Exactamente.
Há três anos este blogue dava nome a um post: "Prof. José Manuel Silva a Bastonário!".
Não sei se há três anos o Prof. José Manuel Silva já tinha decidido candidatar-se, mas o Médico Explica Medicina A Intelectuais já tinha escolhido o seu candidato.
Somos o pai da sua candidatura, e por isso declaramos o apoio ao Prof. José Manuel Silva.
De um dos jornais médicos que habitualmente me chegam ás mãos e pela pena de um jornalista da área da saúde (desconheço se pertence ao corpo redactorial ou é colaborador de algum orgão generalista da imprensa escrita ou outra) respinguei este naco de divertida prosa e que não resisto a partilhar com os leitores deste blog. A este propósito e porque alguns emails me/nos têm chegado, indagando do meu/nosso relativo silêncio, diga-se que os MEMAIs estão vivos, atentos e de boa saúde...apenas a justiça é lenta e a fase é de mandar tudo abaixo de Braga... Mas que se cuidem os "escrevinhadores" e quejandos que tantos nos adoram... somos dos de antes quebrar do que torcer...
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PONTO DE VISTA
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Senhora ministra da Saúde
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Só o facto de saber que o motivo pelo qual ouso roubar-lhe uns minutos do seu precioso tempo contribuirá, simbolicamente, é certo, mas contribuirá, para resolver um dos principais problemas que a atormentam — e vá lá, porque entrevejo a possibilidade de dar largas à minha veia assistencial — demoliu as últimas barreiras de timidez à proposta que tenho a honra de lhe apresentar.
Bem, por aqui me fico, pois não quero que a vaidade tolde, aos olhos da sr.ª ministra, o genuíno impulso generoso que me anima, a par, evidentemente, de um legítimo anseio de arredondar o vencimento, nesta época tão dificultosa que nos é dado viver.
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Infarmed chumba uso hospitalar de fármaco para cancro de mama e cancro de pulmão
21.04.2010 - 10:04
Por Alexandra Campos
Médicos temem que decisão seja mau precedente, porque há terapêuticas inovadoras a aguardar aprovação.
O uso de um fármaco indicado para casos de cancro de mama metastizado e cancro de pulmão nos hospitais públicos foi chumbado pela autoridade nacional do medicamento (Infarmed). Os peritos do Infarmed consideraram que o bevacizumab (Avastin, de nome comercial) não demonstrou de forma inequívoca valor terapêutico acrescentado quando adicionado aos tratamentos habituais, no caso do cancro de mama já disseminado.
Quanto ao cancro do pulmão de não pequenas células, concluíram que apresenta apenas um "ligeiro benefício clínico" (mais dois meses de vida) e que o seu custo é "excessivo" face a este benefício. O Avastin custa cerca de 2500 euros por cada ciclo de tratamento.
O presidente do Infarmed, Vasco Maria, faz, porém, questão de sublinhar que as decisões não têm a ver com critérios economicistas. Sublinha, a propósito, que dos 34 medicamentos sujeitos a avaliação pela autoridade desde 2007, apenas cinco foram rejeitados.
Mas esta é a primeira vez que um medicamento oncológico não recebe "luz verde" do Infarmed para ser usado nos hospitais. E a decisão, ontem avançada pelo Correio da Manhã, já está a ser alvo de contestação, tanto pelo presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro, Carlos Oliveira, como pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Ricardo Luz. O colégio da especialidade de Oncologia da Ordem dos Médicos (OM) também não concorda e ontem decidiu que vai suscitar esta questão junto dos órgãos executivos da OM, adiantou o respectivo presidente, Jorge Espírito Santo.
"Gravíssimo precedente"
Argumentando que este é um "gravíssimo precedente", uma vez que há neste momento várias moléculas inovadoras a aguardar pela avaliação do Infarmed, Ricardo Luz nota que o Avastin só não é usado para cancro de mama metastizado no Reino Unido e em dois países de Leste.
Os três médicos lembram que o uso do Avastin nestas indicações foi aprovado pela agência europeia do medicamento (EMEA) e que as próprias recomendações terapêuticas feitas por peritos portugueses para a Comissão Nacional de Doenças Oncológicas também prevêem a sua utilização, pelo que não entendem a decisão do Infarmed.
São coisas diferentes, retorque Vasco Maria. "O Infarmed não está a avaliar o que a EMEA já avaliou (a qualidade, eficácia e segurança), mas sim o valor terapêutico acrescentado", afirma.
"Não vou dizer se dois meses de vida valem 50, 60, 80 mil euros. A sociedade tem que discutir se acha que se devem gastar 80 mil euros para mais dois meses de vida ou em campanhas de prevenção do tabagismo", argumenta ainda.
Esta decisão surge numa altura em que a indústria farmacêutica tem denunciado os atrasos na aprovação de medicamentos inovadores, que chegam a superar os 800 dias na oncologia.
Ontem, a ministra da Saúde admitiu que há atrasos, mas sublinhou que uma análise rigorosa "implica algum tempo".
Saiu da Urgência para salvar o filho com ataque de asma
Após sete horas de espera em vão, valeu-lhe ter recorrido ao Centro de Saúde de Amora
00h30m
SANDRA BRAZINHA
Desesperada pelas mais de sete horas que estava à espera para que o filho fosse atendido nas urgências do Hospital Garcia de Orta, em Almada, uma mãe do Seixal viu-se ontem "obrigada" a abandonar o serviço com o agravar da crise asmática do jovem.
"Saí do hospital sem o João ser atendido, sem ter alta, e fui para o Centro de Saúde da Amora. Chegámos ao hospital eram 00.50 horas e saímos de lá às 08.24 horas", conta Ângela Silva, de 40 anos, mostrando-se angustiada com o facto de o filho asmático ter passado a noite inteira numa espera em vão.
Foi por essa razão que a última coisa que fez antes de sair do Hospital Garcia de Orta (HGO) foi apresentar uma queixa no livro de reclamações. "Fiquei indignada, porque não viram um menino de 15 anos. E se foi de ambulância é porque a situação era grave. Ele já nasceu asmático e é seguido no Garcia de Orta. Daí a minha revolta ser maior", reforça, mencionando que anteviu o pior quando soube que à frente do filho, que não tinha uma crise de asma há dois anos, estavam entre 15 a 16 pessoas.
Ele tinha lá ficado...
