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Anseios pelo céu... 21 Jul 2020 2:55 PM (4 years ago)


Vivendo um período de recomeços em minha caminhada cristã, tenho voltado a fazer as perguntas mais básicas: "Quem Deus é? Qual Seu grande propósito? O que Ele está tentando nos mostrar? O que Ele espera de nós?". Me pego pensando em como temos respondido essas perguntas até aqui. O que acreditamos sobre cada uma delas. 

E, um dia desses, ouvindo o Leonardo Gonçalves cantando "There" , me vi refletindo sobre nosso ensino a respeito do céu, ou da eternidade. O que nós ensinamos para as crianças sobre o céu - as primeiras coisas, o básico? Lá no fim do nosso evangelismo de 5 cores, qual representa a eternidade? O amarelo. E o que ele retrata? As ruas de ouro! As ruas de ouro! E isso me deixou estarrecida! De tudo que poderíamos escolher para ensinar uma criança sobre o céu, foi a imagem das "ruas de ouro" a escolhida!

Então, continuei pensando sobre o que costuma vir à nossa mente ou ser expresso quando falamos do céu? "O descanso tão esperado para nossas almas; o fim de toda dor e sofrimento; a vida feliz para sempre; o lugar para os que foram feitos livres do fogo do inferno; o nosso reinado do lado de Deus"... e como é tudo sobre nós! Coroa, descanso, paz, segurança... e quanto é de Jesus que nós lembramos quando pensamos a respeito do céu? Quanto podemos dizer, como na música, "Eu não me importo com a coroa ou com a cor das vestes, enquanto Jesus estiver na cidade, eu quero estar lá!"?

Qual tem sido a essência da nossa fé? Em que a temos construído? Em medo do inferno? Em benefícios próprios? Em interesses egoístas? Em resolver nossos problemas? Porque se tem sido só isso, estamos tão longe! É tão maior do que isso! Tão além! Tão mais profundo e belo! O que são as ruas de ouro perante a oportunidade de finalmente encontrar nosso Amado e desfrutar de Sua companhia e Seu amor plenos eternamente? Ah, como estamos longe de entender a grandeza do que nos está proposto se não conseguimos perceber isso!

Será que realmente compreendemos? Ou será que precisamos voltar ao começo e aprender tudo de novo? No fim, estou certa de que é muito, muito mais bonito do que costumamos imaginar. 

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Um Deus relacional. Uma relação de amor. 20 Jul 2020 7:34 PM (4 years ago)


Nesse dia do amigo, me pego pensando na profundidade do significado de nossas relações humanas na vida. Se pararmos pra refletir com um pouco mais de calma, perceberemos que, no meio dos tantos tesouros oferecidos a nós nessa vida, no fim, são as nossas relações uns com os outros o que realmente tem valor. Uma amizade, um casamento, uma relação pais e filhos, família, até mesmo nossas relações com nossos bichinhos de estimação. No fim de tudo, a coisa mais bonita e valiosa que encontraremos nesta vida é encontrada nas relações. 

Isso me remete a um comentário do Pr Filipe Fontes, em uma reflexão sobre o casamento: costumamos pensar que Deus escolheu algumas imagens existentes no mundo para revelar a si mesmo em sua Palavra - escolheu a figura de um pai, de um filho, de um leão... a coisa criada para revelar Quem Ele é. Porém,a verdade é que Deus já era antes de tudo ser criado. A verdade é que ele CRIOU todas as coisas a fim de que elas pudessem revelar Quem Ele é. E que fantástico isso é! Porque ao invés de pensar que Deus achou a ideia de "família" ou "amizade" suficientemente boas para explicar a Si mesmo, Ele intencionou criar essas coisas, na profundidade de sua beleza e significado, para nos ajudar a compreender a profundidade da Sua beleza e significado. E isso muda drasticamente a forma como devemos olhar para um noivo e uma noiva, um pai e um filho, dois irmãos, dois amigos, pois essas coisas foram criadas para expressar a relação que Deus tem para viver conosco!

E tudo isso nos chama a pensar de onde surgiu todo esse significado das relações para que elas sejam tão importantes, tão marcantes e determinantes em nossas histórias. Por que Deus se revela primordialmente por meio de relacionamentos? E é quando somos chamados a olhar para a Trindade. No princípio, era Deus. E Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. No princípio, era o relacionamento mais pleno, bonito, gracioso, amoroso, verdadeiro, profundo, íntimo, perfeito de todos: o relacionamento de Pai, Filho e Espírito Santo. É a partir desta relação que todas as coisas são criadas. E é para expressar e partilhar essa relação que todas as coisas são criadas. 

Que diferença faz pensar em um Deus individual criando todas as coisas, e pensar em um Deus Triuno criando todas as coisas. Pai, Filho e Espírito Santo, juntos, criando. Revelando não somente ao Pai, mas revelando a perfeita unidade da Trindade. Porque isso muda como enxergamos o propósito de todas as coisas. O propósito da criação. Não um propósito pragmático, focado em metas a serem alcançadas, em um trabalho ou função a ser cumprida, definidas por um chefe trabalhador que tem um importante projeto a cumprir. Um propósito relacional: um novo estilo de vida, o estilo de vida que a Trindade vive e deseja partilhar com toda a criação. Não é totalmente diferente?

