também no litoral do Brasil (potiguarestupinambástupiniquins). Os dados linguísticos nos permitem avaliar essas sociedades como expansivas e em constante movimento. Graças a uma impressionante rede de caminhos fluviais, os povos desse grupo linguístico puderam se difundir e, ao mesmo tempo, manter contato uns com os outros. O uso de canoas (ygara em tupi antigo) para navegar rios permitia o enviamento de missões militares e diplomáticas de uma região para outra.

Mapa do Brasil mostrando os principais povos indígenas à época do descobrimento.
Muitos artefatos arqueológicos do período cerâmico são filiados a esses antigos povos de matriz linguística tupi-guarani. Os sítios arqueológicos associados a essas populações constituíam-se em aldeias extensas, normalmente localizadas em regiões de planalto ou em terraços. Nesses sítios arqueológicos, de largura média entre 2 000 e 10 000 metros quadrados, a cerâmica antiga é abundante. As unidades habitacionais são cabanas, que podiam alcançar até 60 metros quadrados de diâmetro. Dentro dessas cabanas, foram localizados fogueiras e fornos para cozimento.
As áreas dos sítios são definidas em espaço cerimonial, público e residencial. O espaço dos vivos é separado daquele dos mortos (muitos cemitérios antigos foram localizados). A arqueologia identificou sepultamentos em urnas e outros em terra. Artefatos líticos são encontrados junto dos sepultamentos, provavelmente objetos de uso pessoal. A cerâmica gupi-guarani (particularmente abundante no Paraná) é caracterizada pelos desenhos policrômicos de traços lineares.
A cronologia para a história dos povos tupis-guaranis se baseia em teorias arqueológicas, na glotocronologia e na datação de cerâmicas identificadas aos tupis-guaranis. Como vimos pela história dos tupis-guaranis a partir de suas línguas, o movimento de expansão ocorreu entre 3 mil e 2 mil anos atrás a partir da região amazônica; a maior parte dos artefatos arqueológicos desses povos são datados entre o ano 500 e o ano 1500. A época da expansão para o litoral é constatada pela maior concentração de artefatos nessa região entre os séculos XI e XIII.

Macro-Jê

As línguas associadas à matriz linguística Macro- devem ter sofrido diferenciação por volta de 6 mil anos atrás. Sua expansão inicia-se há 3 mil anos, pela Região Centro-Oeste do Brasil. O grupo Jê propriamente dito é possivelmente originário das regiões das nascentes dos rios São Francisco e Araguaia. Grande parte dos povos de língua Jê se afastaram dos Kaingang e Xokleng, seguindo para o sul da região central brasileira. Alguns grupos devem ter se separado destes últimos e seguido até a região amazônica há pelo menos mil anos. Os povos Jês preferiam se instalar em regiões de Planalto (como a original região do Planalto brasileiro), como nos permite constatar o estudo de suas línguas Entre as línguas do tronco Macro-Jê encontram-se: KayapósXerentesTimbiras, etc.

Caraíbas

Os povos de língua caraíbas também passaram por um processo de expansão há 3 mil anos, aproximadamente. Essa família linguística é talvez originária da atual região das guianas e do extremo norte do Brasil. Os Yukpa e os Karijona, ramificações dessa família linguística, teriam se diferenciado e migrado para a Colômbia, enquanto os Bakairi teriam seguido para o centro do Brasil. O empréstimo de termos Tupi nas línguas Karib (e vice-versa) aponta para a existência de redes complexas de comércio e tráfico de pessoas entre tais povos.

Aruaque e outros

As línguas de matriz aruaque concentram-se hoje na região sudoeste da Bacia amazônica. A principal família linguística associada a esse grupo é a Maipure, dividida em quatro subgrupos regionais. Existe grande polêmica em relação às origens, às migrações e aos descendentes desses povos, além de suas relações com outros grupos linguísticos do Brasil Antigo. Outros grupos linguísticos menores, sem parentescos com os outros maiores, existem no BrasilMuraChapkuraPanoYanomani, etc.

Pindorama

Ver artigo principal: Pindorama

Distribuição dos grupos de língua tupi e não tupi (tapuia) na costa de Pindorama, no século XVI.
Na véspera da chegada dos europeus à América em 1500, calcula-se que o atual território do Brasil (a costa oriental da América do Sul) fosse habitado por dois milhões de indígenas, do norte ao sul.[60]
Segundo Luís da Câmara Cascudo, os tupis foram o primeiro agrupamento "indígena que teve contacto com o colonizador".[61] A influência tupi se deu na alimentação, no idioma, nos processos agrícolas, de caça e pesca, nas superstições, costumes, folclore, etc. Os povos do grupo Tupi-Guarani habitavam a região chamada por eles de "Pindorama" (terra das palmeiras), atual região oriental da América do Sul, que habitava o imaginário Tupi-Guarani como terra mítica, uma terra livre dos males. Os arqueólogos acreditam que o mito acerca de "Pindorama" tenha se formado na época das antigas migrações, quando os Tupi-Guaranis se dirigiram para o litoral brasileiro.[62]
Sabemos os nomes de alguns dos principais grupos que habitavam Pindorama na véspera da chegada europeia (entre eles alguns de origens não-tupi): os potiguaras, os tremembés, os tabajaras, os caetés, os tupiniquins, os tupinambás, os aimorés, os goitacás, os tamoios, os carijós e os temiminós. Os potiguaras habitavam a região entre o Rio Acaraú e o Rio Paraíba e controlavam a navegação fluvial. Durante a conquista, aliaram-se aos franceses, sendo que alguns relatos falam de casamentos entre potiguaras e franceses, envolvendo acordos bélicos anti-portugueses. Os Tabajaras habitavam a margem meridional do rio Paraíba, na região atual do litoral pernambucano. Foram importantes aliados dos portugueses durante a conquista. Os Caetés habitavam a região de Pernambuco desde Olinda, "a Marim dos Caetés", até onde encontra-se hoje o estado de Alagoas, desmembrado de Pernambuco. Tornaram-se célebres na História do Brasil por terem devorado o Bispo Sardinha.
Os Tremembés habitavam a margem ocidental do rio Acaraú. Os tamoios habitavam a Baía da Guanabara; seus líderes, Cunhambebe e Aimberê, aliaram-se com os franceses no combate aos portugueses. Os carijós habitavam o litoral sul do país. Os tupiniquins habitavam a atual região do Estado de São Paulo, e os Tupinambá a região sudeste do Brasil. Nosso conhecimento do tupi antigo é principalmente baseado na língua dos Tupinambás (embora esses não constituíssem os "principais tupis", como alguns autores apontam).
Os povos tupis viviam em aldeias que reuniam de 600 a 700 habitantes. Algumas aldeias eram fortificadas em razão das guerras inter-tribais. Nenhuma autoridade aparecia com força absoluta ou consideravelmente forte sobre os outros integrantes da sociedade, embora houvesse "hierarquias" em função do gênero, do mérito guerreiro e dos poderes xamânicos. Os Pajés (Payes em tupi antigo, intermediários entre o mundo religioso e o mundo dos homens) e os Caciques (morubixaba em tupi antigo, chefes guerreiros) ocupavam, em geral, o papel de autoridades das tribos.[2][63] A subsistência baseava-se na caça e na horticultura. Os homens acreditavam nos bons e nos maus espíritos (tupã, anhang, etc.), que influenciavam os acontecimentos no cosmos. Cada homem trazia um maracá, no qual acreditavam habitar um espírito protetor de cada indivíduo. Acredita-se que apenas os filhos dos homens mais importantes da tribo fossem enterrados nas urnas funerárias. Os acontecimentos religiosos tinham alcance amplo, e reuniam diferentes etnias. Os antigos indígenas foram responsáveis por inúmeras manifestações artísticas, como peças de cerâmica, danças, canções/poesia (registradas por Léry) e, a que mais impressionou os ocidentais, a plumária extremamente sofisticada e rica.[64] A Literatura Tupi aparece com a chegada da escrita europeia, quando missionários passam a escrever em tupi para converter os nativos, e as crônicas transcrevem canções indígenas.[65]

Toponímias

A permanência de nomes tupis (tupi antigo, nhe'enga tupi ou língua geral) para nomear diversas regiões do Brasil atual é um indicador da influência da língua indígena na cultura brasileira. Os historiadores de Brasil Colonial concordam que até o século XVIII o tupi era provavelmente a língua mais falada em algumas regiões da América Portuguesa. Nomes de regiões, rios e cidades brasileiras têm suas raízes no período de Pindorama, e no período colonial. Alguns exemplos:
  • Guaratinquetá = gûyrá-tinga-etá = Muitas Garças
  • Jacareí = îakaré 'y = Rio dos Jacarés
  • Piraguá = Pira Kûá = Baía dos Peixes
  • Araraquara = Arara Kûara = Toca das Araras

O Brasil pré-cabralino e a Europa

Do lado europeu, a descoberta do Brasil foi precedida por vários tratados entre Portugal e Espanha, estabelecendo limites e dividindo o mundo já descoberto do mundo ainda por descobrir.
Destes acordos assinados à distância da terra atribuída, o Tratado de Tordesilhas (1494) é o mais importante, por definir as porções do globo que caberiam a Portugal no período em que o Brasil foi colônia portuguesa.[66] Estabeleciam suas cláusulas que as terras a leste de um meridiano imaginário que passaria a 370 léguas marítimas a oeste das ilhas de Cabo Verde pertenceriam ao rei de Portugal, enquanto as terras a oeste seriam posse dos reis de Castela (atualmente Espanha). No atual território do Brasil, a linha atravessava de norte a sul, da atual cidade de Belém do Pará à atual Laguna, em Santa Catarina.
Quando soube do tratado, o rei de França Francisco I teria indagado qual era "a cláusula do testamento de Eva" que dividia o planeta entre os reis de Portugal e Espanha e o excluía da partilha.

