. . . Em 10 de maio de 2012, meu poema intitulado 'Fugindo Numa Tela de Van Gogh' conquistou o 2º Lugar no III Prêmio Literário Legislativo de Caçapava do Sul (RS), na categoria 'Poesia - Comunidade'.
O evento contou com a participação de 433 inscritos, oriundos de todo o Brasil, além de escritores de Japão e Suíça.
A partir deste concurso, foi produzida antologia, com os premiados em cada uma das categorias (conto, crônica e poesia).
Deixo aqui meus sinceros agradecimentos aos membros da Câmara Municipal de Vereadores de Caçapava do Sul (RS), bem como aos membros da Casa do Poeta Caçapavano, pela competência na organização do evento.
Parabenizo também a todos os participantes. E até a próxima! . . .
No dia 14 de setembro de 2012, em cerimônia realizada no Palácio de Cristal, na belíssima cidade de Petrópolis (RJ), o livro 'GRITOS VERTICAIS' foi agraciado com o Troféu 'Cláudio de Sousa', conferido pela Associação Internacional de Escritores e Artistas (LITERARTE), na categoria: 'Melhores Livros de Poesias 2012'.
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Deixo aqui registrados os meus mais profundos agradecimentos a Bárbara Pérez, Izabelle Valladares e Dyandreia Portugal.
Entre deuses e mundos infindos saúdo Netuno, que é meu irmão; depois de milênios vivendo em seu reino me lanço no espaço obscuro do céu, fui brincar com Atena no anel de Saturno e plantar em Mercúrio um novo sorriso, pra louvar o amor de Dadá e Corisco, com as bênçãos de Gandhi e Jubiabá!... Voando sereno, nas asas do sonho, montado em Pégaso, nesse galope interestelar!
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E se o mar é miúdo pra minha nau, o bem e o mal não são páreos pra mim; feroz como um raio, parto pra Marte, no grande estandarte: o Corão e o Pasquim. Medusa sugere o caminho pro sol, mas cruzei a galáxia guiado por Thor; e vi doze sereias amarem Narciso, felizes, ao som de Dodô e Osmar!... Voando sereno, nas asas do sonho, montado em Pégaso, nesse galope interestelar!
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Numa lua de Urano: oceano de luzes, com mil tons lilases e gases néon, vi quasares sugados por buraco negro em tela de Dali e verso de Drummond; a voz de Elis ecoou dentro do big-bang, fazendo o tempo render-se à canção que Homero escreveu numa tarde, em Vênus, enquanto valsavam Zeus e Piná!... Voando sereno, nas asas do sonho, montado em Pégaso, nesse galope interestelar!
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De volta à Terra, retomo a quimera, bandeira maior de nossos ancestrais: viver em harmonia, num mundo sem guerra, sem dor, sem miséria, fome ou solidão, em que toda ambição busque o bem-comum; sendo tudo tão belo tal Rio e Cancún, selando, pra sempre, a paz derradeira no beijo de Obama em Ahmadinejad!... Voando sereno, nas asas do sonho, montado em Pégaso, nesse galope interestelar! . . .
Em 14 de julho de 2012, em cerimônia realizada no Palácio das Águias, tendo Nara Leão como patronesse, fui empossado, como membro efetivo, na Cadeira n.º 16 da Academia de Artes, Cultura e Letras de Marataízes (ES).
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Registro, aqui, meus agradecimentos à Bárbara Peres, presidente da academia; bem como a todos os parentes, amigos e demais presentes.
SONETO DA RAZÃO DO LOUCO (André L. Soares) . Se controlado, então passo a ser outro,... mas, se me mostro livre e original, a sociedade prima pelo igual e logo diz que sou só mais um louco. . Se invento coisas, tal um deus absorto – posto que em mim existe um mundo real –, alguém me interna; e pra curar o ‘mal’... ...ganho torturas para a mente e o corpo. . Mas, alguém sabe sobre o certo e o errado? Por isso indago;... e quem puder me diga: – Serão malucos todos em suplício? . – Quem mais merece estar dentro do hospício: o homem insano,... pronto para a briga? ou,... o homem normal,... passivo feito gado? . . .