Talvez toda essa sensação maravilhosa que sentimos quando nos encontramos em verdadeiros e íntimos relacionamentos de amor seja uma gota do que Deus deseja nos revelar sobre si mesmo e Seu propósito eterno: é parecido com isso o que Ele é e o que Ele nos chama a ser e a viver com Ele nessa vida! Um relacionamento de amor. Não é isso o que Ele está construindo? Uma festa de casamento? Não é assim que a história vai acabar: com as Bodas do Cordeiro? Ah, que imagem maravilhosa! A imagem do fim da história não é a coroação de um Rei, é um casamento! Talvez o momento mais incrível vivido por um ser humano nessa terra: o noivo apaixonado que, finalmente, receberá sua amada para uma vida de unidade e intimidade plena, a maior intimidade que se pode viver nessa terra! Lágrimas nos olhos, coração palpitando, sorrisos que não cabem no rosto, e toda a alegria das pessoas que amam aquele casal e torcem para sua mais plena felicidade... Que quadro maravilhoso de se pensar para o fim da história do Deus Eterno! 

Essa é uma história de amor. Que começa com a mais bela relação de amor. Que se desenvolve com um chamado para participação nesta linda relação. Que termina com a celebração da unidade plena, final e eterna desta relação de amor. Não é lindo pensar em um Deus assim? Tenho para mim que, quando O encontrarmos face a face, veremos nEle um olhar apaixonado muito mais apaixonado do que podemos imaginar! O olhar do Noivo que, finalmente, recebe Sua Noiva no altar. Que isso mude nosso jeito de pensar nEle, em nós, na história que está sendo escrita nesse mundo e na vida que estamos sendo chamados a viver. 

Um Deus relacional. Um chamado relacional. Uma vida relacional. Um relacionamento de amor.

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Afinal, qual o sentido dessa vida? 13 May 2020 6:54 PM (4 years ago)


A pergunta de todas as eras. A pergunta que todos os filósofos fizeram. A pergunta que a pós-modernidade mais tenta calar:

"- Não há sentido nenhum! O importante é ser feliz! O importante é o agora! Isso é tudo que existe!"

A pergunta que uma pandemia vem fazer ressoar mais uma vez na história da humanidade. A humanidade que parou de perguntar, convencida de que a ordem é consumir, é obrigada a novamente ouvir. 

Qual o sentido dessa vida?

Sim, há um sentido. Todas as gerações do mundo o procuraram. Essa geração, determinada a abafar a ânsia do coração por sentido, precisava também ser chamada a assumi-lo. Não há como passar essa existência sem fazer essa pergunta. Essa vida que vivemos hoje é tudo? Termina aqui? Há um Deus sobre o universo? Ele tem propósitos determinados? Ele é detentor da verdade? Ele deseja nos ensinar algo? Há algo além do que nossos sentidos nos permitem experimentar? Há uma eternidade? Precisamos nos preocupar com ela?

Perguntas. O silêncio do mundo parado por um vírus reaviva o som retumbante do coração humano. O som das perguntas, da necessidade de entender. O silêncio do mundo parado por um vírus confronta o silêncio que impusemos às nossas almas. Deixemo-nas questionar. Deixemo-nas refletir. Sem medo de olhar pra dentro, pra cima, para os lados. Sem medo de perguntar: o que tenho construído é realmente o que importa? Aquilo com o que tenho gastado minha vida é o que realmente tem valor? Eu entendi qual o sentido dessa vida que hoje vivo? O fundamento sobre o qual tenho construído minha vida é realmente sólido?

Perguntas. Que o silêncio desses tempos nos ajudem a fazer silêncio dentro de nós e ouvi-las. Nossa existência necessita dessas respostas.

#pandemia #existencia #perguntas #refletir

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A humanidade, Deus e a Morte 9 May 2020 7:53 PM (4 years ago)




Não fomos criados para a morte. Fomos criados para uma vida eterna. Adão e Eva, os primeiros seres humanos, foram colocados pra viver num jardim que tinha, em seu centro, a Árvore da Vida, cujos frutos lhes concediam vida sem fim. A morte entra na história da humanidade como castigo, como consequência da decisão do ser humano em viver uma vida do seu jeito, independente de Deus. Mas não era pra ela estar lá. Então, ela tornou-se nosso maior inimigo. O pagamento pelo nosso pecado (Rm 6:23). O último inimigo a ser vencido (1 Co 15:26). Criados para a eternidade e abruptamente expulsos dela, nosso coração rejeita essa realidade, a realidade da morte, da forma mais intensa possível. Deus colocou no coração de cada ser  humano o anseio pela eternidade (Ec 3:11). Por isso, essa morte que é inimiga, que é castigo e memória de nossa queda, que é a quebra da eternidade que nosso coração tanto anseia nos dói tanto, nos assusta tanto, nos dilacera, nos desespera, nos quebra em tantos pedaços! Queremos viver e queremos que todos aqueles a quem amamos possam viver para sempre ao nosso lado!

Contudo, quando a história parecia ter acabado, escravos que éramos desse juiz implacável que tanto nos apavora, o Criador da Vida e Senhor da história vem mostrar que essa morte era também a Sua última inimiga! O Eterno torna-se carne para tomar sobre si o preço que toda carne da face da terra terá que pagar: o preço da morte. Ele paga o preço. Ele deixa que o inimigo o destrua. A Vida vencida pela Morte. Mas a história não termina assim. É deixando-se morrer, como a semente ao chão, que a Vida vence a Morte. O último inimigo é, finalmente, destruído. Hoje, nesta nossa vida terrena, experimentamos o "JÁ" dessa vitória, experimentando a vida da alma como nunca antes imaginaríamos. Mas também vivemos o "AINDA NÃO" dessa vitória: a vitória final, em que nem mesmo nossa carne poderá mais ser ferida pela morte. O Apóstolo Paulo nos diz, em 1 Co 15:54 que chegará o dia em que tudo aquilo que é corruptível se revestirá de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestirá de imortalidade e então poderemos dizer sobre a morte que tanto nos assusta: "A morte foi destruída pela vitória"!