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q r Manuela Carneiro da Cunha (2008). «História dos Índios no Brasil».
  2. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o André Prous. «Arqueologia brasileira».
  3. Ir para cima Angyone Costa (1980). «Introdução à arqueologia brasileira»
  4. ↑ Ir para:a b c Ambiente Brasil. «Arqueologia no Brasil»
  5. Ir para cima Museu Goeldi «Linha do Tempo: Museu Emílio Goeldi» Verifique valor |url= (ajuda)
  6. Ir para cima «Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo»
  7. Ir para cima Museu de Arqueologia e Etnologia. «Quantos anos tem o Brasil?».
  8. Ir para cima «Projeto Nacional de Pesquisas Arqueológicas»
  9. Ir para cima «IPHAN».
  10. Ir para cima Instituto Anchietano de Pesquisas (2009). «Construindo a arqueologia no Brasil: a trajetória da Sociedade de Arqueologia Brasileira»
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  12. Ir para cima Nina G. Jablonski (2002). «The First Americans» (em inglês).
  13. Ir para cima «Sítio Arqueológico Alice Boer»
  14. Ir para cima FUNDHAM. «Parque Nacional Serra da Capivara»
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  16. Ir para cima Gabriela Martin (1997). «Pré-história do Nordeste do Brasil»
  17. Ir para cima Águeda Vilhena Vialou (2006). «Pré-história do Mato Grosso: Cidade de Pedra - Página 202»
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  20. Ir para cima «Who were the first americans? National Geographic» (em inglês). Consultado em 11 de janeiro de 2012
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  23. ↑ Ir para:a b c «Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia»Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia.
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  53. Ir para cima Adriana carvalho Koyama (2006). «O povoamento da região de Indaiatuba e os Guarani»
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  55. Ir para cima Alenice Maria Motta Baeta. «Os grafismos rupestres e suas unidades estilísticas no Carste de Lagoa Santa e Serra do Cipó - MG»2011
  56. Ir para cima Francisco Antonio Pugliese Junior (2008). «Os líticos de Lagoa Santa: um estudo sobre organização tecnológica de caçadores-coletores do Brasil Central»USP
  57. Ir para cima Andre Menezes Strauss (2010). «As práticas mortuárias dos caçadores-coletores pré-históricos da região de Lagoa Santa (MG): um estudo de caso do sítio arqueológico "Lapa do Santo"»
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  59. Ir para cima «Panorama das Línguas Indígenas da Amazônia»
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  61. Ir para cima CASCUDO, Luís da Câmara, Dicionário do folclore brasileiro, p. 865 do volume II.
  62. Ir para cima «Pindorama»
  63. Ir para cima Estudos etnológicos, que partem de dados obtidos entre comunidades indígenas brasileiras em alguns casos, apontam para a virtual inexistência de um poder político separado do grupo nas sociedades ditas simples(isto é, sociedades sem Estado), de forma que o "chefe" é meramente um representante da coletividade do grupo e não possui poder efetivo. Nesse caso, o surgimento de sociedades mais ou menos hierarquizadas na época da conquista pode estar relacionada ao próprio impacto da chegada dos portugueses, se acreditarmos que as comunidades indígenas brasileiras se organizavam como "sociedades simples" no período imediatamente posterior à colonização. A dinâmica interna da história pré-cabralina também pode ser invocada para explicar determinadas transformações. Cf. análises do trabalho de Pierre Clastres «A Socialidade contra o Estado: a antropologia de Pierre Clastres»(PDF)«Reflexões sobre a contribuição de Pierre Clastres à Antropologia Política» (PDF)
  64. Ir para cima «arqueologia brasileira»
  65. Ir para cima «Academia Brasil-Europa»
  66. Ir para cima LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. in: Livro do Centenário (1500-1900) (v. III). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1902.

Bibliografia

  • Arqueologia Brasileira - ANDRÉ PROUS - 2ª ed. (2002), 1ª ed. (1992) Brasília: Editora da UNB, ISBN 85-230-0316-9
  • O Brasil Antes Dos Brasileiros: A Pré-História do Nosso País - ANDRÉ PROUS - (2006) - Editora: Jorge Zahar Editor Ltda., ISBN 8-571-10920-6
  • Bones, Discovering the First Americans, por Elaine Dewar, Carroll & Graf Publishers, New York, 2002, hardcover - ISBN 0-7867-0979-0
  • História do Brasil por Claudio Vicentini - ISBN 8526232029
  • FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. São Paulo. Ed. Ática. 2006.

Ligações externas

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Genealogia dos Indios e Negros do Brasil 13 Feb 2017 11:25 AM (8 years ago)


Foto: Pintura Rupestre encontrada a 15Km da Fazenda Barracatú em Curralinhos, MG.




ESCRAVIDÃO de ÍNDIOS e NEGROS no SÉCULO XVI no BRASIL

Anibal de Almeida Fernandes, atualizado, Julho, 2016.

www.genealogiahistoria.com.br

Origem dos índios brasileiros é controversa e o que é mais aceito, hoje em dia, é o modelo de origem baseado nas 4 Migrações:

# a primeira foi uma migração africana/aborígine, como atesta o crânio da Luzia com seus traços negróides, de 11.000 anos atrás,

# as três últimas migrações foram mongólicas vindas pelo estreito de Behring, também a partir de 11.000 anos, que dá o DNA dos nossos índios atuais,

# porém a maior das dúvidas/controvérsias retroage há 48.000 anos atrás com as fogueiras da Toca do Boqueirão no Piauí, até hoje não explicadas convincentemente.



Pesquisa da revista científica Nature": cientistas analisaram quase 400 mil variantes de uma única "letra" química do DNA, a partir de amostras do genoma de 52 povos nativos, entre eles caingangues e suruís do Brasil, por exemplo. A comparação dessas variantes nos indígenas com as versões de outros povos do mundo permitiu mostrar que, conforme o esperado, a maior parte do genoma dos nativos das Américas foi legado por imigrantes vindos da Sibéria, há pelo menos 15 mil anos. No entanto, os esquimós e outros povos do Ártico parecem ter herdado cerca de 50% de seu DNA de outra onda, mais recente, vinda da Ásia. E um povo canadense, os chipewyan, derivam 10% de seu genoma de uma terceira onda, estimam os cientistas. (FSP: 12/7/12)



Foi com base num raciocínio parecido com esse (e pesadas análises estatísticas) que os cientistas estimaram que os ancestrais dos indígenas se separaram dos habitantes da Sibéria, sua provável região de origem, por volta de 25 mil anos atrás -justamente o momento mais frio da Era do Gelo. Isso provavelmente não significa, no entanto, que a jornada América adentro começou nessa época. A análise das variantes de mtDNA indica que houve um pico repentino de diversificação genética a partir de 16 mil anos antes do presente, o que faria sentido se a população dos primeiros americanos começasse a crescer de repente nessa época. Isso levou os cientistas a postular que, no pico da Era do Gelo, os ancestrais dos indígenas ficaram isolados na chamada Beríngia, língua de terra firme que, nessa época, unia a Sibéria ao Alasca, nos atuais EUA. Uma das constatações mais claras do levantamento, aliás, é que essa árvore sofreu uma poda assustadora no passado recente: nenhum dos subtipos de DNA encontrados pelos cientistas nos indígenas que morreram antes do contato com os colonizadores possui um equivalente exato nas tribos de hoje. O resultado corrobora a tese de que a chegada das caravelas ao litoral americano deflagrou o extermínio de até 90% da população nativa original (o grosso da mortandade provavelmente foi causado por doenças infecciosas do Velho Mundo, embora guerras, expedições escravistas e tratamento desumano também tenham contribuído). FSP – CIENCIAS: 4/4/2016

Para saber mais, clique sobre a palavra mais informações em letras pequenas abaixo.


Pintura rupreste a 15km da Fazenda Barracatú, Curralinhos, BH



Na época do Achamento do Brasil, em 1500, estima-se entre 500.000 e 1 milhão o número dos índios que habitavam o Brasil e que pertenciam, predominantemente, à família Tupi-Guarani, que no início da era cristã viera das margens dos rios Madeira e Xingu (afluentes da margem direita do Amazonas) numa migração pelo litoral por conta do aumento populacional. Os Tupi povoam o litoral e há uma certa motivação religiosa nesta migração, pois procuram uma suposta Terra sem Males e eles, alem de caçadores e coletores, exerciam uma incipiente agricultura de mandioca, feijão, milho e cará sendo mais evoluídos do que os Tapuia (Jê), que eram apenas coletores e caçadores e considerados pelos Tupi como tribos bárbaras, que foram expulsos para o interior.

No litoral: estavam os Tupi, predominantemente os índios brasileiros do litoral onde estavam divididos em 11 grupos:

1) Potiguar, cerca de 90.000, inimigos dos portugueses, porem em 1645 o potiguar Felipe Camarão ajuda Portugal ao vencer os holandeses;

2) Tremembé, (grupo não tupi) cerca de 20.000, viviam no Maranhão e Ceará,

3) Tabajara, cerca de 40.000, aliados dos portugueses viviam na ilha de Itamaracá,

4) Caeté (=filhos da mata), cerca de 75.000, que eram aliados dos franceses e foram escravizados e quase foram dizimados por Mem de Sá em 1562, em represália por comerem o bispo Sardinha, 1º Bispo do Brasil,

5) Tupinambá (=os pais de todos), cerca de 100.000, eles eram os Tupi por excelência, podendo-se considerar as demais tribos como seus descendentes, ocupavam o Recôncavo Baiano, eram muito belicosos;

6) Aimoré, ou Botocudo (grupo não tupi) cerca de 30.000, terríveis guerreiros viviam no sul da Bahia e Espírito Santo,

7) Tupiniquim (=filhos dos tupis) cerca de 85.000 divididos, entre o sul da Bahia e São Paulo, foram contatados na chegada de Cabral e ficaram amigos dos portugueses, em 1562 Tibiriçá salvou São Paulo,

8) Temiminó, cerca de 10.000, inimigos dos Tamoio eram aliados dos portugueses, em 1567 Araribóia venceu os franceses conquistando o Rio para Portugal,

9) Goitacá (grupo não Tupi) cerca de 12.000, ocupavam a foz do rio Paraíba do Sul e eram grandes canibais, os mais selvagens e cruéis,

10) Tamoio (=os avós) cerca de 70.000, que eram os donos da baia da Guanabara e aliados dos franceses,

11) Carijó, (=Guaranis) cerca de 100.000, que viviam entre Cananéia e o Rio Grande do Sul e eram os mais submissos e amistosos.

No interior viviam os Tapuia (=os outros, grupo não Tupi) que haviam sido expulsos do litoral pelos Tupi e eram considerados bestiais e ferozes, com uso de flechas envenenadas e viviam em permanente estado de ataque contra os portugueses.