. . . UMA CANÇÃO URBANA (André L. Soares) . Pela janela do automóvel toda a cidade passa rápida, porém, meus olhos só vêem você. Furo os sinais, de encontro à hora trágica, mas enquanto ela não vem… forço a sorte, indo além dos limites do motor… . Pareço ouvir o ranger das rotações,… é só a voz do demônio do farol e eu pisando fundo, na Rodovia do Sol. . Uma a uma, vou ferindo as leis de trânsito. No asfalto, gritam os quatro radiais. Alguém buzina, para chamar minha atenção… – esforço vão – Ligo o rádio,… aumento o som, acendo um cigarro; acelero ainda mais, rumo à BR-101... . Em meu ouvido parece um ‘blues’,… é só a canção do Vento Sul e eu pisando fundo, na Rodovia do Sol. . . .
. . . NOME PERFEITO (André L. Soares) . Fogo, o que tens entre as pernas; o amor, teu mais utópico sonho; as ruas são teu eterno colégio; desejo é a dimensão de tua fome e eu,... teu mais rústico homem. . A angústia mora no teu relógio; paixão, o que vem de tua alma; sexo é o senhor de teus mundos; pudor, tua lei interna não quer;... teu nome completo... 'mulher'! . . .
. . . OS INVISÍVEIS (André L. Soares) . Famintos pelas ruas, vestidos com mulambos, calçados com chão duro; banhados na sujeira, sob as luzes do entulho. Tratados pior que bichos: têm por teto, as estrelas; por comida, só o lixo; quando mortos, sem velório; enquanto vivos, sem defesa. . São os filhos invisíveis, desse matrimônio inglório da maldade com a pobreza. . . .
. . . SOLIDÁRIOS (André L. Soares) . Ilhas de náufragos que se ajudam, trocando apoio, mesmo que mínimo, ainda que o esforço pareça infindo, nunca lhes falta a esperança;... ilhas de náufragos que ao mar se lançam, ávidos por salvar mais vidas. . Podem essas rochas ser resistentes,... ordem de homens que não se rendem, enfrentando a fúria das tempestades e todas as dores que nem são suas, até que se alcancem os continentes. . . . . . .
Caros Leitores: . Sueli Gallacci, do blog ‘A Cor da Gente’, está com a filha internada e precisando, com urgência, de transplante de rins. Há muita gente tentando ajudar de muitas maneiras: uma delas é multiplicando o ‘link’ [‘A Cor da Gente’] para a postagem onde ela fala desse momento tão difícil. Por favor, sejam solidários e ajudem também!
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SINUOSA (André L. Soares) . O teu gozo é um misto de felicidade e dor, como o sorriso de uma escrava debochada, acostumada ao chicote. . Paixão é o som do encanto desse guiso de serpente sinuosa, que de repente me enlaça e muda todo o meu destino. . E eu que sonhei um dia correr caminhos vagabundos – cão-danado, atrevido paladino –, quero agora ser somente outra vítima (voluntária) de teu bote. . . .
. . . PUNHAL (André L. Soares) . Em mim tudo termina,... o ciúme, a cisma, a sina, só o sangue quente continua a escorrer, iluminado pela lua, que acentua a tez do rubro, até que esteja coagulado no corte que agora encubro com meu frio e afiado aço. . Em mim tens o inverso do carisma,... a sina, o ciúme, a cisma, quando tua mente se faz violenta sou a bússola que te desorienta, até que tornes efetivo o ato, que jamais pensaras cometer, parando só quando – de fato – nada mais houver a se fazer. . Em mim tudo é gume,... a cisma, a sina, o ciúme – sementes do ódio e do rancor –, e quando me empunhaste, galgaste o pódio da tragédia, beijaste a morte e a miséria,... sem que pudesses notar, o diabo te dera um abraço. . . .
. . . FREVINHO (André L. Soares) . Procurando a alegria me esqueci do cansaço, pus minha fantasia e me joguei nos seus braços. . Como um folião insano inventei novos passos, para seguir o encanto e o brilho dos seus lábios. . Pelos bairros de Recife,... pelas ruas de Olinda,... ladeira acima,... ladeira abaixo;... arrastando asa atrás da bela menina, eu perdi a cabeça e até perdi os sapatos. . Sob o calor desse sol o frevo foi bom,... o frevo foi bom. Sob os timbres desse som o frevo foi bom,... o frevo foi bom. . . .