"Se não tivesse abandonado a urgência ele tinha lá ficado. Provavelmente agora não terá problemas, porque foi bem atendido, mas poderia ter sido pior se eu tivesse lá continuado", afirma, dizendo que a situação foi-se agravando com o passar das horas.
Para Ângela Silva, o problema não é a má qualidade do serviço, mas sim a falta de atendimento. "Esta é uma chamada de atenção para que o se passou não volte a acontecer", nota.
Pouco depois das 9.00 horas, João deu entrada no serviço de atendimento permanente (SAP) de Amora, Seixal, onde foi tratado de imediato. Com uma crise asmática no contexto de uma infecção respiratória, o jovem fez compensação da crise com broncodilatores e foi-lhe receitado um antibiótico para tratar a infecção respiratória, tendo regressado a casa pelas 10 horas.
Sobre este caso, o HGO esclarece que a triagem atribuiu ao João a pulseira amarela, que significa uma situação urgente, o que nem sempre implica atendimento imediato. "A criança tem falta de ar, é-lhe atribuída uma prioridade, mas temos de ver que falta de ar tem", explicou ao JN fonte hospitalar, considerando difícil que tenha sido feito um diagnóstico incorrecto. "O sistema praticamente não tem falhas", assegura.
Admitindo que as longas horas de espera são habituais, a unidade estima que, se permanecesse no serviço, o jovem não teria esperado muito mais tempo, dado que pelas 11 horas foi passada alta por abandono. "Em situações de pulseira amarela a espera é neste momento de seis horas", frisa, garantindo que ontem "não houve uma sobrecarga".
Fonte do SAP da Amora confirmou ao JN já ter recebido outros doentes que se cansaram de esperar nas urgências do HGO, nomeadamente um idoso com falta de ar que chegou à unidade "aflito" após ter estado quatro horas a aguardar nas urgência hospitalar.
Mulher, 67 anos, sozinha, com cancro
07.03.2010 - 08:48 Por Alexandra Campos
Pela primeira vez um português morreu com a ajuda da associação suíça Dignitas, organização que promove o suicídio assistido. Era uma mulher de 67 anos, divorciada e sem filhos, que sofria de um cancro em fase terminal, não conseguia suportar as dores e temia ficar incapacitada a ponto de não conseguir deslocar-se à Suíça para pôr fim à vida. Acompanhada de dois amigos, tomou uma substância letal em Junho de 2009.
"Estou a sofrer desde 2007 devido a um cancro que começou no estômago e que agora se confirmou que não tem cura. [...] Estou a tomar drogas que quase não têm efeito e está a tornar-se insuportável viver com a dor", descreve no depoimento em que justifica o pedido de auxílio para o suicídio assistido.
O médico que a seguia em Portugal tinha-lhe dado menos de um ano de vida. Mas ela não acreditava. Convencida de que o fim estava "muito mais próximo", pedia a ajuda da Dignitas, "com urgência". "Temo perder a capacidade de viver sem a ajuda de alguém e especialmente de conseguir ir à Suíça ", explicava. O processo foi rápido. Inscrita na associação em Abril de 2009, morreu em Junho, após duas consultas. A associação suíça dá escassos detalhes sobre o caso. Adianta apenas que era uma mulher com cancro, sem família, e que foi acompanhada nos últimos momentos por dois amigos. Há pelo menos mais sete portugueses inscritos na Dignitas.
Fundada em 1998 pelo advogado Ludwig Minelli em Zurique, a Dignitas já ajudou a morrer 1041 pessoas de 29 países e tem cerca de seis mil membros. São cidadãos alemães e ingleses os que mais recorrem à associação, que tem sido alvo de contestação mesmo na Suíça, onde o suicídio assistido é permitido, apesar de a eutanásia ser proibida. No primeiro caso, é o próprio que toma a droga mortal receitada por um médico, enquanto a eutanásia implica que seja outra pessoa a administrar a substância fatal. Na Dignitas, quando a pessoa decide avançar com a decisão de morrer - todo o processo custa cerca de seis mil euros -, toma primeiro uma substância para não vomitar e depois bebe pentobarbital de sódio. Fica inconsciente e morre, sem dor.
Em Portugal, a morte assistida é proibida e não é sequer ainda possível fazer um testamento vital (declaração antecipada de vontade sobre os tratamentos a recusar, caso a pessoa já não esteja em condições de expressar a sua vontade). Aliás, a morte assistida continua a ser proibida na maior parte dos países, mas em vários, como no Reino Unido, o debate está aberto, lembra Laura Ferreira dos Santos, docente na Universidade do Minho que escreveu um livro sobre o tema (Ajudas-me a Morrer).
"Escamotear este problema não é a solução", defende. E acrescenta: "Se o suicídio assistido ou a eutanásia fossem permitidos em Portugal, esta mulher poderia ter vivido mais tempo." Porque não necessitaria de acelerar o processo por temer ficar incapaz de ir à Suíça.
O presidente da Associação Portuguesa de Bioética, o médico Rui Nunes, que em 2007 avançou com a proposta do testamento vital, não concorda. Sem querer criticar este caso em concreto, defende que seria necessário esclarecer primeiro uma série de circunstâncias para poder ajuizar da legitimidade do pedido. Era preciso saber se a mulher estava "em condições de tomar a decisão em consciência". "Se calhar estava deprimida, foi um grito de desespero", especula. E seria fulcral apurar também se tinha acesso a cuidados paliativos adequados. "A generalidade das pessoas [tratadas] em cuidados paliativos não pede a eutanásia."
Notícia cruel, desumana, insultuosa, que demonstra a crónica falta de sentimentos dos jornalistas do Correio da Manhã.
Devem um pedido de desculpa à doente, com grave depressão psicótica e que, neste caso exerce medicina e é, portanto, médica.
“Mãe e filha correram risco de vida com dose excessiva de comprimidos (Presume-se que esta foto é para os leitores personalizarem bem a notícia maldosa e da médica assassina”)
28 Dezembro 2009 - 00h30
Assim que teve alta, apurou o CM, a mulher de 49 anos regressou à sua actividade normal no serviço de Patologia Clínica, que tem por objectivo auxiliar médicos das diversas especialidades no diagnóstico de doenças e acompanhamento do estado de saúde dos pacientes através de análises. E continua também a ver a filha, que tem uma deficiência profunda.