Antropofagia: Tupi e Tapuia, todos eles, tinham uma característica marcante, o complexo ritual da antropofagia quando os guerreiros mais valentes e destemidos capturados em combate eram comidos ritualisticamente por toda a tribo, pois para o índio brasileiro a sepultura ideal era o estômago do inimigo, num tripé social de: guerra-vingança-antropofagia. O ritual impedia que as crianças e as mulheres fossem comidas. Hans Staden assim relata:

na véspera da execução o prisioneiro era lavado e depilado e no dia escolhido, pela manhã, o guerreiro que o capturara desferia um golpe de tacape na nuca da vítima. As velhas recolhiam numa cuia o sangue que devia ser bebido ainda quente e os miolos e a língua eram dados aos jovens; o cadáver era escaldado e assado para retirar a pele e introduziam um bastão no ânus para evitar a excreção; os membros eram esquartejados e serviam de refeição ritual e, depois de aberta a barriga, as crianças comiam os intestinos; os adultos ficavam com a pele do crânio e as mulheres com os órgãos sexuais; as mães embebiam o bico dos seios no sangue e amamentavam os bebês; o crânio era fincado numa estaca na frente da casa do guerreiro que o capturara; os dentes eram usados como colar e as tíbias viravam flautas e apitos.

Início da Colonização: No inicio da colonização o Brasil, (ou Pindorama que era o nome que os índios davam), era conhecido como Província de Santa Cruz. Entre Setembro de 1502 e Setembro de 1505, o Brasil foi arrendado para o israelita Fernando de Noronha. Em conluio com os índios, Fernando, agente dos Függer, riquíssimos judeus alemães, que exploraram o pau-brasil que tingia de carmesim (vermelho) as roupas da nobreza européia num comércio intenso que, depois, passa a ser monopólio da coroa e devasta a mata nativa brasileira do litoral. Fernando extraia o pau brasil que era processado na Holanda e usado na Milão/Itália para o tingimento das roupas finas dos Reis e da nobreza o que lhe dava um lucro anual de 36.000 ducados, (1 ducado = 3,5 gr. de ouro puro), ele arrasou as florestas de árvores de 30 m. de pau Brasil em 3 anos. Ao todo se estima o corte de 70 milhões de árvores pau-brasil (algumas com mais de 30m. de altura) nos 3 primeiros séculos, inaugurando a vocação extrativista da colonização portuguesa.

Capitanias Hereditárias: foram criadas depois como um tentativa do Rei Português colonizar a terra pela iniciativa privada, porem não dá certo e elas ficam abandonadas e quase sem sucesso.

D. João II, 13o Rei de Portugal (1481-1495 fal. sem sucessor),considerado o Grande Rei Português, o Príncipe Perfeito, que teria servido de modelo para Maquiavel ao escrever O Príncipe, (João de Arantes, meu 13º avô, foi nomeado a 2/1/1488 Condestável de D. João II), João II inicia a transformação de Portugal num estado moderno, mais forte e com o poder do Rei centralizado, aumentando o seu controle sobre os súditos e a nobreza, instituindo o alistamento militar obrigatório e uma definição mais rígida sobre suas fronteiras.

Governo Geral: um dos futuros resultados da mudança iniciada por João II é a criação do Governo Geral para o Brasil, em 1549, e a estratégia para implementar a ocupação da terra, de uma maneira regular e economicamente produtiva, será baseada no plantio da cana de açúcar e na criação do gado que será usado, tanto para o serviço de transporte/tração nas fazendas e engenhos, quanto para a alimentação dos colonos. O gado veio inicialmente das Ilhas de Cabo Verde para Salvador e o primeiro lote de gado chegou pela caravela Galega em 1550. Já em 1551, Tomé de Souza, o 1º Governador Geral, informava D. João III que o gado era a maior nobreza que pode haver nessas partes. O 1º grande criador de gado no Brasil foi Garcia d’Ávila que em 1552 ganhou uma sesmaria em Itapuã (que futuramente transforma na maior área de terra em poder de uma pessoa no Brasil colônia, indo da Bahia até o Rio Grande do Norte) onde tinha fazenda com 200 cabeças, em 1580 já havia em torno de 1.000 cabeças em todo o Brasil.

Economia na Colônia: para manter a população portuguesa no Brasil havia a necessidade premente de se obter mantimentos (mandioca, pesca e caça) que permitissem a sobrevivência destes colonos e a ampliação da produção de açúcar o que tornou imperativo a utilização de mão de obra indígena, vital para a fixação do português cá no Brasil e a manutenção da terra descoberta nas mãos de Portugal. Esses mantimentos inicialmente são viabilizados pelo comércio feito em feiras com os produtos trazidos pelos índios e os preços obedeciam à lei de oferta e procura com alguma intervenção do Estado para fiscalizar os pesos, medidas e preços do comércio. Os portugueses estabeleceram fortes relações com os Tupiniquin e usavam estes aliados para conseguir índios prisioneiros de guerra, no geral os Carijós (=Guaranis), que eram, ou capturados por esses aliados, ou então apresados em incursões com barcos, a partir de São Paulo, no território desses índios não amigos.

A 3/3/1533 Pero de Góis, Capitão-Mor da Costa do Brasil, requereu ao Rei a remessa de 17 negros para a sua capitania de São Tomé (Paraíba do Sul/Macaé).

Em 1541 Martim Afonso de Souza instalou em sociedade com Johann van Hielst (que representava os Schetz, riquíssimos banqueiros de Amsterdã), o Engenho do Governador em São Vicente que já funciona com o trabalho escravo dos Carijós, capturados em Santa Catarina.

Em 1547, houve uma grande apreensão de Carijós que foram levados por navios a São Vicente, que na época era conhecida como Porto de Escravos com um intenso tráfico sob rígido controle de João Ramalho e do misterioso Bacharel de Cananéia.

Com a expansão dos engenhos de açúcar este tipo de obtenção de mão de obra indígena mostrou-se insuficiente para permitir o desenvolvimento da economia e os colonos acabaram recorrendo à escravização sistemática dos índios, gerando numerosas revoltas entre eles e uma campanha da Igreja, comandada pelos jesuítas, contrária ao uso do índio como escravo. Assim sendo, a partir do final de 1550, a obtenção da mão de obra indígena ficou restrita aos que eram capturados pela guerra justa, quando era declarada necessária pelo Governador Geral, ou por ele autorizada. Neste caso a desculpa era, se o Estado e a Igreja não conseguissem converter os índios, pela sujeição e pelo amor, ou seja, aqueles que se recusassem reiteradamente à evangelização dos jesuítas, ou então, que matassem e comessem cristãos, aí então, esses índios poderiam ser legitimamente caçados e escravizados, numa guerra justa. O próprio José de Anchieta que, entre 1577-1587, foi o Provincial do Brasil declarou que: sem terras, criação de gado e, conseqüentemente, sem escravos seria impossível assegurar a subsistência dos padres da Companhia de Jesus. Temos como exemplo de uma guerra justa quando Mem de Sá, 3º Governador Geral, publicou, em 1562, uma sentença de guerra justa contra os Caetés, que eram aliados dos franceses e haviam se revoltado em Pernambuco em 1555 e, em 1556, haviam trucidado, e comido, mais de 100 europeus entre tripulantes e passageiros da nau Nossa Senhora da Ajuda que naufragara a 15/6/1556 na foz do rio Coruripe. Entre os devorados estavam o Primeiro Bispo Brasileiro, Pero Fernandes Sardinha e o Provedor-Mor da Fazenda, Antonio Cardoso de Barros. Com essas expedições punitivas, e mais um surto de varíola entre 1562-63, estima-se que morreram 30.000 Caetés e os restantes foram escravizados.

Depois dessas graves ocorrências foi criada uma Junta composta pelo Governador-Geral, pelo Bispo e pelo Ouvidor-Geral que, a 30/7/1566, decretou diversas medidas para garantir a segurança dos nativos, como a criação do cargo de Procurador dos índios e um Meirinho indígena em cada aldeia. Esta Junta assegura o uso do trabalho temporário dos índios nas plantações desde que haja o pagamento de salário.

A 20/3/1570 D. Sebastião, por Carta Régia, decreta normas que proibiam a escravização dos índios convertidos e só permitiam a captura de escravos através de guerra justa contra os índios que combatessem ou devorassem os Portugueses, ou os Índios aliados, ou os escravos; esta guerra justa deveria ser decretada pelo soberano ou pelo Governador-Geral. A Carta Régia determinava a libertação dos cativos irregulares e proibia a aquisição de índios de corda. Uma guerra justa foi logo decretada contra os Aimorés, que eram muito agressivos contra os portugueses.

Essas exigências foram abrandadas a pedido dos colonos e, a 6/1/1574, uma nova Junta delegada por D. Sebastião, promulga uma resolução com as 3 possibilidades para a aquisição de escravos: guerra justa, ou compra de prisioneiros ou da auto-alienação, desde que o indivíduo fosse maior que 21 anos.

No início do século XV, compunham a etnia dos trabalhadores dos engenhos de cana de Sergipe: 93% de índios assim distribuídos: na maior parte, os Tupinambás, depois os Caetés, depois os Tapuias (no interior do Nordeste) e finalmente os escravos, no geral pertencentes aos Tamoios e Carijós e somente apareciam 7% de Africanos.

Sem dúvida, os índios foram o grande destaque da força de trabalho no Brasil na primeira metade do século XV, 1º século da colonização, havendo uma tendência geral da passagem da escravidão inicial, combatida pela Igreja, para o trabalho voluntário remunerado preferencialmente em funções para as quais os índios estavam naturalmente inclinados e mostravam melhor rendimento: caçadores, pescadores, barqueiros, lenhadores e construtores de currais.

Negros: o 2º Governador Geral, Duarte da Costa, que chegou a 15/7/1553, solicita a D. João III autorização para a compra de escravos africanos.

Primeiros escravos africanos: Em 1557 chega à Bahia uma caravela vinda da Ilha de São Tomé carregada de escravos negros. Por Alvará de 29/3/1559, dirigido ao capitão da Ilha de São Tomé, que era um importante centro negreiro e açucareiro, a então regente de Portugal, D. Catarina de Áustria, (irmã do Imperador Carlos V e tia de Felipe II) autorizou cada senhor de engenho do Brasil, mediante certidão passada pelo Governador Geral, a importar até 120 escravos do Congo, pagando apenas 1/3 dos direitos.

Em 1570 já havia alguns milhares de negros no Brasil que não fugiam, pois não tinham para onde ir, o que era uma tremenda vantagem sobre os índios da terra, sempre descontentes e fugindo a toda hora.

Entre 1570-1600 a avaliação da quantidade de escravos negros varia muito:

# um historiador brasileiro estima uma média de 3.467 unidades anuais dando um total de 52.000 escravos da Guiné e 52.000 escravos de Angola,

# um historiador norte americano estima uma importação anual de 10.000 a 15.000 etíopes,

# historiador francês estima uma média de 1.667 unidades anuais num total de 50.000 escravos nos 30 anos finais do século XVI ao preço de 50 mil réis a peça.