Sim, ela ainda nos assusta, ela ainda tem o poder de nos ferir de maneiras tão profundas. Contudo, confiantes na obra do próprio Deus, em Seu Filho Jesus Cristo, chegará o dia em que poderemos olhar nos olhos da morte e dizer “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?”. (1 Co 15:55)

Vivemos, hoje, essa realidade tão opaca, corrompida, seca, cinzenta, sedenta da vida. Tão cheia de dores e lágrimas. Mas ela não é toda a realidade. Ela não é a parte mais importante da realidade. Ela é apenas uma parte, uma introdução, um trailer para a verdadeira vida, a esplêndida, luminosa, colorida e plena vida que aguarda a todos aqueles que voltaram para Eterno Deus. E, por isso, a morte não terá a palavra final. Ainda que ela nos fira tanto agora, a palavra final já foi dada. E ela é palavra de vida eterna, para todo aquele que nessa Palavra construir a sua vida aqui.

"O pecado é o aguilhão da morte que nos fere, e a lei é o que torna o pecado mais forte. Mas graças a Deus, que nos dá vitória sobre o pecado e sobre a morte por meio de nosso Senhor Jesus Cristo! (1 Coríntios 15: 56-57)

"Apenas pense por um instante (e que isso seja só o começo do seu tormento) no que ele sentiu naquele momento; como se a casca de uma velha ferida tivesse caído, como se ele se despisse de uma horrível doença de pele, como se tivesse se livrado para sempre de um traje imundo. (...) O que dizer, então, dessa limpeza final, desse despir definitivo?" (A morte de um filho de Deus aos olhos de um diabo, em "Cartas de um diabo a seu aprendiz" - C.S. Lewis)

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O cristianismo que só sabia sorrir 7 May 2020 11:45 AM (4 years ago)



Cristão chora sim. Cristão sente medo, fica preocupado, se sente ansioso, fica cansado, exausto. Cristão muitas vezes perde a esperança e, sim, se desespera. Por que? Porque quando Deus nos deu, em Cristo, uma nova natureza, espiritual, ele não nos fez deixar de ser humanos. Ele nos libertou da escravidão do pecado, o que significa que há um novo caminho para tomarmos, podemos, no fim de todas as crises, no fim de todo dia mau, ter esperança e encontrar descanso. Mas ainda assim, haverá crises, dias maus, medo da tempestade, dor. Jesus e cada homem que Deus levantou como Sua voz nesse mundo nunca esconderam isso.

Lembro de Elias, Jó, Davi, Jeremias e quantos dos seus lamentos profundos, quantos de seus momentos de desespero a ponto de pedir a própria morte! O que os fez diferentes dos que não conheciam ao Eterno? Seus desesperos foram vividos aos pés de um Redentor, confiando nAquele que podia livra-los!

Vejo o próprio Jesus, chorando por Lázaro, chorando com desespero tal pela cruz que se aproximava a ponto de transpirar sangue! Jesus, o próprio Deus. Mas o Deus que tornou-se homem e nos mostrou que homens choram. Ele não escondeu a angústia de sua alma. Não nos queria fazer acreditar que homens verdadeiramente espirituais não sentem dores ou aflições. Não. Deus fez questão de deixar registrado o momento de intensa dor de Seu próprio Filho. E é por conhecer a noite escura da alma que Jesus pode ser nosso sacerdote perfeito, nosso advogado que intercede incessantemente por nós diante do Pai. A diferença? Sua angústia foi vivida diante e em entrega confiante à bondade, ao amor e à fidelidade de Seu Pai.

Preciso confessar que estou cansada do evangelho triunfalista do Brasil. Desse evangelho que diz que cristão precisa estar sempre rindo e confiante. Que chorar e angustiar-se é falta de fé. Que pessoas verdadeiramente espirituais não se preocupam diante das adversidades. Que se declararmos as palavras poderosas com muita força e fé, Deus vai sempre atender aos nossos pedidos e as coisas serão conforme a nossa vontade.

Não é nada disso. Precisamos falar de sofrimento, porque a verdade é que sofremos e vamos sofrer, porque vivemos num mundo mau, numa carne má, cercados pelo inimigo de Deus. Vamos sofrer! E não vai ser fácil! Deus não vai sempre fazer nossa vontade não! Ele não poupou Seu próprio Filho de beber o cálice de morte que Ele mesmo tinha pedido, em meio a lágrimas de muito sofrimento, para não beber. Porque a vontade de Deus nem sempre é a nossa: e, com certeza, a dEle sempre é melhor!

Nesse tempo de tanta dor no mundo, não precisamos mais desse discurso triunfalista da teologia da prosperidade que, sem nem percebermos, deixamos entrar em nossa forma de entender a fé cristã. Precisamos de cristãos que chorem com os que choram, que se assumam seres humanos, em nada melhores do que ninguém senão em nossa confiança que, falhos e fracos como somos, temos ao nosso lado um Deus que é Eterno, poderoso, consolador, cheio de graça, misericórdia e compaixão, sempre disposto a ser refúgio às nossas almas cansadas.

Então, quando seu coração cansar e a dor vier, chore sim! Mas chore aos pés dAquele que conhece suas dores e não o julga por isso! Pelo contrário, o chama para Seus braços e lhe oferece o alívio e descanso que só Ele pode dar.

"Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". (Jesus Cristo, Filho de Deus, no Evangelho de João, cap. 16, v. 33)

"Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas" (Jesus Cristo, Filho de Deus, no Evangelho de Mateus, cap. 11, v. 28-29)

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Fé e Ciência em tempos de Pandemia 7 May 2020 11:44 AM (4 years ago)



Neemias volta para Jerusalém com a missão pessoal de reconstruir os muros da cidade. Mobiliza o povo, que morava nas redondezas, e começam os trabalhos. Inimigos dos judeus, vendo aquele projeto, zombam e criticam e desacreditam do feito, mas dias depois o muro já estava na metade. Então, os inimigos tramam invadir a cidade e causar confusão, para impedi-los de terminar aquela obra. Mas Neemias descobre, e o que ele faz diante da ameaça é que merece nossa atenção. Neemias diz:

"Mas nós oramos ao nosso Deus e colocamos guardas de dia e de noite para proteger-nos deles. Por isso posicionei alguns do povo atrás dos pontos mais baixos do muro, nos lugares abertos, divididos por famílias, armados de espadas, lanças e arcos. (...) disse aos nobres, aos oficiais e ao restante do povo: "Não tenham medo deles. Lembrem-se de que o Senhor é grande e temível, e lutem por seus irmãos, por seus filhos e por suas filhas, por suas mulheres e por suas casas". Daquele dia em diante, enquanto a metade dos meus homens fazia o trabalho, a outra metade permanecia armada de lanças, escudos, arcos e couraças. (...) Aqueles que transportavam material faziam o trabalho com uma mão e com a outra seguravam uma arma, e cada um dos construtores trazia na cintura uma espada enquanto trabalhava; e comigo ficava um homem pronto para tocar a trombeta." (Neemias 4: 9,13-14; 16-18)

Homem de Deus que era, Neemias fez várias coisas: mandou o povo orar e confiar em Deus, mas também mandou o povo pegar armas, colocou guardas em lugares estratégicos dos muros, um homem prestes a tocar a trombeta, e o trabalho continuar - com cada trabalhador construindo o muro com uma mão e segurando a sua espada com a outra. Que lição para este tempo de pandemia!

Como relacionar fé e ciência nesse tempo de tamanha ameaça? Há quem diga que não precisamos da ciência - nem de remédios, nem de vacina, nem de prevenção, nem de isolamento social - porque temos fé em Deus e Ele nos protegerá, basta orarmos e jejuarmos. Há quem diga que não precisamos de Deus - porque temos a ciência, a medicina, a inteligência humana e seus remédios e estratégias e eles nos protegerão - então quem precisa de oração e jejum?

Neemias nos ensina a ser sábios. Ele chamou o povo para orar e lembrar dos grandes feitos de Deus, confiando e descansando o coração nEle. Mas não parou aí. Ao mesmo tempo, mandou o povo pegar as armas e se organizar estrategicamente.

Oração e fé, armas espirituais. Espadas, lanças, escudos, arcos e couraças, guardas e tocadores de trombetas: estratégias humanas. Precisamos de ambos! Entregar a Deus nossa vida para que Sua vontade seja feita, mas também usar a inteligência que Ele nos deu. Porque, ao criar o homem, Deus o fez à Sua imagem e semelhança, compartilhando com o ser humano inteligência e capacidade criativa. E isso vale para todos os seres humanos, redimidos por Cristo ou não. E, assim, em cada fruto da inteligência e criatividade humana há uma expressão da Glória do Deus que é a inteligência e o poder criativo supremo. Ele não tem ciúmes ou se sente insultado quando usamos a capacidade humana para lutar contra as ameaças: Ele é louvado, pois é Ele mesmo a fonte da sabedoria de todo e qualquer homem.

Que nossa fé não seja tola, ingênua ou simplista. Leiamos a Bíblia. Compreendamos o que Deus quer ensinar através dela. E aprendamos a adorar a Ele em todas as coisas, porque "dEle, por meio dEle e para Ele são todas as coisas" (Rm 11:36). Entregue sua vida em fé e oração nas mãos de Deus, mas não se esqueça de fazer a sua parte. Assim, você estará amando a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.

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Fragilidade 7 May 2020 11:42 AM (4 years ago)



Nós, como seres humanos, estamos sempre à procura de conforto. Deus, em Sua sabedoria eterna de quem quer nos levar a ser algo além dessa nossa humanidade caída, está sempre nos levando ao desconforto. Pedro, antes tão presunçoso, teimando que nem mesmo Jesus sabia do tamanho de sua fidelidade, maior do que a de todos os discípulos, em sua presunção se vê traindo a Jesus de forma mais infiel do que todos discípulos. Jesus, após ressuscitar, poderia ter deixado o assunto quieto, esse amor jurado e não cumprido de Pedro. Ele já havia se arrependido, afinal. Mas não é o que Ele faz. Ele aguarda e aguarda, mas traz o assunto à tona. Abre o curativo que escondia a ferida. E é sobre aquele amor que Ele fala. Sobre esse amor que, em nossa presunção, juramos tão grande, mas que Ele quer nos fazer perceber o quão frágil é. Pedro, enfim, entristecido, precisando reafirmar por três vezes um amor que era sim verdadeiro, lembra que por três vezes se mostrou infiel; seu amor se mostrou também tão frágil. E, então, sua presunção é transformada em humildade. A tristeza faz isso com a gente. A dificuldade faz isso com a gente. Nossas quedas fazem isso com a gente. Podem nos destruir, ou podem nos transformar em uma versão melhor de nós mesmos. Uma versão que nem imaginávamos que precisávamos ou podíamos conhecer. Que esse tempo faça isso conosco, individualmente. Nos leve a reconhecer nossa fragilidade, a fragilidade dessa vida, nossa pequenez e nossa dependência de Deus. Que não nos destrua; antes, nos leve pra mais perto da verdadeira vida, a vida do Eterno.

#pandemia #quarentena #fragilidade #humildade #transformação #sabedoriaeterna

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Reflexões sobre a Pandemia 3: As coisas belas da vida 7 May 2020 11:39 AM (4 years ago)



Nesse tempo de quarentena, refletindo sobre quanto desaprendemos a curtir as coisas simples: simplesmente estar em casa, simplesmente bater um papo em família, simplesmente falar sobre a novela, simplesmente brincar com nossas crianças, simplesmente lembrar uma música, simplesmente ler um livro, fazer uma oração, deitar numa rede, lembrar das bençãos e agradecer.