A direcção do hospital não optou assim por qualquer medida de afastamento preventivo da médica. Não lhe foi imposta baixa psiquiátrica depois de ter cometido um crime premeditado (ver caixa). Esta não terá sido a primeira vez que tentou o suicídio – e a forte depressão, confirmada por pessoas próximas, deve-se em grande parte ao facto de a filha de dez anos sofrer de uma paralisia cerebral.
Contactado ontem pelo CM, José Pinto da Costa, assessor da administração do Hospital de Santa Maria, diz que esta 'não tem nada a ver com o assunto. São acontecimentos da vida privada, que tiveram lugar fora do hospital. É um caso dos tribunais e da polícia'. A administração, recorde-se, mantém a médica a trabalhar no mesmo serviço – tal como desde o início do Verão manteve a técnica de farmácia e o farmacêutico que, segundo o Ministério Público, são responsáveis, cada um, por seis crimes de ofensa à integridade física grave, correspondentes aos danos causados a seis doentes que cegaram por erro grosseiro daqueles dois funcionários.
Ao que o CM apurou, a criança vive no Alentejo com o pai, também ele médico, e já recebeu visitas da mãe desde que teve alta dos Cuidados Intensivos precisamente do Hospital de Santa Maria, onde lutou pela vida durante alguns dias. A PJ tem um inquérito em curso (ver caixa) mas para já não há uma medida de afastamento da mãe em relação à criança. Esta só pode ser imposta por decisão do Ministério Público.
INTERROGADA PELA JUDICIÁRIA
A médica do serviço de Patologia do Hospital de Santa Maria que tentou suicidar-se com a filha, de apenas dez anos, com uma dose excessiva de comprimidos, já foi ouvida pela secção de Homicídios da Polícia Judiciária de Lisboa, a quem foi distribuído o inquérito, depois de ter tido alta do hospital, apurou o CM. Para já, a mulher de 49 anos continua a trabalhar no e estará a ser assistida por uma equipa de psiquiatras. Enquanto isso, a PJ prossegue a investigação, sendo que o inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal. O Código Penal qualifica o acto da médica como um crime de homicídio privilegiado ou qualificado. O primeiro é punido com pena de prisão até cinco anos, enquanto o segundo tem uma moldura penal que varia entre os 12 e os 25 anos.
'NUNCA ACEITOU DOENÇA DA FILHA'
'Ela nunca aceitou o facto de a filha ter uma paralisia cerebral e estar completamente dependente das outras pessoas. Isso provocava-lhe um grande desgosto', recordou na altura ao CM uma amiga da médica. Assim, no dia anterior à tentativa de suicídio, ocorrida na manhã do último dia 1, a profissional de saúde telefonou para o ex-marido a avisar de que iria pôr termo à vida. Já não era a primeira vez que tentava o suicídio. O desejo só não foi cumprido porque aquele, depois de insistentes telefonemas, temeu o pior e avisou as autoridades. Minutos antes de tentar o suicídio, a médica trancou todas as portas de sua casa, em Telheiras. Os Sapadores tiveram de partir uma das janelas para entrar – e encontraram as duas vítimas, mãe e filha, deitadas na cama, e uma folha A4 com um pedido de desculpa pelos erros cometidos.
PORMENORES
COLEGAS PERPLEXOS
O acto da médica apanhou de surpresa todos os colegas e outros funcionários do hospital, uma vez que 'não transparecia sintomas de depressão', disseram na altura ao ‘CM’.
FILHO DE 18 ANOS
Além da filha de dez anos que sofre de paralisia cerebral, a médica tem um filho, de 18 anos, que também vive com o pai.
DESINTOXICAÇÃO
Mãe e filha foram alvo de uma desintoxicação que lhes salvou a vida, depois da ingestão de comprimidos em excesso.
ADORAVA A FILHA
'Não a julgo. Ela adorava a filha e sempre fez muita força para que se tornasse cada vez mais independente', disse na altura ao CM uma amiga da médica.
FILHA SOZINHA
'A ideia de que a filha pudesse ficar sozinha no mundo atormentava-a', segundo a amiga.
Henrique Machado com C.S.
A viúva, Ludovina Russo, e a cunhada, Joana Mira, revelam-se inconformadas com a morte de Ernesto. Ludovina explica que o marido entrou nas Urgências daquele hospital a 21 de Outubro com vómitos constantes. "Vomitava muito. Entrou no hospital pouco depois das 19h00, mas o médico só cuidou dele cinco horas mais tarde, puseram-no a soro e o médico foi dormir e só regressou às 04h00."
A cunhada, Joana Mira, sublinha que durante esse período o cunhado sofreu o rebentamento de uma veia no pescoço, devido à força dos vómitos. "De madrugada viram que ele piorava e fizeram-lhe uma TAC [tomografia axial computorizada]."
O exame revelou a necessidade de uma operação à cabeça. Ludovina Russo, de 71 anos, lembra que operaram o marido pelas 14h00 do dia seguinte. A cirurgia teve sucesso, mas o pior veio depois. "Puseram o meu marido numa cama onde tinha estado uma doente com broncopneumonia e ele apanhou bactérias e infecções hospitalares."
Como o doente respirava com dificuldade, foi entubado para ajudar na respiração. "Entubaram-no mal ou deram-lhe dose errada de oxigénio. Destruíram-lhe os alvéolos pulmonares e causaram-lhe um enfisema pulmonar. Disseram que os pulmões dele pareciam de cortiça", recorda a viúva.
A cunhada lembra que Ernesto Russo inchou tanto que não foi reconhecido por alguns familiares.
"Foi um mártir nas mãos deles. Mataram-no", acusa.
O Correio da Manhã procurou obter um esclarecimento por parte do hospital, mas tal não foi possível até à hora do fecho desta edição.
E este blog sabe que tem leitores que lhe merecem a maior consideração, por isso, este esclarecimento do Dr Rosalvo merece o maior destaque.
Aqui está, transferido dos comentários do post anterior:
A conclusão do artigo é algo diferente da conclusão do resumo. Transcrevo e peço que vejam o realçado:
«Conclusion. Because of the moderate effectiveness of neuraminidase inhibitors, we believe they should not be used in routine control of seasonal influenza. We are unsure of the generalisability of our conclusions from seasonal to pandemic influenza. Evidence on the effects of oseltamivir in complications from lower respiratory tract infections, reported in our 2006 Cochrane review, may be unreliable. Evidence on serious harms of neuraminidase inhibitors is limited. Independent randomised trials to resolve the uncertainties surrounding effectiveness are needed.»”