Pela sua índole cordata os negros eram destinados primeiramente ao cultivo da cana de açúcar, depois ao cultivo do tabaco, pois se prestavam ao trabalho intensivo destas culturas.

Para uma área de 3 léguas destinada à criação de gado precisava-se de 12 escravos e se fosse para o cultivo da cana de açúcar precisava-se de 100 trabalhadores.

Os índios eram usados nas roças de mandioca que requeriam muito menos trabalho e permitiam o sustento dos escravos negros.

Preço do escravo: O investimento total dos senhores de engenho e lavradores podia atingir até 25% em mão de obra,

a cotação dos escravos negros era feita conforme o sexo, a idade, a origem étnica e as aptidões, sendo:

# mais valorizados os crioulos (nascidos no Brasil),

# depois os ladinos (africanos já aculturados),

# no final os boçais (recém chegados).

a classificação por idade era a seguinte:

# o velho (mais que 35 anos),

# o barbado (25-35 anos),

# a peça(homem de 15-25 anos),

# molecão ou molecona (8-15 anos),

# moleque ou moleca (inferior a 8 anos),

# as crianças de peito eram incluídas no preço das mães.

O preço era de 22.000 reis para uma peça, 12.000 reis para um velho, e 44.000 reis para 3 molecões ou 3 moleconas.

Como referência em 1591 o preço dos animais em Pernambuco era de 30.000 reis para uma junta de bois, 10.000 a 12.000 reis para uma vaca, 15 reis para um porco, 3 a 4 reis para um carneiro, 1 real para um peru e 6 a 7 tostões para uma galinha.

Conclusão: A insubordinação, a falta de vontade e dedicação ao trabalho intenso e a constante fuga dos escravos índios era apontada, já no final da década de 1560, como o grande empecilho ao desenvolvimento do enorme potencial da riqueza que poderia haver no Brasil. Há, pois, a necessidade de mudar rapidamente o perfil da mão de obra para um elemento mais submisso e com mais constância no trabalho e esse elemento é o africano que passa a ser a força motora dos engenhos de açúcar, que são o 1º grande motor agrário da economia do Brasil fazendo os primeiros milionários do Novo Mundo, como informam os registros de Pernambuco, que em 1580, apontam fortunas de 80.000 cruzados e em 1590 algumas fortunas superiores a 200.000 cruzados.

Para viabilizar essa nova etapa econômica a Bahia se torna o principal porto de entrada dos escravos africanos, principalmente das etnias jalofa, mandinga, balanta, fula, mossi, haussa, bantos.

Houve 3 ciclos de fornecimento de escravos:

# séc. XVI da Guiné,

# séc. XVII de Angola (600.000 escravos)

# a partir do séc. XVIII da Costa da Mina, (1.300.000 escravos) sendo que os brasileiros, nesta época, ultrapassam os portugueses, ingleses e holandeses que foram os primeiros grandes traficantes de escravos, que era a atividade comercial mais lucrativa em toda a América até uma lei rígida do Ministro de Justiça, a 4/7/1850, quando cessa o tráfico ilegal tanto é que em 1851 só 700 escravos entram no Brasil.

Uma estimativa quantifica em mais de 3 milhões de escravos trazidos ao Brasil nesses 300 anos. Este tráfico gerou um novo tipo de comerciante de grande poder econômico, o traficante de escravos como, futuramente, se constatará nas listas de doações dos riquíssimos brasileiros graças ao tráfico de escravos, que ajudam a manter a Corte Real Portuguesa que foge em 1808 para o Rio de Janeiro e, por conta dessas enormes doações, recebem de D. João VI, comendas das mais ilustres Ordens Portuguesas e, futuramente, títulos nobiliárquicos dos 2 Imperadores Bragança.



Fontes pesquisadas para estruturar este trabalho:

Brasil: Terra à Vista, Eduardo Bueno, L&PM Pocket, 2003.

A Coroa, a Cruz e a Espada, Eduardo Bueno, Objetiva, 2006.

O Feudo, Luiz Alberto Moniz Bandeira, Civilização Brasileira, 2007.

Folha de São Paulo: 1/3/2007 e 31/1/2009.



Considerações sobre o tráfico de escravos.



1) NEI LOPES é autor da "Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana" e do "Dicionário Escolar Afro-Brasileiro = FSP/1/3/2007.

No Norte da Nigéria atual a cidade hauçá e muçulmana de Kano, já tinha o controle do tráfico de escravos praticado pelos árabes na África que era direcionado para o Oriente e a Europa, muito antes da chegada dos europeus. Depois é certo que tanto o tráfico europeu, pelo vulto econômico que adquiriu, quanto o tráfico árabe contaram, a partir de um certo momento, com a efetiva colaboração de africanos de vários segmentos sociais, desde monarcas a simples transportadores. Havia, sim, mercadores de aldeias que dispensavam os traficantes estrangeiros das perigosas incursões pelo continente adentro. Mas a participação africana no tráfico de escravos não diminui a responsabilidade dos europeus. Foram eles que corromperam soberanos e súditos, inclusive fornecendo armamentos, para tornar esse tipo de comércio altamente rentável e tentador. Entre 1580 e 1680, período em que duraram as chamadas guerras angolanas, envolvendo, principalmente, Portugal, Holanda e os ambundos da rainha Nzinga Mbandi, estima-se que cerca de um milhão de cativos foram vendidos de Angola para as Américas. Da mesma forma, as guerras entre axantis e fantis, na atual Gana, no início do século 19, com participação inglesa; e também as lutas entre iorubanos e daomeanos, a partir do século anterior, foram motivadores de migrações forçadas de grandes contingentes de africanos para as Américas. Porem a aceitação passiva do tráfico de escravos e a participação nele, não foi a regra geral entre os governantes africanos. Na década de 1730, por exemplo, o rei daomeano Agajá Trudô, entendendo que o tráfico era um obstáculo ao desenvolvimento de seu país, saqueou e queimou os fortes e armazéns de escravos e bloqueou o acesso às fontes do interior. Esse fato deu ensejo a uma retaliação por parte dos europeus, concretizada por uma espécie de bloqueio econômico, o que fez com que a atividade se restabelecesse.



2) Alberto Musa, Meu Destino é Ser Onça, Ed. Record, SP, 2009.

Os brasileiros em geral, ainda insistem em negar sua relação com os grupos indígenas que habitam -ou habitaram- o país. Antes de tudo, ela é biológica, como ele explica na apresentação do livro: Estudos genéticos recentes com o DNA presente nas mitocôndrias das células de uma pessoa que são passados exclusivamente de mães para filhos, é possível traçar uma espécie de "linhagem" materna, que demonstra que cerca de 33% dos brasileiros autodenominados "brancos" descendem diretamente de uma antepassada indígena, por linha materna. Entre os classificáveis como "negros", esse percentual é de 12%". No mito restaurado por Mussa percebe-se que a guerra, a vingança e a antropofagia entre grupos tupinambás rivais eram comportamentos fundamentais para esses povos no início da colonização brasileira. Era por meio deles que a própria identidade do pequeno grupo local e dos guerreiros se constituía. Eram os inimigos que conferiam "existência" e potência aos tupinambás. A ideia de que não é possível pensar o "eu" sem o "outro" -que de certa forma vale para qualquer grupamento humano- era levada às últimas conseqÜências por esse povo. E englobava toda a realidade, não somente seus aspectos explicitamente "sociais". Se vale a definição do antropólogo Claude Lévi-Strauss de que não existe versão última de um mito, de que não existe uma narrativa mais "verdadeira" do que outra, e um mito é, por fim, a soma de todas as suas versões -e as relações entre elas-, então a cultura tupinambá continua, recriada agora pelo índio, de nome árabe, Alberto Mussa.



3) Marcelo Gêiser Darwin e a escravidão, FSP Ciências, 8/2/2009.

Acaba de sair aqui nos EUA um livro oferecendo um ponto de vista bem diferente sobre a motivação principal que levou Darwin a desenvolver a teoria da evolução. Em "A Missão Sagrada de Darwin" ("Darwin's Secret Cause"), Adrian Desmond e James Moore argumentam que foi a repugnância moral de Darwin à escravidão que o motivou a levar adiante suas idéias. E foi quando Darwin visitou o Brasil durante a famosa viagem em torno do mundo com o navio HMS Beagle que ele travou contato direto com os horrores da escravidão. Certo dia, quando passava de canoa por um mangue, Darwin ouviu um grito terrível. O doloroso episódio ficou gravado na sua memória. "Até hoje", escreveu o naturalista em seu jornal mais tarde, "quando ouço um grito à distância, revivo com enorme intensidade o que senti quando, ao passar perto de uma casa em Pernambuco, ouvi gemidos terríveis, certamente vindos de um escravo sendo torturado e, tal qual uma criança, não pude fazer nada. Em seus livros "A Origem das Espécies" e "A Origem do Homem e a Seleção Natural", Darwin argumenta por uma origem comum da vida. Sendo assim, existe uma irmandade entre todos os homens, o que torna a escravidão um crime absurdo. O interessante do argumento é que, segundo os autores, foram as idéias abolicionistas de Darwin que o levaram à teoria da evolução e não o contrário. Seu avô, o famoso médico e poeta Erasmus Darwin, era um notório abolicionista, muito amigo do industrial Josiah Wedgwood, cujas porcelanas são conhecidas até hoje. Wedgwood usou seus fornos para criar um medalhão com a imagem de um escravo acorrentado e a legenda: "Não sou também um Homem e seu Irmão? O medalhão era um objeto cobiçado por todos que eram da mesma opinião. As famílias Darwin e Wedgwood foram unidas por uma série de matrimônios. O próprio Charles casou-se com Emma Wedgwood, sua prima de primeiro grau. (Interessante que o pai da evolução tivesse feito isso. Tiveram dez filhos e dois morreram na infância. A cada vez que um dos filhos ficava doente, Darwin se preocupava com os laços excessivamente estreitos de sua família. Nesse caso, ter dez filhos deve ter sido provavelmente uma espécie de experimento). A abolição era certamente tema constante nas conversas da família, um trato quase hereditário. Foi nesse ambiente ideológico que Darwin cresceu e criou os filhos. Certamente, Darwin viu escravos ainda na Inglaterra. Ao estudar (teologia) em Cambridge, aprendeu que certos membros da igreja anglicana eram radicalmente contra a escravidão. Sabia que não estava sozinho e que o movimento abolicionista apenas cresceria com o tempo. Mas queria mais do que argumentos apenas morais. Queria argumentos científicos. Ao propor a evolução das espécies, Darwin não nos excluiu. Esse foi o maior motivo para a recepção nem sempre positiva de suas ideias. O quê? Nós, descendentes de orangotangos? Primos dos negros da África, dos chineses e dos aborígenes da Austrália? Ridículo! Para Darwin, não havia dúvidas. A vida bifurcava a partir de um tronco único. O fato de sabermos hoje que nossa constituição genética é extremamente próxima da dos chimpanzés (entre 95% e 98,7%) só fortalece o seu argumento. Se a ciência de Darwin não foi criada para justificar a unidade da vida, ela certamente o fez.