. . . SAMBA DO AMOR PERFEITO (André L. Soares) . Confessa logo que você me deseja, .............[ Ele ] que se falo em seu ouvido você fica louca; que seu corpo até lateja se ouve minha voz, que quando pensa em nós, fica toda faceira; quer rasgar a roupa e se entregar inteira, quase me implorando um beijo na boca. . Confesso logo que eu jamais lhe esqueço, .....[ Ela] que se fala em meu ouvido, acaba toda pressa; que quando penso em nós, nada mais interessa, que quando você passa, perco minha cabeça; nem mesmo sei meu nome, telefone, endereço e suplicar seu beijo é tudo que me resta. . Sendo o que se quer, acertaremos o passo ..... [ Juntos ] no compasso do destino que nos faz unidos; decididas almas-gêmeas que se apaixonaram, macho e fêmea que se amam, assaz atrevidos: somos dois banidos desse Paraíso imperfeito, revelando a todos que o amor é possível. . . .
. . . SOBREVIVENTE (André L. Soares) . Diga aos escravocratas, aos cafetões, aos injustos, aos racistas, aos corruptos, aos inimigos da paz; fale nos latifúndios, sob o olhar dos coronéis, grite aos assassinos, nos porões do submundo: – Que, apesar de tanto estrago,... o amor sobreviveu! . Anuncie aos tiranos, aos cobradores de impostos, aos que nos querem mortos, ao patronato cruel; piche o muro do quartel, publique em cada jornal, avise aos donos do mundo, em saguões de aeroportos: – Que, apesar de seus esforços,... o amor sobreviveu! . . .
. . . PARENTESCO (PARA JU RIGONI) (André L. Soares) . Corri os olhos no papel e me ofuscaram as tuas letras,... essas palavras sempre certas, esse caráter que não verga, de mulher que se reinventa: ser, matéria e obra-prima. . Após plantar tanta poesia, novos delírios são tua lavra, pois se a arte é essa semente que dá frutos na cabeça, o teu lirismo é verso e prosa em seio fértil, onde germina. . E ainda que as manhas do destino deixem-te à margem da fortuna, as tuas jóias – uma a uma –,... gentilmente outorgadas aos amigos, fazem de ti a mão que afaga,... conterrânea e consanguínea. . . . . . Ju Rigoni, grande amiga e poetisa genial, faz aniversário hoje. Para conhecer mais de sua arte, acesse: Fundo de Mim, Mira na Rede, Medo de Avião ou Dormentes. . Parabéns, Ju! . Que seus dias sejam sempre repletos de felicidade, sucesso, saúde e paz. . Beijos, minha amiga. . . .
. . . ALÉM DO AMOR (André L. Soares) . Maravilhoso seria possuí-la, mostrar-me todo e real a ela, abrir à volúpia uma janela, o portão, a porta, a casa inteira, até que se fizesse verdadeira, alojando-se confortável ao coração. . E por ser assim profunda, então... toda palavra se tornando obsoleta, a felicidade fazendo-se completa, mergulhados os corpos no silêncio, faríamos amor, como hoje penso: a paixão elevada, além da poesia. . A prática conduzir-nos-ia ao cansaço e este, ao mais perfeito deleite: vê-la dormir – tal anjo – ao abandono, instante em que... atrevido, eu pararia o universo, só pra evitar que alguma luz distante pudesse – talvez – incomodar seu sono. . . .
. . . CANÇÃO DO OUTONO SOMBRIO (André L. Soares) . Tenho pisado em folhas secas que se amontoam aos pés das cercas, depois esvoaçam pelo chão. Acima, quase brilha um sol cinzento simultaneamente ao vento, que uiva a mais sombria das canções. Vivo uma tristeza há mais de trezentos dias sem ver flor ou ler poesia, numa busca que parece ser em vão. . Nos meus olhos respinga a garoa fina que se funde às minhas lágrimas... (nem sei se sou eu quem chora ou se é o céu). Escondido sob o espesso sobretudo carrego o peso do mundo em minhas costas, seguindo só com minhas botas e o destino infiel. No meu caminho, a primavera não é óbvia, sinto mais frio que num inverno em Varsóvia (sonhos congelados na nevasca da ilusão). . Aspiro o pó branco que sobe pelas narinas ou mergulho na bebida ofertada nos bares... (falsas amigas que me empurram para a cova). Não mais havendo lua-nova em minhas noites semicerro as pálpebras e me acostumo ao breu; afinal, o pior inimigo a enfrentar ainda sou eu. . Feito um corsário sem rumo, minha alma de pássaro ganhou o azul, migrou pro Sul,... foi embora no outono. E se me mantenho em pé é por paixão: tenho fé, que apesar de tanta derrota, ao abrir alguma porta, ainda haverá verão. . . .