Um tempo para nos mostrar os perigos de nossas vidas aceleradas, onde trocamos nossas famílias por nossos trabalhos, nosso aconchego por nossos muitos compromissos, nosso relacionamento com Deus por nossos templos, nosso descanso por dinheiro. 

Que o Senhor nos ajude a reaprender a curtir as coisas simples, pois normalmente são elas as mais importantes, as que realmente importam.

{Sobre uma manhã simples, com minha menina linda e meus velhos, e a alegria de ter mais tempo ao lado deles. ❤️}

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Reflexões sobre a Pandemia 2 7 May 2020 11:36 AM (4 years ago)


"Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem" (Salmo 24.1)

A nós, cristãos, nunca poderá haver o esquecimento dessa verdade: o mundo, tudo o que nele há e todos os que nele habitam pertencem ao Soberano, Poderoso e Gracioso Deus! A história é dEle. Todas as coisas estão em Suas mãos. E todos os Seus caminhos são bons. Ainda que não possamos compreender todos os Seus caminhos, não pode haver em nossos corações dúvidas de que eles são sempre bons - porque Ele é sempre bom, sempre luz, sem variação! Por isso, não importa o que aconteça ao nosso redor, não temos motivos para desesperos, para perder a paz, para viver ansiosos por coisa alguma. Sabemos a quem pertencemos e a quem todas as coisas pertencem. Faremos a nossa parte, usaremos toda a inteligência, todos os dons e talentos, tudo o que tivermos dEle recebido para cuidar da vida que Ele nos deu e amar ao próximo como a nós mesmos. Mas, independente do que aconteça, temos nossa fonte de paz intacta. Podemos descansar.

Que seu coração descanse. E se você não tem essa fonte de segurança e paz, se você não tem onde se apegar quando a morte o ameaçar, se a morte ainda o assusta e o desespera, que esse tempo seja um tempo de reflexão para sua vida, sobre o significado, a brevidade, o que realmente importa nessa vida que é realmente como um sopro. Nesse mundo louco, que acha que não pode parar toda sua vida econômica, social, capitalista, em tão pouco tempo vemos tudo parado. Não estamos no controle de nada. Somos apenas uma brisa. Somos como o orvalho. Pequenos demais. Infinitamente menores do que costumamos pensar. A história nos prova isso. E nos chama a refletir. Não deixe esse tempo passar sem refletir. Onde está sustentada a sua esperança? Onde está construída a sua vida?

#pararefletir

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Reflexões sobre a Pandemia 7 May 2020 11:33 AM (4 years ago)




Ontem, orando sobre esse tempo de Coronavirus e pedindo a Deus que nos ajude a entender o que Ele está querendo falar à humanidade mediante tudo isso, fui às Escrituras e me deparei com o capítulo 25 do livro de Levítico: o Ano Sabático e o Ano do Jubileu. 

De forma resumida, Deus havia instituído o sábado como o dia em que todo o seu povo deveria parar todo o seu trabalho para descansar e voltar-se para Ele. O Ano Sabático e o Ano do Jubileu seriam o descanso instituído para a Terra e para a corrida pelo crescimento financeiro que não se preocupa com os necessitados. A cada 6 anos, 1 ano de descanso deveria ser dado a terra, sem arar, sem plantar, sem aparar, apenas colher do que a terra desse (Lv 25. 1-7). A cada 49 anos, deveria-se viver o ano da libertação de propriedades adquiridas: a propriedade comprada de alguém, deveria ser devolvida ao seu dono original e, quando vendida, o preço de venda de uma propriedade deveria depender de quantos anos ela ainda permaneceria sob posse do novo proprietário antes do ano do Jubileu: sem exploração do irmão! (Lv 25. 9 em diante).

E como isso me fez pensar no que está acontecendo agora. Quão facilmente achamos que somos o centro do universo: não apenas nós enquanto "humanidade", mas EU enquanto indivíduo. Quão fácil achamos que tudo é sobre "MIM". 

Não podemos parar o trabalho para ficar com a família, para criar os filhos, para cuidar da saúde, para cuidar do espírito, porque precisamos crescer, ser reconhecidos, ter mais, produzir. 

Parar a terra? Dar uma pausa na exploração da criação? Diminuir a emissão de gases tóxicos? Efeito estufa? Poluição dos rios? Desmatamento? Impossível! Precisamos produzir! O mundo não pode parar!

Parar essa nossa luta maluca por ter cada vez mais, independente se isso está deixando outros com cada vez menos? Não mesmo! Cada um precisa cuidar do que é seu e não posso ser o responsável pelos problemas dos outros! Preciso garantir o meu!

Deus estava ensinando aquele povo que, para a vida funcionar, precisamos entender que é nossa obrigação, é nossa necessidade parar de olhar apenas para nós mesmos e essa escravidão idólatra que o dinheiro gera, e olhar para a vida ao nosso redor, para as pessoas que nos cercam, para a criação de Deus e para os mais necessitados. Mas a humanidade não aprendeu isso. 

E minha pergunta é se Deus não está nos dando um sábado, um "Ano Sabático" e um "Ano do Jubileu" obrigados, impostos, como descanso que Ele sabe que cada ser humano, cada família, cada terra, floresta, rio, geleiras, atmosfera e cada indivíduo esquecido e explorado dessa terra precisa para continuar tendo vida. Lembrei das imagens mostrando o descanso da natureza. Pensei em há quanto tempo muitas das famílias que hj estão "obrigadas a ficar juntas em casa" não se encontravam para 1 semana sequer juntos. Pensei em há quanto tempo não paravamos pra pensar nas necessidades, nas dificuldades, nas lutas que os moradores das favelas, das ruas, dos campos de refugiados, da Índia, das aldeias africanas, do norte e nordeste do Brasil, do sertão e dos interiores, das periferias de nossas próprias cidades enfrentam todos os dias pra viver. Há quanto tempo não paravamos pra pensar em todas essas coisas? Há quanto tempo não as enxergavamos? Há quanto tempo não abriamos mão de um privilégio pessoal, individual pelo bem da coletividade, daqueles que nem conhecemos, que nem fazem parte de nossos guetos? Há quanto tempo não nos esforçavamos tanto para tentar ajudar outros a lembrar como é viver humanidade?