Os textos desse site podem ser reproduzidos, desde que se informe o autor e o endereço do site.

Genealogia e Historia = Autor Anibal de Almeida Fernandes

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Histórico de Palmeira dos Índios — cultura 13 Feb 2017 11:03 AM (8 years ago)

Histórico de Palmeira dos Índios — cultura

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Testes de DNA indicam ligacao entre indios do Brasil e da Polinesia 13 Feb 2017 10:54 AM (8 years ago)

Testes de DNA indicam ligação entre índios do Brasil e da Polinésia
Fonte: https://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/testes-de-dna-indicam-ligacao-entre-indios-do-brasil-e-da-polinesia,d9a9e89a54bdd310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html
Noticias Terra através da Deutsche Welle.
Cientistas brasileiros descobriram uma conexão genética entre índios botocudos que viveram no País no século 19 e a população polinésia

5 ABR2013
18h27
atualizado às 18h27



Análises de DNA permitem estabelecer conexão entre antiga tribo brasileira e ilhas da Polinésia, contrariando teorias que apontavam apenas uma onda migratória na origem dos povos da América do Sul.


Num estudo que pode embasar novas teorias para determinar os fluxos migratórios nas Américas, cientistas brasileiros descobriram uma conexão genética entre índios botocudos que viveram no país no século 19 e a população polinésia. O artigo científico, assinado por uma equipe multidisciplinar de diferentes universidades públicas brasileiras, foi publicado por um jornal técnico internacional na área de ciências naturais (o PNAS ) e acabou repercutindo na conceituada revista de ciência Naturee na imprensa mundial.


O trabalho acadêmico não contesta o caminho percorrido pelos primeiros homens rumo às Américas, que teria sido através do estreito de Bering, há 15 ou 20 mil anos. A pesquisa, segundo o médico Hilton Pereira da Silva, um dos autores, “amplia potencialmente a variedade de pessoas que chegaram até o continente americano”. O artigo destaca que, segundo registros, as ilhas da Polinésia passaram a ser habitadas há três mil anos.

Os pesquisadores escrevem que as análises para identificar a origem dos povos pré-colombianos eram feitas, tradicionalmente, a partir da morfologia craniana de ossadas. Algumas análises moleculares sugeriam que apenas uma onda migratória teria chegado à América do Sul, mas a presença de traços polinésios coloca essa teoria em xeque.
Para saber mais, clique em Mais informações, abaixo, em letras pequenas.

Um povo com poucos amigos

Os índios Botocudos, também chamados de Aimorés, viviam em áreas hoje correspondentes aos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, divididos em diferentes comunidades. Depois de conflitos com os portugueses, o grupo foi extinto no final do século 19. “Consideramos os botocudos culturalmente extintos. Não existem descendentes reconhecidos atualmente”, explica Hilton Pereira da Silva, doutor em Antropologioa e coordenador do Laboratório de Estudos em Bioantropologia, Saúde e Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A análise genética foi feita a partir de DNA mitocondrial, extraído dos dentes de 14 crânios de botocudos que estão no Museu Nacional do Rio de Janeiro: “Como o material que analisamos é comprovadamente de populações indígenas, essa analise genética indica que essa população teve contato com um outro grupo ou indivíduo.” Ele acredita tratar-se, provavelmente, de algum descendente dos milhões de escravos trazidos para o continente americano, com essa ancestralidade na região da Polinésia.

A publicação aventa possibilidades quanto à forma que o contato teria se dado, antes da chegada dos primeiros Europeus às Américas. “Não foi contato pessoal, mas sim genético”, explica Silva. Segundo ele, uma das hipóteses é que alguns dos escravos que vieram das Américas eram provenientes da ilha de Madagáscar. Esses indivíduos poderiam portar o conjunto genético da pesquisa, já que populações atuais da ilha na costa Africana possuem alguns desse genes. Os indivíduos de Madagascar, por sua vez, teriam tido contato em momentos anteriores com antigas populações da Polinésia.


Novas pistas para o povoamento das Américas

Para Silva, o que faz esse estudo singular é a descrição inédita desse conjunto genético no que ele define como “uma população homogênea do continente americano”. Segundo ele, estudos sugerem que as populações mais antigas das Américas tinham pouco contato com outros humanos. “No caso dos botocudos, é interessante por que são considerados historicamente um grupo muito aguerrido e hostil ao contato exterior”.

Essa peculiaridade dos botocudos torna ainda mais relevante o contato identificado pelo estudo com algum indivíduo ou grupo africano ou afro descendente. “É um fato histórico importante”, opina. A partir da descoberta, pesquisadores de outros povos ameríndios tendem a incluir essa marca genética em sua agenda de buscas, o que pode ajudar a traçar com maior precisão o processo de povoamento do novo mundo, especialmente em sua porção
sul.
Deutsche WelleDeutsche Welle

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Quem sao os Maoris 5 Feb 2017 11:10 AM (8 years ago)

Quem são os Maoris

Fonte: http://www.estudenovazelandia.com.br/cultura/o-povo-maori-nativos-da-nova-zelandia/

Os Māoris

Tangata Whenua ou em inglês “indigenous people of the land”. O nome “Māori” originalmente significava “a população local”, ou “o povo original”.
Māori foi uma palavra que significava “local” ou “original” – em oposição aos recém-chegados – colonizadores brancos Europeus – os “Pakeha”. Com a chegada dos colonizadores Europeus, a palavra Māori gradualmente se tornou um adjetivo para o “povo Māori”. Esta mudança ocorreu antes de 1815.
Tangata Whenua significa “o povo local”, “o povo local da terra”, “o povo local da terra ancestral”. Tangata significa “ser humano”, whenua significa “terra” ou “terra ancestral”.
A palavra “Māori” é escrita com acentuação gráfica quando escrita na liguagem Maori, quando escrita em português ou inglês, a palavra não utiliza acentuação.

A História Maori

Os Maoris são o povo indígena da Nova Zelândia, eles são Polinésios e compreendem cerca de 14 por cento da população do País. Maoritanga é o idioma nativo, que está relacionado ao Taitiano e o Havaiano. Acredita-se que os Maoris migraram da Polinésia em canoas por volta do século 9 ao século 13 dC.
O navegador holandês Abel Tasman foi o primeiro Europeu a encontrar o Maori. Quatro membros de sua tripulação foram mortos em um confronto sangrento em 1642.
Em 1769, o explorador Britânico James Cook estabeleceu relações amistosas com alguns Maoris. Por volta de 1800, as visitas de navios Europeus eram relativamente freqüentes.
Neste momento, a guerra e as doenças tiveram seus efeitos sobre a população Maori, que eventualmente, caiu para cerca de 100.000.
Em 1840, representantes da Grã-Bretanha e os chefes Maori assinaram o Tratado de Waitangi. Este tratado estabeleceu o domínio Britânico, concedeu a cidadania Britânica aos Maoris, e reconheceu os direitos à terra aos Maoris.
Hoje, muitas das disposições do Tratado são contestadas pelos Maoris e há um esforço do Governo da Nova Zelândia para recompensar os Maoris pela terra que lhes foi ilegalmente confiscada.
A atual população Maori é de cerca de 600 mil, ou 14% da população, e os Maoris vivem em todas as partes da Nova Zelândia, mas predominantemente na Ilha do Norte, onde o clima é mais quente.

A origem Māori

A lenda Māori diz que os Maoris vieram de “Hawaiki”, a lendária terra natal cerca de 1000 anos atrás. Quando os Maoris chegaram em Aotearoa (Nova Zelândia) encontraram uma terra muito diferente da Polinésia tropical. A Nova Zelândia não era apenas um País mais frio, mas também possuía muitos vulcões e imensas montanhas cobertas de neve. Aotearoa é o nome Māori para a Nova Zelândia e significa “Terra da longa nuvem branca”.
Existem muitas teorias sobre as origens dos Maori. Alguns especulam que a ilha de Hawaiki poderia ter existido perto do Havaí. A teoria geralmente aceita, hoje, diz que os Maori tiveram origem na China, e viajaram através de Taiwan, as Filipinas, a Indonésia, Melanésia e chegaram em Fiji. De lá para Samoa e às ilhas Marquesas e rumando para o Sul e Oeste até o Taiti, seguindo depois para as Ilhas Cook e para Aotearoa / Nova Zelândia.
O antropólogo Thor Heyerdahl, por outro lado, afirma que os polinésios chegaram no Pacífico vindos da América, ao invés do Oriente, como outros estudiosos afirmam. Heyerdahl baseia sua teoria no fato de que a Kumara, batata doce cultivada pelo Maori pré-europeu, é originário da região da América Central e do Sul.
Alguns acreditam que os Maoris encontraram Aotearoa provavelmente por acaso ou engano como se eles pudessem ter sido desviados da rota em uma de suas navegações. Mas há também evidências de que os Maoris tinham conhecimento antigo sofisticado das estrelas e as correntes oceânicas, e esse conhecimento é esculpido em suas “whare” (casas).
O termo “Whakapapa” é usado para descrever a genealogia Maori. A palavra “Papa” não quer dizer pai, mas sim algo amplo, plano e duro como uma rocha lisa. Whakapapa significa colocar em camadas, e esta é a maneira que as diferentes ordens de genealogias são olhadas. Uma geração a outra. O termo Māori para descendente é “uri”, e o seu significado preciso é prole ou filhos.