. . . ESTRO (Rita Costa & André L. Soares) . Adoro a forma como absorve o que de minha alma a palavra se alimenta;... parece que invade minhas entranhas, onde apanha letras e fonemas. Sinto que preencho espaços resguardados de outras eras, quando vejo que em seus versos há muito de minha essência. . Não sei o que você pensa... – penso que nem me entendeu –, mas sua poesia surge no papel, e, quem diria,... lá estou eu! . . .
. . . DAS MARÉS (André L. Soares & Rita Costa) . Teu jeito criança veio com o mar. A tua esperança nasce do mar. A cor dessas tranças brilha no mar;... o futuro nas conchas, vi na pérola negra em meio ao coqueiral. . O fim desse mundo é o limite do mar. Os desejos profundos vêm do fundo do mar. Nosso sonho mais lindo sonho à beira-mar;... no ouro da praia, na cama de areia, coroar-te mulher. . À tardinha o céu desce até beijar o mar. O profeta já disse que o sertão vira mar. Então, faço uma prece louvando esse mar;... ao lançar minha rede sempre peço pra lua um novo amanhecer. . . .
. . . BICHO-DO-MATO (André L. Soares) . Desde cedo deixei o medo de lado e me lancei no encalço dessa lida traiçoeira; arrebentando elos, cordas, cabeças, cabaços, portas, taramelas, cancelas, porteiras. . Só desejo o espaço livre no vasto da estrada, com a liberdade própria dos bichos-do-mato; dispensando tudo que me seja um fardo, salto de peito aberto pelas cachoeiras. . Não divido meus caminhos entre o bem e o mal; tampouco temo a hora da flecha certeira. . Sou avesso a qualquer coisa que imponha limites; desconheço as leis, os reis, as fronteiras; vim ao mundo pelo belo que a vida oferta: – o mar, o pôr-do-sol, a areia, os rabos-de-saia,... a loucura sensual do amor à lua-cheia! . Não divido meus caminhos entre o bem e o mal; tampouco temo a hora da bala certeira. . . .
. . . VEREDAS E DIAMANTES (André L. Soares & Rita Costa) . Ver-te aqui, nessas horas... de palavras sentidas, sem alarde, em que transcendes a poesia,... é ter nos olhos refletido o sereno transparente da aurora. . Vertes em mim,... inconsciente, toda a alma em verdades que transpassam pela pele,... revelando fragmentos que até então desconhecias. . Enfim,... invertidos os prismas, busco, no oculto de tua lágrima – delatora a descer sobre os relevos –, o umbral que me leve aos rituais de intuições e de segredos. . Assim,... verso a delicada semente, subscrevendo em silêncio cada verbo dos gestos que vi florescer, em mais um dia, pela essência dos sorrisos. . . .
. . . GRITO VERTICAL (André L. Soares) . Têm momentos em que a Geometria é louca Tudo fazendo parecer fora de esquadro Triângulo-retângulo - desenhado no dia-a-dia Travestido de círculo-vicioso
Embutido - silencioso - nas linhas do hexágono Expondo duas vidas - paralelas - que se buscam E que - não adjacentes - cruzar-se-ão no nunca Esperando - talvez - um milagre assimétrico. . Apostando - quem sabe - no absurdo geográfico Ambas ofertando o tempo à pira do sacrifício Alheias à dor, à saudade e ao ridículo Andam livres - a sorrir - à beira do precipício Marcando e adiando - comumente - seus encontros Matando - na distância - o seu melhor Movendo-se - sem perpendiculares - por vias diferentes. Mormente - a essas retas - o beijo é algo impossível Olham-se - sempre separadas - sustentadas no desejo Obstruídas - que estão - pela linearidade lógica e precisa. Obtusa paixão - inviabilizada pela Física: Obviamente - esse amor - tende ao infinito intangível. . . .