Que nossos ouvidos estejam abertos para ouvir, porque Deus está falando. 

"A terra não poderá ser vendida definitivamente, PORQUE ELA É MINHA, e vocês são apenas estrangeiros e imigrantes" (Lv 25.23)

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Sábado silencioso... 7 May 2020 11:29 AM (4 years ago)



Quando Deus se faz silêncio; quando parece que acabou; quando não fizer sentido; quando as lágrimas rolarem; quando o Mestre parece faltar... Não se perturbe o nosso coração: podemos crer nEle, Ele não mente, Ele não falha! Podemos descansar! ✝️❤

#pascoa #sabadodosilencio #crer #justbelieve #faith #faithfulgod #trusthim #rest

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Sexta-feira santa 2020: Amor encarnado 7 May 2020 11:27 AM (4 years ago)



Ele sabia pelo que teria que passar. Sabia plenamente quem era, e sabia quem eram os seus discípulos. Sabia que eles eram fracos, que o abandonariam na hora mais severa. Ele sabia que o fim que o aguardava, depois de todos aqueles anos dedicados à humanidade, era a terrível cruz. Ele não estava autoenganado. Sabendo-se Filho de Deus, sabendo Seu povo pecador, sabendo o peso da rude cruz, Ele escolheu continuar amando os Seus que estavam neste mundo, até o fim. 

E não provou amor apenas em palavras, ensinamentos, filosofias. Provou seu amor tomando o lugar dos homens para ir aonde nenhum homem jamais poderia ir: enfrentar a morte, o duro e último inimigo, a prisão com a qual todos os homens haviam sido escravizados - a morte não apenas do corpo, mas da alma e do espírito. Ele provou seu amor tomando o caminho da morte que nenhum de nós nunca conseguiria tomar. Ele levou sobre si nossa morte para nos oferecer a liberdade da escravidão e nos transformar de escravos do pecado em filhos

do Altíssimo Deus. Ninguém mais poderia fazer isso. Ninguém mais suportaria o peso dessa morte. Então, a Vida entrega-se à morte. O Verbo, por um breve período de tempo, calou. O Filho sentiu o abandono do Pai. O Eterno provou do fim. Era o nosso preço, mas foi Ele quem pagou - e o pagou chamando-nos de "filhinhos". Isso é amor.

Isso é Páscoa. ✝️

#sextafeirasanta #pascoa #paixaodecristo #jesus #cordeirodeDeus #emmeulugar #maioramor

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Terça-feira santa 2020: O caminho louco 7 May 2020 11:21 AM (4 years ago)



Chegara a hora do Filho do homem ser glorificado. A hora que todo o povo de Israel estava esperando. Eles haviam recebido o seu Rei com honrarias, ramos de palmeiras nas mãos, mantos estendidos ao chão, pois finalmente o Rei prometido haveria de se manifestar. O que eles não haviam entendido é que o caminho para a Glória que Deus havia escolhido era drasticamente oposto ao que eles imaginavam. Eles imaginavam um Rei que tomaria o trono; Deus escolheu dar a Ele uma cruz. Finalmente, seria manifestada a loucura do Evangelho. A loucura da cruz. A loucura do Deus que morre; do Criador que toma o lugar de condenação das criaturas e assume uma cruz no lugar delas. A hora da glorificação do Filho do homem passaria, necessariamente, por uma cruz. Por morte. Por vergonha. Por diminuir, humilhar-se, pagar preço, sofrer. Porque não há outro caminho para a verdadeira glória. Aquele que tentar salvar a sua vida, a perderá. Mas aquele que entregar a sua vida nas mãos do Todo Poderoso, Todo Sábio, Todo Gracioso Deus, em obediência e confiança, ainda que não faça sentido, ainda que não se possa compreender, ainda que vá doer muito, esse encontrará a verdadeira vida. Esse é o caminho que Jesus nos chama a trilhar ao Seu lado. Ele nunca tentou nos enganar: há uma cruz nesse caminho, há uma morte para ser sofrida antes da ressurreição. Se o grão de trigo não morrer, não poderá dar frutos. Assim, a cada um que deseja seguir ao Messias de Deus, a proposta é a mesma: passar pela cruz.

Que o Senhor gere em nós tamanho conhecimento dEle, de Sua glória, de Seu caráter, de Sua bondade e graça e justiça e santidade e eternidade e beleza e de todos os Seus perfeitos atributos a tal ponto de, como Jesus, mesmo que com o coração perturbado, podermos dizer "Para esta hora foi que eu vim; Pai, glorifica o Teu Nome!". Que Ele nos dê fé e amor para tomar a cruz e morrer para tudo aquilo que Ele nos pedir. E, então, experimentemos, a plenitude da verdadeira vida. E que, em todas essas coisas, Ele receba a Glória!

#pascoa #semanasanta #terçafeirasanta #caminhodacruz #Jesus

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Segunda-feira santa 2020: Lições em Marta 7 May 2020 11:18 AM (4 years ago)



Nesta segunda-feira que antecede a Páscoa de Jesus, o Evangelho de João nos chama a refletir, mais uma vez, nas irmãs Marta e Maria. Que reflexão mais propícia para este tempo. A agitada Marta, sempre tão ocupada com tanto que havia para fazer, aparece novamente fazendo o mesmo. Ela provavelmente não imaginava que aquele seria seu último encontro com seu Mestre e Amigo, Jesus, e, enquanto seu irmão ressuscitado estava na mesa, desfrutando da companhia de Jesus, e sua irmã, profeticamente, ungia Seus pés com sua mais cara oferta em adoração, Marta servia a mesa. 