Tradições Māori

Antes da vinda do Pakeha (Homem branco) para a Nova Zelândia, toda a literatura em Māori era passada oralmente para as gerações seguintes. Isto incluiu muitas lendas e “waiata” (canção). A tradição mais reconhecida hoje é a “Haka”, que é uma dança de guerra.
A Haka era realizada antes do início da guerra pelos Maoris do século passado, mas foi imortalizada pelo time de Rugby da Nova Zelândia os “All Blacks”, que executam esta dança antes de cada jogo.
O tradicional ato de boas-vindas Maori é chamado de “powhiri”, isso envolve um “hongi” que é uma saudação que envolve o toque de narizes pressionados em oposição como um beijo de esquimós.
Outra característica marcante da cultura Maori são as tatuagens marcantes que eram usadas. O rosto completamente tatuado ou “moko”, entre as tribos Maoris era uma atividade predominantemente masculina.
As formas femininas do moko estavam restritas à área do queixo, do lábio superior, e das narinas.
Hoje, o Moko ainda vive com um número crescente de Maori, que optam por receber o seu Moko, em um esforço para preservar sua cultura e identidade.
A forma tradicional de cozinhar chamada de “Hangi” é uma festa cozida sob a terra. As pedras são aquecidas no fogo em um buraco escavado no chão e cobertas de folhas de couve ou agrião para evitar queimar o alimento.
Carneiro, porco, frango, batatas e kumera (uma batata doce) são então inusitadamente colocados no buraco dentro de uma cesta. O alimento é coberto com um pano de carneiro ou similar e tradicionalmente com linho. Finalmente terra é colocada em cima para manter o vapor. O alimento leva cerca de três horas para cozinhar.
O Hangi ainda é popular e é uma alternativa viável para um churrasco de fim de semana. O sabor original dos alimentos cozidos em um Hangi pode ser melhor descrito como o alimento cozinhado com um sabor da terra.
O Hangi pode ser entendido como um forno natural feito em um buraco sob a terra, para o cozimento dos alimentos pelo vapor.

Cultura Rica e Variada

A cultura Māori é rica e variada, e inclui artes tradicionais e contemporâneas. As artes tradicionais, tais como escultura, tecelagem, kapa haka (dança de grupo), whaikorero (oratória) e moko (tatuagem) são praticadas em todo o país.
Os praticantes seguindo os passos de seus tipuna (ancestrais) repetem as técnicas utilizadas há centenas de anos, e também desenvolvem novas técnicas e formas emocionantes. Hoje a cultura Māori também inclui a arte, cinema, televisão, poesia, teatro e hip-hop.

Māori Protocolo

Sendo um povo tribal da Polinésia, Māori tem um protocolo único. O melhor lugar para observá-lo está em um “Marae” (local de encontro Māori). Na Nova Zelândia é possível se organizar visitas para se assistir a uma cerimônia Māori em um Marae.

Bem vindo ao Pōwhiri

O “pōwhiri” (formalidade de boas-vindas) em um Marae começa com “Wero” (desafio) Um guerreiro dos “tangata whenua” (anfitriões – nativos locais) vai desafiar um dos “manuhiri” (convidados). Ele carregará uma lança (taiaha), em seguida, estabelecerá um símbolo (muitas vezes um pequeno ramo) que o manuhiri vai pegar para mostrar que eles vêm em paz. Algumas “kuia” (mulheres) dos “tangata whenua” (anfitriões – nativos locais) irão realizar uma “Karanga” (canto de chamada) para o manuhiri. As mulheres dos manuhiri irão então responder na medida em que elas se movem para o Marae na frente de seus homens.

Whaikorero - Discursos de boas-vindas

Uma vez dentro do “wharenui” (casa de reunião) no “Marae”, “mihimihi” (saudações) e “whaikorero” (discursos) são feitos. Para reforçar a boa vontade dos discursos, “waiata” (músicas), podem ser cantados. É usual para os “manuhiri” então dar um “Koha” (presente) à “tangata whenua” depois de cumprimentar os anfitriões com um “Hongi” – o cerimonial de toca de narizes. Após o pōwhiri (formalidade de boas-vindas), kai (comida) pode ser compartilhada.
Fonte:
www.teara.govt.nz
www.newzealand.com
www.virtualoceania.net
www.history-nz.org/maori

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Reveillon 2017 Roma Como descascar uma ROMÃ de forma perfeita com pouco trabalho - Sitch Nation 31 Dec 2016 3:46 AM (8 years ago)

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Especial Natal: a rotina de um Papai Noel que mora em Indaial 27 Dec 2016 10:39 AM (8 years ago)

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Natal Kimania Video 2016 12 14 17 Dec 2016 4:35 PM (8 years ago)

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Os 4 Heróis - Coleção Disquinho - Completa 6 Dec 2016 7:51 AM (8 years ago)

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5 de dezembro dia Internacional do Voluntario 5 Dec 2016 9:38 AM (8 years ago)

5 de dezembro dia Internacional do Voluntário















Desde 1985 a Organização das Nações Unidas institui o dia 5 de dezembro como o dia internacional do voluntário. 

A ONU define o voluntário como uma pessoa que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social ou outros campos.


O serviço voluntário além de trazer um retorno intangível em termos de satisfação e bem-estar para quem o pratica, também pode fazer a diferença na hora de conseguir uma vaga no mercado de trabalho. 

As empresas estão valorizando cada vez mais os profissionais que estejam engajados em algum tipo de trabalho voluntário junto à sociedade. 

Primeiro porque os empresários visam a melhoria nos serviços prestados ao cliente, e pessoas com espírito social, normalmente, são mais eficazes nesse ponto. 

Segundo porque, se a pessoa tem olhos para a sociedade da qual faz parte, dentro da empresa terá uma visão de conjunto capaz de abranger todo o contexto e não apenas o seu setor.

O voluntário é visto como um empreendedor social, uma pessoa que traz consigo a disponibilidade de mudar a vida de crianças, adultos e idosos, mesmo que seja com um simples sorriso ou um abraço apertado. 

Voluntário é alguém que conhece a importância de compartilhar o que temos de mais precioso: amor, respeito, felicidade, conhecimento, tempo e humildade. 

O voluntário é uma pessoa que se esforça em se tornar evoluida em espírito, mente e coração.

Parabéns a todas essas pessoas que por livre e espontânea vontade doam uma parte do seu tempo a quem precisa.

Feliz dia Internacional do Voluntário. Salve 5 de dezembro.

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Papai Noel doa cabelos em 28 10 2016 31 Oct 2016 5:05 AM (8 years ago)

Papai Noel Doa Cabelos para a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Indaial em 28 10 2016




JORNAL DO VALE EUROPEU:

Nesta manhã de segunda tivemos uma presença ilustre no estúdio da 92 FM: Papai Noel veio nos informar sobre uma boa ação que praticou doando seu cabelo para a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Indaial. 


Também esteve a Sola, do salão de beleza Sola Esthetics Hair, que cuidou do cabelo e fez o corte. Atitudes nobres que valem a pena ser registradas! 

Confira a entrevista na íntegra: https://soundcloud.com/viviana-borchardt/31-10-papai-noel-e-sola — com Jose ReinoldoMazzico MazzicoViviana Borchardt e Sola Esthetics Hair.

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Gelo no deserto como era feito pelos persas 14 Oct 2016 4:53 AM (8 years ago)

YAKHCHAL, O EDIFÍCIO COM O QUAL OS PERSAS CRIAVAM GELO NO MEIO DO DESERTO

colaboração da Mirtzi*

persas-gelo-no-deserto-1
Desde os tempos antigos, cada povo teve o objetivo de encontrar o sistema ideal para armazenar sua comida e se certificar que os próprios alimentos mantenham seu sabor e seus próprios componentes ao máximo. Mais de 2400 anos atrás, os persas estavam planejando uma técnica eficaz para ter sucesso em tais esforços. Um sistema deste tipo nunca poderia funcionar sem o uso de estruturas eficazes como Yakhchal.
Yakhchal era um edifício chave para a refrigeração e armazenagem de alimentos, muito antes da chegada dasgeladeiras e de qualquer tipo de aparelhos doméstico atualmente disponível nos vários supermercados e shopping center. Com esta técnica, o clima quente dos vastos desertos do Irã não era mais um obstáculo permanente à possibilidade de manter a comida fresca. Se você pensar que este edifício era totalmente operacional no quarto século a.C., ou seja, muitos séculos atrás, é tudo realmente surpreendente e quase inacreditável. Mas como funcionava o Yakhchal? Em primeiro lugar, era uma estrutura em forma de cone, mas com a aparência típica de uma cúpula rudimentar. Seu significado é de fosso de gelo e isso já deixa adivinhar a sua verdadeira utilidade, muito maior de qualquer outra estrutura.
persas-gelo-no-deserto-2
O edifício funcionava por meio da evaporação da água, graças à qual é possível gerar todo o gelo possível com a ajuda de uma sequência de torres eólicas. Como hoje, também naqueles tempos o gelo era fundamental para aumentar a duração de qualquer alimento e de transportar grandes quantidades de água mais facilmente. Na prática, esta cúpula poderia permitir o armazenamento de cada tipo d comida, sendo também capaz de conter em si o alimento assim como faz uma geladeira hoje em dia.
Para saber mais, clique sobre as palavras Mais informações, em letras pequenas abaixo.


Mas como o Yakhchal conseguia ser tão eficaz? Tudo isto era possível com a ajuda de um material especial muito semelhante ao cimento, conhecido pelo nome de Sarooj. Era feito de argila, areia, cal, cinzas e materiais bem bizarros como pelos de carneiro e até mesmo uma pitada de clara de ovo. Todos estes ingredientes que tinham pouco a ver um com o outro foram misturados com o máximo cuidado para dar vida à paredes capazes de resistir a qualquer agente atmosférico e de manter uma baixa temperatura.
persas-gelo-no-deserto-3
A parte inferior tinha uma espessura de cerca de 2 metros e era marcada com uma série de furos, por meio dos quais o ar frio ia para baixo e gerava os cubos de gelo necessários.
Ao mesmo tempo, todo o ar quente era deslocado da parte inferior para a parte superior e, assim, era possível manter fresco cada um dos alimentos, sem nenhuma dificuldade. O objetivo podia ser alcançado graças ao rioQanat e as torres eólicas acima mencionadas, que eram, na verdade, muito semelhantes aos atuais aquedutos. Consequentemente, o Yakhchal representava o local ideal para a obtenção de temperaturas bem abaixo do zero, mesmo quando fora, haviam 40 graus à sombra. Os antigos persas podiam assim se deliciar com a saborosa sobremesa chamada Faloodeh. E estas cúpulas milagrosas sobreviveram até nossos tempos, graças à sua extraordinária resistência.
Fonte:
*Mirtzi Lima Ribeiro, cidadâ do Planeta Terra, palestrante e pesquisadora.
http://www.astoupeiras.com/yakhchal-o-edificio-com-o-qual-os-persas-criavam-gelo-no-meio-do-deserto/

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Previsão 2017 por Jorge Purgly 9 Sep 2016 5:07 PM (8 years ago)

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edukado.net → / Biblioteko / Filmejo 22 Aug 2016 4:11 PM (8 years ago)

edukado.net → / Biblioteko / Filmejo

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PARTO SEM ROMPIMENTO DA BOLSA, O CHAMADO PARTO EMPELICADO 20 Aug 2016 3:05 PM (8 years ago)

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Abertura das Olimpíadas Rio 2016 .2 18 Aug 2016 12:05 PM (8 years ago)

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Rio 2016™ The Olympic City Already A Reality / A Cidade Olímpica Já é Um... 18 Aug 2016 11:18 AM (8 years ago)

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Meu sobrenome é o nome de um Gato no Pokemon Purugly. 9 Aug 2016 7:26 AM (8 years ago)

Meu sobrenome é o nome de um Gato no Pokemon

Purugly.