Research
Tom Jefferson, researcher1, Mark Jones, statistician2, Peter Doshi, doctoral student3, Chris Del Mar, dean; coordinating editor of Cochrane Acute Respiratory Infections Group4
1 Acute Respiratory Infections Group, Cochrane Collaboration, Rome, Italy, 2 University of Queensland, School of Population Health, Brisbane, Australia, 3 Program in History, Anthropology, Science, Technology and Society, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, MA, USA, 4 Faculty of Health Sciences and Medicine, Bond University, Gold Coast, Australia
Correspondence to: C Del Mar cdelmar@bond.edu.au
Objectives To update a 2005 Cochrane review that assessed the effects of neuraminidase inhibitors in preventing or ameliorating the symptoms of influenza, the transmission of influenza, and complications from influenza in healthy adults, and to estimate the frequency of adverse effects.
Search strategy An updated search of the Cochrane central register of controlled trials (Cochrane Library 2009, issue 2), which contains the Acute Respiratory Infections Group’s specialised register, Medline (1950-Aug 2009), Embase (1980-Aug 2009), and post-marketing pharmacovigilance data and comparative safety cohorts.
Selection criteria Randomised placebo controlled studies of neuraminidase inhibitors in otherwise healthy adults exposed to naturally occurring influenza.
Main outcome measures Duration and incidence of symptoms; incidence of lower respiratory tract infections, or their proxies; and adverse events.
Data extraction Two reviewers applied inclusion criteria, assessed trial quality, and extracted data.
Data analysis Comparisons were structured into prophylaxis, treatment, and adverse events, with further subdivision by outcome and dose.
Results 20 trials were included: four on prophylaxis, 12 on treatment, and four on postexposure prophylaxis. For prophylaxis, neuraminidase inhibitors had no effect against influenza-like illness or asymptomatic influenza. The efficacy of oral oseltamivir against symptomatic laboratory confirmed influenza was 61% (risk ratio 0.39, 95% confidence interval 0.18 to 0.85) at 75 mg daily and 73% (0.27, 0.11 to 0.67) at 150 mg daily. Inhaled zanamivir 10 mg daily was 62% efficacious (0.38, 0.17 to 0.85). Oseltamivir for postexposure prophylaxis had an efficacy of 58% (95% confidence interval 15% to 79%) and 84% (49% to 95%) in two trials of households. Zanamivir performed similarly. The hazard ratios for time to alleviation of influenza-like illness symptoms were in favour of treatment: 1.20 (95% confidence interval 1.06 to 1.35) for oseltamivir and 1.24 (1.13 to 1.36) for zanamivir. Eight unpublished studies on complications were ineligible and therefore excluded. The remaining evidence suggests oseltamivir did not reduce influenza related lower respiratory tract complications (risk ratio 0.55, 95% confidence interval 0.22 to 1.35). From trial evidence, oseltamivir induced nausea (odds ratio 1.79, 95% confidence interval 1.10 to 2.93). Evidence of rarer adverse events from pharmacovigilance was of poor quality or possibly under-reported.
Conclusion Neuraminidase inhibitors have modest effectiveness against the symptoms of influenza in otherwise healthy adults. The drugs are effective postexposure against laboratory confirmed influenza, but this is a small component of influenza-like illness, so for this outcome neuraminidase inhibitors are not effective. Neuraminidase inhibitors might be regarded as optional for reducing the symptoms of seasonal influenza. Paucity of good data has undermined previous findings for oseltamivir’s prevention of complications from influenza. Independent randomised trials to resolve these uncertainties are needed.
Published 8 December 2009, doi:10.1136/bmj.b5106
Cite this as: BMJ 2009;339:b5106
De uma leitora deste blog recebi este texto com pedido de publicação: "Envio, caso tenha interesse, um texto do prof Juan gervas sobre a vacinada gripe A. No final do texto Juan Gervas autoriza a publicação se na íntegra, naturalmente. Mónica Granja." Claro que publicitamos todas as opiniões sobre este actual tema, desde que tenham por base conceitos científicos, como é este caso. "Juan Gérvas, médico general rural, Canencia de la Sierra, Garganta de los Montes y El Cuadrón (Madrid, España), profesor de atención primaria en Salud Internacional (Escuela Nacional de Sanidad, Madrid) y profesor en Salud Pública (Facultad de Medicina, Universidad Autónoma, Madrid) jgervasc@meditex.es 20 de noviembre de 2009 NOTA Este texto se puede difundir, siempre íntegro y tal cual."
www.equipocesca.org
La gripe A ha pasado ya por el hemisferio sur dejando muchísimos menos muertos que la gripe de otros años. Por ejemplo, en Nueva Zelanda ha causado 19 muertos la gripe A, contra los 400 muertos que provoca todos los años la gripe estacional. En el hemisferio sur se pasó la gripe A sin ninguna vacuna contra la misma. En todo el mundo la gripe A ha causado unas 6.800 muertes en diez meses de evolución, contra un total de 250.000 fallecimientos que causa la gripe estacional en todo el invierno. En proporción hay muchos muertos jóvenes (y entre ellos las embarazadas) por gripe A, pero en números totales mueren menos jóvenes y menos embarazadas por gripe A que por gripe estacional. La letalidad es de menos de un caso por 100.000, lo que hace prever en España unos 500 fallecimientos (contra unos 1.500 por la gripe estacional).
Excelente artigo de um excelente pediatra, dr Mário Cordeiro.
No Público, que nos oferece os extremos: a Ciência e a Crendice lado a lado, mas como a Crendice vende mais, é a ela que as empresas de mass media se ligam para aumentar os seus lucros.
E escrevo excelente pediatra, porque tenho assistido a pediatras de consultório prescreverem qualquer nova vacina, caras, não comparticipadas, tipo hepatite A ou rotavirus e desaconselharem a vacina para a gripe A, gratuita.
Para este blog trata-se de uma traição aos valores éticos da medicina.
Outro crime é o da comunicação social. Não desisto de apelidar esta comunicação social generalista de retrógrada, vendida, acientífica, especulativa, sensasionalista, e o mais grave, actualmente sem excepções. O patrão quer lucros, não se olham a meios.
Almoçava calmamente, quando a SIC generalista se ligava directamente à frontaria do Hospital de Leiria para repetir umas quinhentas vezes que um terceiro feto tinha morrido, apenas por acaso a jornalista não estava de luto, apenas por acaso não tinha um decote generoso e até era morena, mas, porquê uma ligação directa ao hospital se nada de novo aconteceu, até pensei, vem aí o quarto feto! Já não deve haver em Portugal caixões para tanto feto morto…..