Ah, Marta, quanto você representa a cada um de nós. Há tanto para fazer sempre, não é? Quem o fará se você não o fizer? E, afinal, você teria outras oportunidades para simplesmente sentar-se aos pés de seu Amigo e gozar de Sua presença, não é? O problema é que não é. Era seu último encontro. Mas você andava ainda tão agitada. 

Nesses dias em que há tantas notícias para acompanhar e compartilhar, fazer a nossa parte em divulgar os fatos mais recentes ou as melhores ferramentas pra vencer o isolamento; nesses tempos em que a fragilidade da vida está tão escancarada, essa vida que escoa sobre nossos dedos sem que tenhamos qualquer controle sobre ela... o Mestre está bem ao lado, mas não conseguimos parar para desfruta-Lo. É Páscoa, o momento mais importante do ano para a cristandade, tempo de aquietar a mente e o coração e relembrar e reaprender os infinitos ensinos eternos que a última semana de vida do Cristo no mundo tem para nós... mas continuamos inquietos demais para olhar pra Ele e ouvi-Lo.

Que Ele nos ajude a aquietar e lembrar, e desfrutar, da melhor parte: Ele mesmo.

#pascoa #semanasanta #segundafeirasanta #jesus #aquietar

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Asas e raiz... 19 Mar 2018 7:44 PM (7 years ago)



Dividida entre a raiz e as asas. Esse amor tão grande pelo ninho construído: meu aconchego, meu porto seguro, minha história de afetos, minha certeza de pertencimento, meus laços, meus tesouros conquistados e guardados com tanto zelo, ano após ano, luta após luta, superação após superação, entre dores e prazeres, lágrimas e risos, sonhos e insônias - meu lugar para chamar de meu, para saber quem sou. E, ao mesmo tempo, essa vontade louca de voar, essa certeza tão convicta de que há mais, há mais de mim mesma para descobrir, há mais de mim mesma para viver, há mais para construir, há mais histórias de amor, há mais desafios a vencer, lágrimas a chorar, risos para rir, aventuras para desbravar, gente para abraçar, força para desenvolver, espaço para preencher, horizontes para contemplar, sonhos para sonhar, há mais... há muito mais. E esse mesmo coração que quer ir, quer ficar, nessa briga eterna aqui dentro, triste e feliz, cheio e incompleto, pleno e insatisfeito, lutando, guerreando, procurando encontrar um caminho, um lugar, um equilíbrio, tentando descobrir como ser pássaro com raízes fincadas ao chão, ou como ser árvore frondosa com asas abertas ao vento. Ah, coração! Aonde iremos nós assim? Como nos resolveremos? Não sem dores: seja por cortar asas, seja por cortar raízes - nessa dança doída de não poder ter tudo que se ama e que se é nessa vida. Porque uma vida só é pequena demais para tanto amar. Voa e permanece. Ama hoje e amanhã. Vai e volta. E tenta. E não desiste. Um dia, ah um dia!, haverá algum lugar em que contradições poderão conviver pacificamente. E, então, se ser feliz.

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Maturidade... 19 Nov 2017 7:57 AM (7 years ago)



Estou cada dia mais convencida de que maturidade tem muito mais a ver com lágrimas do que com risos, com decepções do que com encantos, com frustrações do que com vitórias, com dores do que com conforto, com tempestades do que com bonanças, com desertos do que com jardins...

Pois é na dor, na fornalha, na pressão, nos tempos contrários, quando nada do que esperamos acontece, quando nenhuma das nossas expectativas é suprida, quando nossos sonhos se frustram, quando os sentimentos são abafados e a empolgação passa que iremos mostrar a real força de nossas convicções – a real força de nossa fé.

Pois maturidade tem a ver com força. Não é sobre a intensidade com que começamos, mas com nossa capacidade de permanecer, enfrentando cada estação, cada inverno pesado, cada outono em que as folhas todas caem e as árvores ficam todas desfolhadas e secas... e ainda continuar de pé. É poder cantar como cantaram “Os Arrais”: “Como as árvores, eu permaneço no mesmo lugar; no outono, no inverno, eu espero primavera chegar...”. É sobre saber esperar.

É sobre ser testado e aprovado. Sobre sobreviver ao dia mau. Sobre conseguir atravessar as noites escuras sem deixar o coração endurecer e perder a esperança. É sobre não desistir de amar, mesmo sem receber amor. É sobre não desistir de dar, mesmo sem nada em troca. É sobre decidir pelo que se é, pelo que é verdade, não pelo retorno que teremos. É sobre escolher continuar dizendo sim à missão de salvar a outrem, ainda que nosso único pagamento seja uma cruz.

Estou cada dia mais convencida de que maturidade tem a ver com suportar as demoras da vida e ainda acreditar. Sobre abalar-se e não desistir. Sobre ainda poder olhar com compaixão, graça e misericórdia mesmo para aqueles que mais nos feriram. Sobre morrer, mas ainda assim escolher doar-se. Sobre injustiças, sobre “nãos”, sobre feridas, sobre solidão, sobre diminuir, pois, como também cantaram “Os Arrais”, “somente uma fé que se abalou inabalável é”.

Porque é tão fácil ter um sorriso nos lábios, um coração grato, um olhar compassivo, braços estendidos, serviço disposto, vontades firmes, convicções inabaláveis quando os tempos nos são favoráveis, quando o caminho está cheio de companheiros, quando nosso sonho é compreendido e apoiado, quando encontramos suporte e cuidado, quando está confortável e bonito o trajeto à frente, quando há luz e certezas... e como são bons e abençoados estes tempos de bonança que o Senhor nos dá!