Este gato é um Pokemon do Bem.

Ele é de defesa tem dons mediúnicos, como a Hipnose, a Finta e o Encantamento.

Mas ele tambem ataca com ondas de choque, shockwave Atack.

Na verdade, há anos atrás, quando este Pokemon foi criado seu nome era Purgly, mas eu enviei a eles um e-mail avisando que este sobrenome era meu.

Eles nunca haviam pensado que pudesse haver um sobrenome estranho como este. Prontamente eles acrescentaram a letra U, ao Pokemon lançado a poucos dias que passou a se chamar Purugly.

Então, agora com o Pokemon Go, o Purugly é um Pokemon Evolution

Confira em
http://pokemon.wikia.com/wiki/Purugly

Evolução
Para saber mais, clique em Mais informações em letras pequenas, abaixo.



Purugly é a forma evoluída de Glameow. Glameow pode evoluir para Purugly a partir do nível 38.
R-040 PR Purugly Sprite Purugly normal SOA Tackle 2 Tackle 2 PA normal sofá normal
Captura Pontos * On Sight **
2300 Perseguições jogador.
Entrada navegador
Ele ataca com ondas de choque.
* - Esta é a quantidade de pontos necessários para capturar o Pokémon (excluindo chefe Pokémon).
** - Esta é a reação do Pokémon quando os jogadores se aproxima dele.
HP: 71
Ataque: 82
Defesa: 64
Sp.Atk: 64
Sp.Def: 59
Velocidade: 112
Total: 452
anime
Em "Para o amor de Meowth!", Meowth se apaixona por um Glameow. Mais tarde, ela evolui para um Purugly, trazendo o romance de brotamento a um fim abrupto.
trivialidades
Apesar do fato de que ele só evolui de Glameow do Nível 38 em diante, um nível de 16 Purugly é visto na equipe Comandante de Marte quando encontrou pela primeira vez nos Windworks Vale nos jogos de diamantes, pérolas e platina.
Os nomes deste Pokémon e ao da sua pré-evolução parece contradizer-se mutuamente, como Glameow é pensado para vir a partir das palavras "glamour" e "miau", enquanto Purugly contém a palavra "feio" e parte de "ronronar".
O pêlo branco em sua cintura é realmente a parte de sua cauda.
Origem
Purugly é baseada em um gato malhado acima do peso.

Etimologia

Purugly de nomear-nos derivado das palavras "ronronam" e "feio", referindo-se à sua aparência rude, de cara azeda.

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Pokemon Light Platinum Ep 7 Puto HIPNOSIS Y PURGLY 8 Aug 2016 6:47 PM (8 years ago)

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Beijing Olympics drummers performance 6 Aug 2016 2:13 PM (8 years ago)

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2 Cerimônia de abertura da Rio 2016 GloboEsporte com 5 Aug 2016 4:35 PM (8 years ago)

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Porque nao suporto ver voce brilhar 27 Jul 2016 4:20 PM (8 years ago)













- Porque não suporto ver você brilhar.

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vaga-lume que só vivia para brilhar.
Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...

No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra:

- Posso fazer três perguntas?
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que vou te comer mesmo, pode perguntar...

- Pertenço à sua cadeia alimentar?
- Não!

Para continuar a leitura clique sobre Mais informações, em letras pequenas abaixo.



- Te fiz alguma coisa?
- Não!

- Então por que você quer me comer?
- Porque não suporto ver você brilhar...

Cuidado!
Teus atributos e o teu sucesso também podem fustigar as "cobras" que estão ao teu redor...

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Parto sem o rompimento do saco amniótico ou parto empelicado. 26 Feb 2016 3:54 PM (9 years ago)


Parto sem o rompimento do saco amniótico ou parto empelicado.

Por que tenho o dom da mediunidade e da vidência desde o meu nascimento?


Esta não é uma visão comum – trata-se de um “parto empelicado”, como é conhecido no Brasil, ou parto sem o rompimento da bolsa ou saco amniótico.

Ele acontece quando a bolsa amniótica, que protege o bebê durante a gravidez, não se rompe antes nem durante o trabalho de parto, tendo que ser rompida pelo obstetra ou parteira que estiver assistindo ao parto.

Fonte: http://hypescience.com/o-rarissimo-parto-sem-rompimento-da-bolsa/


O bebê não corre perigo algum enquanto está no saco amniótico, por que ainda está recebendo oxigênio do cordão umbilical, e não vai tomar seu primeiro fôlego enquanto não for exposto ao ar pela primeira vez.

Existem muitas lendas cercando a placenta. A mais comum diz que a criança que nasce com a placenta sobre a cabeça (a “coifa”), se guardar a mesma, não morrerá afogado. Outro mito que cerca o parto empelicado é que o bebê que nasce assim terá a sorte na vida garantida.

Se vai mesmo ter sorte, não dá para saber. Mas o fato de ter nascido com a placenta íntegra deve proteger o bebê de contaminação durante o parto. E com a estimativa de que apenas 1 em cada 80.000 partos é “empelicado”, não dá para dizer que o bebê não é sortudo.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Caul


Da Wikipédia, a enciclopédia livre

A coifa ou a capota (do latim: Caput galeatum, literalmente, "cabeça de capacete") é um pedaço de membrana que pode cobrir a cabeça de um recém-nascido e da face [1] .

O nascimento com uma coifa é raro, ocorrendo em menos de 1 em 80.000 nascimentos. A coifa é inofensiva e é removida imediatamente pelo médico ou parteira no momento da entrega da criança.


O nascimento "en-omento", para não ser confundido com o nascimento "teias", ocorre quando a criança nasce dentro de todo o saco amniótico.


Eu nasci assim.

Paras saber mais, clique sobre, Mais informações, abaixo.



O saco sai para fora no momento do nascimento, com o líquido amniótico e a criança no interior da membrana inteira ou parcialmente quebrada.

Conteúdos

1 Tipos

2 Remoção

3 Epidemiologia

4 História

5. Na literatura

6 pessoas notáveis ​​nascidas "no omento"

7 Referências

8 Ligações externas



Tipos

Uma criança "nasceu com o omento" tem uma parte de uma membrana nascimento permanecendo na cabeça. Existem dois tipos de membranas, e há quatro maneiras que tais coifas podem aparecer.



O tipo de teia mais comum é um pedaço do revestimento interno fino, translúcido do âmnio que se afasta e forma firmemente contra a cabeça durante o processo de nascimento.



"Raramente, em épocas passadas, como agora, um bebê nasce com um tecido fino, translúcido, um fragmento da membrana amniótica, cobrindo a cabeça.

O remanescente é conhecido como uma coifa." [2] Tal coifa normalmente se agarra à cabeça e rosto, mas em ocasiões mais raras cortinas sobre a cabeça e, em parte, para baixo do tronco. Na Alemanha, isso seria chamado de "capacete" (Galea) para os meninos; e na Itália, para meninas, um "filé" (Vitta) ou "camisa" (indusium, CAMISIA). [3] Na Polónia é chamado de "bonnet" (Czepek), para ambos os sexos.



Um tipo menos comum de omento, do tipo de tecido desconhecido, é colado à face e cabeça por pontos de fixação e é enrolado atrás das orelhas, fazendo com que o processo de remoção seja mais complexo.

Em casos extremamente raros, as teias mais espessas encerram todo o corpo da criança, semelhante a um casulo.



O tipo mais raro de omento é uma membrana espessa, macia de um tipo de tecido desconhecido, que se forma presumivelmente contra a cabeça do bebê durante a gestação. "Cornelius Gemma, um médico do século XVI ... descreveu curiosamente como sendo" ... o resto de uma outra membrana, muito mais suave do que o âmnio, mas, no entanto, mais sólida .... ' "[2]



Remoção

A coifa é inofensiva e é removida imediatamente pelo médico ou parteira no momento da entrega da criança.

Se a membrana for do tecido amniótico, ele é removido por escorregar facilmente para longe da pele da criança.

A remoção da membrana mais espessa é mais complexa. Se isso for feito corretamente, o médico assistente irá colocar uma pequena incisão na membrana através das narinas de modo que a criança possa respirar.

Os laços são, então, cuidadosamente desenlaçados de trás das orelhas. Em seguida, o restante da coifa pode ser puxado para trás com muito cuidado com a pele do rosto do bebê, ou suavemente esfregada com uma folha de papel, que é depois descartada. Se removido muito rapidamente, as teias podem deixar feridas na pele da criança nos pontos de fixação, o que pode deixar cicatrizes permanentes. [2]



Epidemiologia


Nascimento em coifa é uma situação rara, ocorrendo em menos de 1 em 80.000 nascimentos.

Esta estatística inclui nascimentos redenhos, que ocorrem mais frequentemente do que autênticos nascimentos de omento; portanto, autênticos nascimentos de teias são mais raros do que a estatística indica. [4] A maioria dos "en-redenhos" em seus nascimentos são prematuros.



História

De acordo com Aelius Lampride, o menino-imperador Diadumeniano (208-218) foi assim chamado porque ele nasceu com um diadema formado por uma coifa. [5]



Nos tempos medievais o surgimento de uma coifa em um bebê recém-nascido era visto como um sinal de boa sorte. [6]

Era considerado um presságio de que a criança estava destinada à grandeza.

Guardar as teias em papel foi considerado uma importante tradição de parto: a parteira esfregava uma folha de papel em toda a cabeça do bebê e do rosto, pressionando o material do omento para o papel.

O omento seria então apresentado à mãe, para ser guardado como uma relíquia de família.

Algumas tradições europeias modernas cedo ligavam o nascimento com coifa com a capacidade de defender a fertilidade e a colheita das forças do mal, particularmente das bruxas e feiticeiros. [7]



No folclore se sugeria que a posse de teias de um bebê daria seu portador boa sorte e proteção a essa pessoa de morte por afogamento.



As coifas guardadas, portanto, eram altamente valorizadas pelos marinheiros.

As mulheres medievais frequentemente vendiam estas coifas para marinheiros por grandes somas de dinheiro; uma coifa era considerada como um talismã valioso. [8]



Na língua polaca, a palavra wurodzony czepku / a ( "nascido em uma capota ') significa uma pessoa que está sempre com muita sorte.