Só depois desta aparição e da manipulação dos sentmentos apareceu um porta voz da DGS, GRAVADO, A DIZER AQUILO QUE SABEMOS: NÃO HÁ PARA JÁ QUALQUER RELAÇÃO CAUSA EFEITO. HÁ MILHARES DE GRÁVIDAS VACINADAS.
O artigo na íntegra:
“1. A "ministra" da Finlândia
Mesmo antes de se iniciar o Programa de Vacinação contra a Gripe A, já circulava na Internet um "famoso" vídeo da autoproclamada ex-ministra da Saúde da Finlândia, denunciando várias conspirações e maroscas que, resumidamente, davam a vacina contra a gripe A como um produto feito pelos americanos, destinado a extinguir a população de várias zonas do globo.
O vídeo circulou, mas poucos se deram ao trabalho de questionar tamanho disparate. Pois a senhora Rauni Kilde era médica e directora-geral da Saúde quando, em 1986 (há mais de 20 anos), teve um acidente de viação e ficou, digamos, com uma diminuição acentuada da sua lucidez. Por essa razão, foi declarada inapta e passou a ser uma entusiasta da ovnilogia, ou seja, o que trata de discos voadores e ET, tendo publicado inclusivamente um livro em que afirma ter sido salva três vezes por extraterrestres.
Infelizmente, este tipo de argumentação - que nada tem de científico nem de lógico - tem grassado na sociedade, promovido pela circulação de e-mails e pelo sensacionalismo de alguma imprensa (é tão fácil mistificar títulos de artigos ou "cachas"!).
2. A vacina anti-gripe A
A vacina da gripe A é uma vacina segura e eficaz. Repito: segura e eficaz. E é bom que as pessoas assumam isto como um facto científico. Os efeitos colaterais que pode ter - como qualquer vacina - não a tornam insegura e resumem-se a febre baixa, dores musculares, inflamação no local da vacina e, nos adolescentes, sensação de desmaio. Os casos de reacção grave são raríssimos (menos de um caso para um milhão de vacinas!), e apenas em pessoas que tiveram reacções anafilácticas ao comer ovo (não são as inofensivas alergias da pele, mas ao verdadeiro choque "de cair para o lado").
Uma das questões que muita gente levanta é a "pressa" com que a vacina foi feita. Pois a dita "rapidez" (entre aspas) foi a necessária e suficiente, semelhante a todas as vacinas antigripais. Não houve, portanto, qualquer pressa e tudo foi feito com o controlo de qualidade adequado. Outro argumento: as multinacionais andam a ganhar muito dinheiro com as vacinas; ao que eu contesto: então os vendedores de lenços de papel também ganham com as constipações e com a gripe, o que não quer dizer que estejam envolvidos em qualquer teoria da conspiração ou de manipulação.
Mais um argumento: o adjuvante, de seu nome tiomersal, que causaria autismo e outras coisas mais. Não é verdade, e tal já foi bastamente clarificado quando da polémica, aqui há alguns anos, sobre a vacina do sarampo. O facto de alguns países retirarem estas vacinas tem a ver com pressões ambientalistas referentes ao uso de mercúrio, mas as alternativas ainda são muito escassas. Obviamente que, um dia que haja capacidade de produzir vacinas em massa sem tiomersal, serão estas que ocuparão o espaço vacinal em todos os países.
3. As grávidas e a morte fetal tardia
No nosso país, ocorrem todos os anos, em média, 300 mortes fetais após as 22 semanas de gestação. Em muitos destes casos não é possível encontrar uma explicação. Como o número de grávidas vacinadas com a vacina anti-gripe A está felizmente a aumentar, é natural que os casos como os relatados nestas duas últimas semanas - morte fetal em grávida vacinada - sejam cada vez mais frequentes, sem que isso permita extrair qualquer relação de causa-efeito.
Relembro também que a gripe A pode ter efeitos mais desastrosos na grávida do que na população em geral, devido às alterações do sistema imunitário que ocorrem na gravidez.
4. Em conclusão
As doenças matam, as vacinas não. Em Portugal, centenas de milhares de pessoas estão vivas e de boa saúde graças às vacinas. A gripe A, apesar de ser uma variante benigna e "mansa" da gripe, pode ter consequências graves, designadamente nas grávidas e noutros grupos de risco acrescido, bem como (segundo os dados da monitorização da pandemia que vão chegando) nas crianças de menos idade. Por outro lado, a contenção da pandemia passa por travar a transmissão entre as crianças, que têm sido, provadamente, as maiores disseminadoras da doença.
É tempo de optar: independentemente do que viermos a fazer (só se vacina quem quer!), há dois tipos de atitudes: a que é lógica, científica, lúcida e isenta, ou a que é sensacionalista, mal informada e não fundamentada... como os ovnis e extraterrestres da ex-ministra que nunca foi ministra...
Mário Cordeiro, Pediatra e professor de Saúde Pública - Faculdade de Ciências Médicas (Universidade Nova de Lisboa)”
Alguém me enviou uma troca de mails entre as nossas autoridades de saúde, que obviamente aqui são omitidas.
Mas fica esclarecida a má interpretação que a comunicação social lançou de forma indescriminada e que levou muitos médicos e população em geral a descredibilizar a vacina.
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From: @dgs.pt
To: coordenadorda
Sent: Friday, November xx, 2009 2:15 PM
Subject: FW: Guillain-Barré
De: xxxxxxxxxx[mailto:xxxxxxxxxx@insa.min-saude.pt]
Enviada: sexta-feira, x de Novembro de 2009 10:40
Para: xxxxxxxxxxxxxxxxxxx; xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Cc: xxxxxxxxxxxxxx
Assunto: RE: Guillain-Barré
Prof. xxxxxxxxxxx
Prof. xxxxxxxxxxxxxxx
Viva, bons dias.
Por coincidência dei uma “entrevista escrita” a semana passada onde uma das perguntas foi precisamente a relação do Guillain-Barré com a vacina anti-gripe. Em 1977 estava na Neurologia dos Cxxxxxxxx, tive uma doente com Guillain-Barré e apresentei o tema numa das sessões do serviço - tinha acabado de acontecer o surto de Guillain-Barré nos USA (foi em 1976) e foi muito discutido. Agora, desde o início da pandemia, tenho vindo a actualizar-me, pois era previsível que o tema viesse à baila.