A frase em russo родился в рубашке ( "nascido em uma camisa") refere-se a redenhos de nascimento e figurativamente significa "nascido com sorte".

Muitas vezes, é aplicada a alguém que é alheio a um desastre pendente que é evitado somente através de sorte, como se as teias de nascimento persistissem como uma armadura sobrenatural, e neste sentido comumente aparece em títulos ou descrições de vídeos dashcam russos.



Nem todas as crenças culturais sobre coifas são positivas. No folclore romeno, os bebês nascidos com uma coifa são candidatos para se tornar vampiros após a morte.



Na literatura

Charles Dickens, David Copperfield, publicado em Londres 1850:

"Eu nasci com uma coifa, que foi anunciada para a venda, nos jornais, ao preço mínimo de quinze guinéus. Se as pessoas de mar estavam com falta de dinheiro sobre esse tempo, ou estavam com falta de fé e jaquetas de cortiça preferidas, eu não sei; tudo que eu sei é que havia apenas uma licitação solitária, e que era de um advogado ligado à conta do negócio de corretagem, que ofereceu duas libras em dinheiro e o restante em xerez, mas se recusou a ser garantido de se afogar em qualquer maior barganha. "

"Consequentemente, o anúncio foi retirado em uma perda morta ... e dez anos depois, o omento foi colocado em uma rifa para baixo em nossa parte do país, com cinquenta membros a meia-coroa uma cabeça, o vencedor de passar de cinco shillings. Eu estava para me apresentar, e eu me lembro de que me senti muito desconfortável e confuso, sobre uma parte de mim que estava sendo descartada dessa maneira. O omento foi ganho, eu me lembro, por uma senhora de idade com uma mão em forma de cesta .... É um fato, que será lembrado por muito tempo, de tão notável que é que ela nunca se afogou, mas morreu triunfante na cama, com noventa dois anos de idade."


No romance de Betty Smith A Tree Grows in Brooklyn, Francie Nolan nasce com uma coifa. A parteira que oficiou o nascimento roubou as teias e mais tarde vendeu por US $ 2,000 a um marinheiro do Brooklyn Navy Yard. Acreditava-se que quem usava uma coifa não poderia se afogar.


A profecia dada a uma criança que nasce com a coifa é a base do conto de fadas de Grimm Os Três Cabelos de Ouro do Diabo.


Em Shipping News, o Prêmio Pulitzer livro de vencimento por Annie Proulx, amigo de Quoyle Partridge tivesse nascido com uma coifa e "tinha certeza de sua própria sorte."


No filme Oscar e Lucinda, o pai de Oscar dá-lhe as teias que ele tinha na cabeça ao nascer. Oscar tem uma fobia do mar e de água em geral, ligada à morte de sua mãe quando ele era criança. Ele carrega esta coifa com ele até que ele morra, ironicamente, por afogamento.


Na Gypsy jogo: A Fábula Musical, Mama Rose diz Louise (Gypsy Rose Lee): "Você nasceu com uma coifa.



Isso significa que você tem poderes para ler palmas das mãos e dizer fortunas - e coisas maravilhosas irão acontecer com você.".


Cantares de Toni Morrison encena uma cena em que observadores descrevem Milkman como "misteriosa" e "profunda", enquanto pedindo junto, se ele nasceu com uma coifa.


Outro mito associado com uma coifa é destaque no conto "The Scarlet Ibis". Quando o irmão do personagem principal, Doodle, nasce em uma coifa, sua tia afirma que coifas são feitas de camisola e todos devem respeitar a Camisola de Jesus para que a pessoa possa tornar-se um santo um dia.



Em Stephen King O Iluminado, o 5-year-old filho do personagem principal, Danny "Doc" Torrance, nasce com uma coifa que o fez parecer como se ele não tivesse "cara" no momento de seu nascimento.

Embora sua mãe e seu pai não acreditem que Danny tem "segunda vista", Danny tem habilidades premonitório]as em toda a história.

Na sequência o médico do sono, o personagem Abra também nasce com uma coifa e tem habilidades paranormais.


Em Witch abril de Majgull Axelsson, tanto dos personagens centrais Hubertsson e Desirée são "nascidos para as teias".


Em Guillermo del Toro e Chuck Hogan de The Fall, a segunda parte da trilogia Strain, filho do Dr. Ephraim Goodweather, Zack, é descrito como sendo "nascido no omento".


No caso do nascimento de Ami McKay, o personagem principal, Dora Rare, nasce com uma coifa sobre os olhos.

Porque o personagem é nascido em uma cidade antiga as teias são consideradas valiosas, e a mãe dá-lo para a parteira para se manter seguro. Quando a coifa é apresentada a Dora como uma adulta, ela não permite que o marido a leve e ele se afoga naquela mesma noite.


Dean Koontz fala sobre coifas em seu romance Whispers. Os gêmeos nasceram, ambos com uma coifa. "Ela estava fascinada. Você sabe, algumas pessoas pensam que uma criança nascida com uma coifa tem o dom da segunda visão." No entanto, a mãe acredita que é a marca de um demônio.


O romance de Tina McElroy Ansa bebê da família representa um personagem principal e nasce com as teias e sua luta para lidar com a capacidade de ver espíritos devido à incapacidade de sua família a acreditar no fenômeno e devidamente prepará-las para lidar com seu dom.


No romance de Orson Scott Card Seventh Son, a primeira parte da série Os Contos de Alvin Cabelo, Alvin Miller (o sétimo filho de um sétimo filho) nasceu com uma coifa, um sinal de seus fortes dons extraordinariamente mágicos.


Em Giants de Ole Edvart Rolvaag na Terra, Beret e Per Hansa tem um filho Peder Seier (ou Peder vitorioso) nasceu com o omento; Hansa era um pescador na Noruega antes de vir para as planícies de Dakota do Sul, e o simbolismo do omento é importante para esses imigrantes particulares. Em uma tentativa de manter-se fiel ao texto original norueguês, a tradução refere-se ao omento como "o capacete".


Em Brian McGreevy Hemlock Grove, Roman e Shelley Godfrey são ambos nascidos com uma coifa, indicando sua natureza "sobrenatural" para sua mãe.



Na novela de mistério de Louise Penny O homem mais cruel, Inspector Jean Guy Beauvoir nasceu com uma coifa.


No romance de fantasia histórica de Guy Gavriel Kay Tigana, aqueles que nasceram com as teias são marcados como Caminhantes da noite, homens e mulheres capazes de entrar em um mundo de sonho para lutar uma luta desconhecida para a terra conhecida como a Guerra do Ember. Possivelmente baseado em um culto da fertilidade italiano do século 16, o benandanti.


No romance de ficção histórica Deborah Harkness 'A Descoberta das bruxas, Diana Bishop nasce com uma coifa. Seus pais acreditam que é um sinal de que o destino de Diana é "permanecer entre os mundos."


Cauls figurar com destaque em dois romances americanos. O menos conhecido é de Tina McElroy Ansa "Baby da Família", em que o ritual de beber chá omento, água misturada com fluido de placenta, é realizado para fornecer um escudo de proteção para o recém-nascido. O romance bem conhecido é o de JD Salinger "O Apanhador no Campo de Centeio", em que o personagem principal, Holden Caulfield, que se refere ao seu ancestral literária, David Copperfield na página de abertura da novela, tenta proteger a inocência das crianças em atos e fantasia ao longo do romance, até que ele aceita no penúltimo capítulo da novela que "se [inocentes] cairem, eles caem."

Pessoas notáveis ​​nascidas "no omento”.

Edwin Booth [9]

Lord Byron [10]

Charlemagne

Vseslav de Polotsk

J. G. Farrell, romancista [10] [11]

George Formby, Jr.

Freud [12]

Lillian Gish [10]

James Iha

Liberace [10]

Napoleão

Sergei Pankejeff

James VI e eu

Gabriele d'Annunzio [13]

Kim Woodburn [14]

Alan Moore

Edna St. Vincent Millay [15]

Referências

Ir para cima ^ omento. Thefreedictionary.com. Recuperado sobre 2011-10-15.

^ Ir até:? A b c http://caulbearersunited.webs.com/-%20New%20Folder/EarliestCaulBearer.pdf[

Ir para cima ^ O que é um Caulbearer?

Ir para cima ^ Caul, ou enfrentar Véu, ocasionalmente presente no nascimento. Arquivado do original em Medical College of Wisconsin, em 21 de Abril de 2008. Retirado 22 de agosto de 2015

Ir para cima ^ arquivo PDF. caulbearersunited.webs.com

Ir para cima ^ Vikki Campion. (2008-12-31) nascimento de Dolores Pancaldi na membrana protetora. O Daily Telegraph via News.com.au. Recuperado sobre 2011-10-15.

Ir para cima ^ A história de estes chamados benandanti é relatada no estudo de Carlo Ginzburg A Noite Batalhas: Magia e Bruxaria de cultos agrários no século XVI e XVII, Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1983.

Ir para cima ^ Oliver, Harry (2006). "12". Black Cats & Quatro trevos da folha. New York: Penguin Books. ISBN 978-0-399-53609-0.

Ir para cima ^ Giblin, James (2005). Bom irmão, irmão mau: a história de Edwin Booth e John Wilkes Booth. New York: Clarion Books. p. 7. ISBN 0-618-09642-6.

^ Ir até: a b c d http://caulbearersunited.webs.com/notablecaulbearersarts.htm

Ir para cima ^ O cerco de Krishnapur New York Review Books

Ir para cima ^ D.P. Morgalis, Freud e sua mãe. Pep-web.org. Recuperado sobre 2011-10-15.

Ir para cima ^ Lucy Hughes-Hallett. O Pike: Gabriele d'Annunzio - poeta, sedutor e pregador da guerra. Fourth Estate, 2013, p. 90. ISBN 978-0-00-721395-5.

Ir para cima ^ Woodburn, Kim (7 Setembro 2006). Invicto: A História da Minha Infância Brutal. Hodder & Stoughton Ltd. ISBN 0-340-92221-4.

Ir para cima ^ Nancy Milford. Savage Beauty: A vida de Edna St. Vincent Millay. Random House, 2002, p. 18. ISBN 0-375-76081-4.

Ligações externas

Olhe para cima omento em Wiktionary, o dicionário livre.

“Coifa, ou enfrentar o Véu, ocasionalmente presente no nascimento"

Folclore da Ilha de Man, Ch. 8

Portadores de Coifa United: [1], inclui referências da História Social da coifa por Dr. Thomas R. Forbes

Categorias: ObstetricsOffalMidwifery

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