Aqui transcrevo o estrato da entrevista em que falo (escrevo) sobre o tema – está em linguagem para o grande público, com alguma formação académica, mas não médicos, dada a audiência prevista:
“ …
Guillain-Barré é o mais frequente síndrome conhecido de neuropatia inflamatória de base imune. Acontece quando o sistema imune responde a um estímulo antigénico com reactividade cruzada contra uma proteína da bainha dos nervos. Este estímulo antigénico na maioria dos casos é uma infecção banal, respiratória (mais frequente), digestiva (também não raro) ou outra. Na maioria das vezes não se consegue identificar o agente que deflagrou a reacção cruzada. Quando se consegue, o agente infeccioso mais frequentemente associado é uma bactéria digestiva causa frequente de diarreias banais, chamada Campylobacter jejuni.
No caso de 1976, pensa-se que foi uma reacção cruzada contra a vacina da gripe suína H1N1. Esta gripe surgira em Janeiro num gigantesco campo de treino militar em Fort Dix, USA, e adoecera milhares de recrutas, incluindo uma morte – quando se isolou o vírus e se constatou ser H1N1 (na altura o único vírus influenza A em circulação era o H3N2), ou seja do mesmo subtipo da temida gripe espanhola (pneumónica em Portugal), houve enorme alarme, e esta vacina não foi sujeita aos ensaios de segurança habituais devido ao sentimento de urgência e perigo eminente.
O Guillain-Barré é um quadro relativamente frequente, com uma incidência de ± 0,6 a 1,9 por 105 habitantes por ano, ou seja, em Portugal todos os anos se diagnostica entre 60 a 200 casos. O síndrome de Guillain-Barré é um quadro aparatoso, alarmante, e ainda que a mortalidade ande apenas pelos 2%, pode incapacitar por vários meses.
No caso da vacina gripal de 1976, a taxa de incidência foi de cerca de 1 caso por 105 vacinados, no mês seguinte à vacinação, ou seja, cerca de dez vezes mais alta que a incidência “background”. A vacina anti-gripe de 1976 foi a primeira vez que uma vacina esteve associada a este síndrome, e levou à suspensão desta vacinação. Estudos em modelos animais sugeriram que a reacção não foi contra o antigénio viral, mas sim contra um adjuvante, e por isso este adjuvante específico foi banido em todo o Mundo. Todos os anos se vacina milhares de milhões de pessoas com variadíssimas vacinas, e até hoje nunca mais se detectou qualquer outra vacina (incluindo todas as vacinas anti-gripais) associada ao síndrome de Guillain-Barré (isto desde 76, ou seja há 33 anos…).
…”
Assim, faço minha a advertência do Prof. Francisco George, que as probabilidades estatísticas indicam que seguramente vão aparecer alguns casos de Guillain-Barré temporalmente associados à vacinação, não por causa-efeito, mas apenas por coincidência.
Com os meus cumprimentos
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xxxxxxxxxxx
Prof. Doutor
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Instituto Nacional de Saúde Drº Ricardo Jorge
Avª Padre Cruz, 1649-016 Lisboa
PORTUGAL
Tel: +351 21 751 9236 / +351 21 751 9200 ext. 1236
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-----Mensagem original-----
De: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx(mail.telepac.pt)
Enviada: quinta-feira, 5 de Novembro de 2009 21:48
Para: xxxxxxxxxxxxx
Cc: xxxxxxxxx; xxxxxxxxxxxx
Assunto: RE: Guillain-Barré
Meu caro F, é-me impossível estar tão a par da literatura toda da gripe como tu e cols. da DGS estão. Por isso, agradeço me informes quando possível de quais os critérios que devem ser seguidos durante a pandemia para atribuir causa de morte à infecção pelo vírus H1N1. Há critérios “oficiais” internacionais ? Alguém sabe ? Abraço xxx
De: F[mailto:xxxxxxxx@dgs.pt]
Enviada: quinta-feira, x de Novembro de 2009 17:32
Para: coordenadordagripe
Assunto: FW: Guillain-Barré
Junto ficheiro que clarifica a série histórica da síndrome de Guillain- Barré em Portugal. Como se demonstra, poderemos ter semanas (em termos de probabilidade) com 4 casos novos de síndrome de Guillain-Barré independentemente, sublinho, independentemente, da campanha de vacinação.
Por isso, temos que admitir, naturalmente, a ocorrência de fenómenos de coincidência temporal associada à vacina.
Obrigado
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Pais de alunos queixam-se de alarmismo de algumas escolas
02.11.2009 - 14:04 Por Lusa, PÚBLICO
Mário Silva, pai de um aluno de 16 anos da Escola Básica 2,3/S de Valença, distrito de Viana do Castelo, mostrou-se indignado em declarações à agência Lusa, depois de o seu filho ter sido enviado pelo estabelecimento de ensino para as urgências por alegadamente apresentar febre acima dos 37 graus. “Chamaram-me de emergência à escola, para ir buscar o meu filho, dizendo que estava com 39 de febre, e chego aqui [centro de saúde] e dizem-me que tem apenas 35. Mas que palhaçada vem a ser esta?”, questionou o encarregado de educação.
A Escola Básica 2,3/S de Valença é uma das várias do concelho que nos últimos dias registou um número crescente de casos de gripe A entre os alunos. Ontem, o coordenador da Unidade de Saúde Pública do Alto Minho, Carlos Pinheiro, avançou que pelo menos 330 alunos estavam infectados com o vírus, mas sublinhou que não é caso para alarme. Por sua vez, o delegado de saúde de Valença, Amílcar Lousa, adiantou hoje que, entre as crianças doentes, “não há nenhum caso grave”.
Esta manhã, os estabelecimentos de ensino decidiram medir a temperatura aos alunos com termómetros a laser, isolando os que tinham mais de 37 graus e chamando os pais para os irem buscar. Estes estudantes saíram das escolas com máscaras e foram levados pelos pais ao centro de saúde, de onde muitos acabaram por sair já sem a máscara, por ter sido “falso alarme” de contaminação.
SAP de Valença lotado
O Serviço de Atendimento Permanente de Valença, que funciona com um médico e um enfermeiro, acabou por ficar lotado com o número de casos de suspeita de gripe A. Perante este anormal afluxo de pessoas, foi activado o Serviço de Apoio à Gripe do centro de saúde de Valença, disponibilizando mais um médico e um enfermeiro. “As indicações apontam para que, em caso de suspeita de gripe, se contacte a Linha Saúde 24, mas todos decidiram vir ao centro de saúde”, queixava-se um profissional daquela unidade.
Os pais, por seu turno, queixavam-se de serem obrigados a pagar 3,70 euros de taxa moderadora. “Mas isto é um negócio? Vêem a febre aos alunos com termómetros avariados, causam alarme nos pais, mandam-nos para aqui e ainda temos de pagar?”, disse um outro encarregado de educação à Lusa.
O delegado de Saúde de Valença esteve reunido com os responsáveis das escolas do concelho, tendo ficado decidido que, para já, os estabelecimentos vão continuar a funcionar. No final, Amílcar Lousa pediu aos pais para “manterem a calma”, afirmando que “não vai ser nada de muito grave”.
O delegado de Saúde não especificou o número de alunos que foram mandados para casa hoje.
As famílias não têm culpa. Serve sempre para mais tarde recordar, em vídeo ou em papel, os sentimentos que são imateriais. Torna-se necessário, para que os outros acreditem que "estamos de facto a sentir" ao sermos mediáticos. Assim já os vizinhos acreditam e as famílias podem dormir descansadas e os jornalistas, com um pouco mais de sangue vertido nas páginas dos jornais, dormem com o dever cumprido e agraciados pelos seus chefes, com mais uns exemplares vendidos. Ontem vi um filme: Ligações Perigosas. (State of Play). Que lição de jornalismo. Com JOTA…….. Leiam esta prosa e reflictam nas palavras sublinhadas. "Criança morreu com Gripe A Família de Adriano quer processar S. Francisco Xavier por RITA CARVALHO Ontem morreu a primeira criança portuguesa com gripe A. Pais do menino de dez anos dizem que este era saudável e criticam ferozmente a actuação do Hospital São Francisco Xavier, onde foi visto já com sintomas de gripe, pela primeira vez. Família acredita que se tivesse sido tratado logo, Adriano não teria morrido. Esta semana, casos nas escolas dispararam. Os pais do menino de dez anos que ontem morreu no Hospital Dona Estefânia com gripe A admitem processar o Hospital São Francisco Xavier, onde a criança foi observada na segunda feira já com sintomas gripais. Os familiares consideram que a morte poderia ter sido evitada e que o "hospital foi negligente". Ao DN, os pais afirmaram que nessa primeira observação médica não foi feito o teste de despistagem da gripe, embora Adriano já apresentasse dores de cabeça e febre. Depois de observar a garganta e auscultar a criança, a médica do São Francisco afastou a hipótese de gripe e encaminhou-o para casa com medição para uma virose. "Os médicos daqui (Estefânia) disseram-nos que se ele tivesse sido tratado logo com Tamiflu a morte teria sido evitada", afirmou ao DN, Dora Aragão, a madrasta da criança, ao início da noite à porta do hospital pediátrico, onde os familiares directos foram medicados profilacticamente com Tamiflu. "O Hospital São Francisco Xavier foi muito negligente e vamos até às últimas consequências", adiantou. Adriano Aragão não resistiu ontem à tarde a uma terceira paragem cardiorrespiratória. Aos pais terá sido explicado que esta paragem cardíaca pode ter sido uma consequência da gripe. O que reforça a sua convicção de que, se tivesse sido tratada logo após o início da doença, a criança poderia ter sobrevivido à infecção. Em comunicado, o hospital Dona Estefânia limitou-se a confirmar o falecimento da criança, remetendo para o resultado da autópsia, a realizar hoje, a determinação da causa de morte. Se for confirmado que o vírus da gripe esteve na origem da morte da criança, esta será a quinta vítima com H1N1 em Portugal - embora, até agora, apenas três pessoas tenham morrido directamente de gripe A- e a primeira entre menores de 18 anos. Os pais sublinharam ontem que a criança era saudável, mas as autoridades de saúde não descartaram a hipótese de esta ter problemas congénitos de coração. O menino foi internado na madrugada de ontem na Estefânia, 36 horas após os primeiros sintomas. Na segunda feira, ainda foi às aulas de manhã. Mas as dores de cabeça e a febre levaram o pai e a madrasta da criança a dirigirem-se ao Hospital São Francisco Xavier à tarde. O menino foi observado mas o médico não suspeitou de gripe A e mandou-o para casa. Como a febre subiu bastante nas horas seguintes, e Adriano tinha vómitos e diarreia, voltou ao São Francisco na noite de terça para quarta. Segundo os pais, aí os médicos alegaram não ter forma de atender a criança e enviaram-na para a Estefânia. Já de madrugada, Adriano foi observado e internado no serviço de infecciologia do hospital pediátrico, onde fez análises laboratoriais através de secreções respiratórias. Às onze da manhã, os pais receberam a notícia de que era gripe A. Ao telefone, Adriano ainda disse ao pai que estava bem e que queria ir para casa. Faleceu ao início da tarde. Na escola Paula Vicente, no Restelo, onde Adriano estudava, há suspeitas de mais dois casos de H1N1. Um deles é da turma de Adriano, apresenta febre há uma semana e também já foi visto no São Francisco Xavier. Nesse hospital, também não foi feito o despiste da gripe. Os pais de Adriano só souberam ontem da existência e mais casos, já após a morte do seu filho."
Com a devida vénia transcrevo um post do blogue A INQUIETUDE PERMANENTE.
São textos onde o rigor científico está omnipresente.
A Internet tem sido bombardeada com milhares de afirmações das mais variadas origens, umas mais científicas que outras, sobre uma teoria da conspiração em relação com a vacina contra o vírus pandémico Influenza A (H1N1)2009.
Tão bombardeada que, mesmo os mais alertados contra o lixo que circula na Internet, ficam com dúvidas sobre o que se lê!
E duvida-se porquê?
Em meu entender as instituições estão descredibilizadas. Os interesses das grandes companhias multinacionais conseguiram penetrar nas instituições. Os escândalos vão aparecendo…
A crise financeira deitou por terra a pouca credibilidade que ainda restava em instituições sólidas como era a banca e os seguros.
Mas, voltemos à freira:
“A gripe (XXXVIII)
Uma freira aldrabona
Tenho muito que fazer e vou deixando para trás coisas até importantes, como, nesta situação de gripe, desmontar a incrível campanha de desinformação que por aí anda. Uma das peças a que se tem dado mais credibilidade é a entrevista com a freira Teresa Forcades (TF), depois da fácil denúncia de fraude de um tal "Dr" Horowitz, da óbvia paranóia da jornalista Jane Bürgermeister que invoca uma pretensa qualidade de jornalista da Nature, do caso triste de sequelas mentais de um acidente sofrido por uma "ministra da saúde" finlandesa que nunca o foi e que sabe de gripe o que lhe dizem os seus contactos extra-terrestres.
A freira é mais perigosa. Invocando um doutoramento em saúde pública, falando calmamente num cenário religioso, descrevendo casos aparentemente convincentes, elaborando um longo discurso articulado, pode parecer credível. Começo pela duração do vídeo. Duvido de que a grande maioria dos que andam a divulgá-lo tenham visto quase uma hora de filme. Por isto, também eu só agora escrevo sobre isto. No entanto, isto não impede que dezenas de milhar de pessoas o andem a difundir, com um “sound bite” este sim eficaz: "agora não é qualquer aldrabão, é uma freira doutorada em saúde pública. Vejam!" Claro que ninguém vai ver, mas passa-se a mensagem.
Comecemos por esse doutoramento. Pesquisei ao máximo e não o encontro. TF é médica e foi interna de medicina geral em Nova Iorque. A partir daí, a sua intervenção é quase exclusivamente religiosa, embora se encontrem dela declarações médico-religiosas, principalmente sobre o aborto, com o cariz que se imagina.
Uma doutorada tem obrigatoriamente publicações científicas. Fui pesquisar, coisa muito simples (Medline). Tem uma, numa revista obscura, sobre… homeopatia! Numa lista de teses de medicina, vejo que a sua é sobre o impacto das medicinas alternativas nos estudantes de medicina. Doutorada em saúde pública?!
Mas admito que os simples factos curriculares, justificativos de descredibilização pessoal, não são suficientes para levar à certeza de que as posições e afirmações são falsas. Ao fim de penosa visão do vídeo, recolhi tão extensa lista de coisas já ditas e reditas no quadro da teoria da conspiração sobre a gripe que já cansa: a célebre vacina contaminada com a gripe aviária H5N1, coisa de que não há a mínima prova (Goebbels sabia bem que uma mentira dita muitas vezes é uma verdade); os crimes das grandes companhias farmacêuticas com Rumsfeld a pontificar; a insinuação clara de que falhou o plano tenebroso (trilateral?) de criar um vírus que mataria dois terços da humanidade e agora há que fazer o mesmo com uma vacina; o risco do sindroma de Guillain-Barré, sobre o qual já aqui escrevi; e não podia faltar o que até muitos médicos portugueses estão a agitar, o perigo do adjuvante baseado no esqualeno. Os adjuvantes são usados desde há muito tempo em vacinas sem que alguém conheça efeitos secundários demonstrados, para além de pequenas reacções inflamatórias locais, e todos os estudos feitos até agora sobre o esqualeno parecem demonstrar a sua inocuidade.
Do que mais gostei foi do rabo de fora do gato escondido. A certa altura, diz a “doutora” que tudo isto é uma fraude, porque “uma pandemia tem de ter uma grande mortalidade e esta não tem”. Nenhum meu aluno de virologia diz tal asneira sem chumbar, muito menos uma doutorada em saúde pública. Pandemia só tem a ver com disseminação da doença por todo o globo, não tem nada a ver com gravidade clínica ou mortalidade. Vão por mim, leitores de outras profissões. Isto não é betão, porque só vejo cimento à superfície e não vejo ferro. Inventei um motor que não precisa de fornecimento de energia. A Ursa maior é plana, com estrelas todas à mesma distância da Terra. Está provado que a papisa Joana existiu e não há dúvidas de que Colombo era primo de D. João II, filho do infante D. Fernando e de uma filha de Zarco. Foi Marlowe que escreveu toda a obra de um imaginário Shakespeare. Não estão habituados a tudo isto? Peço que acreditem que a tal afirmação da freira tem equivalente rigor científico.
Também fiquei curioso acerca da criação deste vídeo, por qualquer pessoa ou organização chamada Alish. Vendo melhor, é, mais uma vez, já cansa, uma “jornalista independente” espanhola, que publica num “site” chamado “Time for truth”. Vejam, se não tiverem nada mais importante para fazer. Há o que já se espera: textos sobre hipatias (alguém ainda vai nesta?) e, obviamente, a sua certeza em relação aos extra-terrestres. Lá me lembrei outra vez da “ministra” finlandesa e do seu conhecimento revelado por outros galácticos. Não há nada de novo sob o sol!
Acho que já chega de cera gasta com tão ruim defunto.
P. S. - À margem. Porquê o sucesso de tantas teorias da conspiração? Não é só a gripe. Na medicina, e em coisa com que lidei bastante, há alguns anos, também as fantasias mirabolantes sobre a doença das vacas loucas. As campanhas contra a vacinação também não são só quanto à gripe, há todo um movimento, principalmente americano, contra qualquer vacina, como as Testemunhas de Jeová a recusarem as transfusões de sangue. E o assassínio de JFK, a fraude da ida à Lua dos americanos, a destruição das torres de Nova Iorque programada pela CIA ou não sei bem quem, a falsificação da nacionalidade americana de Obama, etc. O que é que se passa nas nossas sociedades, na nossa cultura, na nossa comunicação social (em sentido amplo, incluindo a net e a blogosfera) que permite tão facilmente este tipo de coisas, mitos assumidos tão convictamente como a religião de seitas? Merece reflexão.
Os alunos que apresentem sintomas de gripe A (H1N1) devem ficar afastados da escola durante sete dias e as faltas podem ser justificadas na caderneta, de acordo com uma circular enviada aos estabelecimentos de ensino.
Recorde-se que este tal Sr. Enfermeiro, já aposentado, sempre fez gala do seu cartão laranja...o último poleiro conhecido foi no Hospital S. João no Porto...
A sua fobia aos médicos, destilando peçonha no portal do sindicato de que é presidente, é bem conhecida...e muito pouco dignificante para uma classe merecedora de todo o respeito
Aqui parece que prova do seu veneno...
Chamaram-me a atenção para um novo blog, intitulado Desabafosdumsindicalista...pela amostra do seu post mais recente, isto promete...ai promete, promete!
E os politicos deste país, e os aprendizes de feiticeiros, e os cataventos...que se cuidem