Porém o dia mau chegará. E não nos enganemos: ele chegará! O inverno. Depois de viver as belezas do verão e da primavera, precisamos estar preparados para o inverno, pois ele sempre chega. Quando não haverá mais tantas companhias, quando nossos sonhos e visões serão considerados loucos, quando não haverá a mão estendida ou o abraço esperado, quando seremos julgados e condenados, quando uma cruz nos esperará no fim do caminho, quando vai doer e sangrar e pareceremos enfrentar tudo isso sozinhos... e é então que saberemos a real força de tudo que achávamos ter e ser. É então que saberemos o real material do qual nossa casa era construída. Quando o vento bate forte. Quando a tempestade cai.

E esse é o propósito dos nossos invernos. Não apenas nos testar e provar, mas nos amadurecer. Nos mostrar nossas fragilidades e nos convidar a cuidar delas e deixa-las ser cuidadas, e nos fortalecer. Pois quando conseguimos vence-los – ah! quando conseguimos vence-los! – descobriremos que havia em nós uma força que jamais imaginaríamos, e descobriremos que nossa paz e satisfação não são construídas e determinadas pelo que está acontecendo lá fora, mas pelo que está acontecendo aqui dentro. Até chegar aquele dia em que, esteja frio ou calor, claro ou escuro, silêncio ou barulho, repleto de gente ou sem ninguém, continuaremos encontrando motivos para sorrir e confiar e, finalmente, descansar. Maturidade.

Por isso, também “nos gloriamos nas tribulações, porque aprendemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança produz um caráter aprovado; e o caráter aprovado produz confiança. E a confiança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que Ele mesmo nos outorgou” (Romanos 5.3-5), porque “Ele me declarou: “A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Sendo assim, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim. Por esse motivo, por amor de Cristo, posso ser feliz nas fraquezas, nas ofensas, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Porquanto, quando estou enfraquecido é que sou forte!” (1 Coríntios 12.9-10).

Porque Ele é a nossa força. Ele é nossa fonte de paz e alegria. Ele é nosso motivo e esperança. Ele é nosso propósito e herança. Ele é nosso conforto e abrigo. Ele é nossa segurança e nosso amigo sempre presente.

“Porque dELE, e por ELE, e para ELE, são todas as coisas; glória, pois, a ELE eternamente. Amém.” (Romanos 11.36)

E, seja verão ou inverno, outono ou primavera... Ele nunca nos faltará!


Nele podemos descansar e confiar.

Amadurecer...

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Envelhecer... 7 Nov 2017 5:06 PM (7 years ago)



Gosto da beleza desses tempos meio cansados da vida.

Os passos lentos, os lugares ermos da espera, antes tão temidos e rejeitados, hoje parecem tão mais desejáveis do que os empolgados e bobos desejos perecíveis dos tempos de meninice.

Aquela pressa de chegar, que antes parecia nunca passar, que parecia vital como o ar, que parecia quase propósito em si mesma, começa a dar lugar a essa brisa meio melancólica e tão desapressada dos cabelos que começam a embranquecer.

A vontade cheia de intensidade dos holofotes, das emoções explosivas, das respostas rápidas começa a tornar-se desejo por rede de varanda, cadeira de balanço, e as reflexões acalmadas já não causam mais tanto temor.

A palavra esperança ganha um novo sentido. Ou uma nova compreensão. Assim como paciência. E fé. Aprende-se a contemplar a beleza do inalcançado, do que ainda não é – e nem se sabe se será.
A beleza dos tempos de espera. A beleza da caminhada, e não apenas da chegada. A beleza de desacelerar.

Hoje confesso que as fortes e explosivas emoções, as grandiosas promessas, a necessidade de tantas juras já não me atraem tanto. Quase me causam desconfiança. Atrai-me um amor quieto, pensado, sentido devagar, delicado como gestação, como bebê recém-nascido que maior e mais definitivo significado ganha quanto mais o tempo passa. Não à primeira vista, mas a cada nova vista do dia-a-dia, gota a gota, passo a passo. A beleza da frágil construção. De quem vê semente tornar-se flor.


Deve ser algo assim o que chamam de maturidade. Só sei que me conquista. Pouco a pouco. Envelhecer...

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Ele continua sendo bom... 7 Nov 2017 4:59 PM (7 years ago)



Se estivermos atentos, se houver em nós uma pequena centelha de atenção, um pequeno intervalo de paciência para parar e contemplar em meio aos dias maus, em meio aos dias de ventos parados, quando parece que o Senhor calou e esqueceu, como se tivesse resolvido sair do jogo e deixar pra lá todas as promessas... nós ainda O ouviremos. Ele ainda nos falará, no meio da brisa suave, no meio de uma discreta luz brilhante, como aquela flor escondida, solitária, no meio de pedras e cachoeiras... Ele ainda falará.

Falará que continua sendo Deus, e que continua sendo bom. E que, diferente de nós, Ele não esquece e não desiste. Ele não volta atrás e não abandona. E Ele ainda sabe o caminho mais bonito para nós, aquele que precisamos trilhar pra descobrirmos o melhor que podemos ser. Ele ainda tem o plano sob controle e sabe exatamente aonde quer nos levar. Ele ainda tem o plano perfeito – e Seus planos continuam sendo belos, plenos e cheios de alegria e paz.

Ele ainda escreve histórias bonitas e, revelando Sua infinita graça, as coloca em nossas vidas para nos fazer lembrar – e não desistir. Para não nos deixar achar que eram apenas fábulas contadas pelos antigos, apenas sonhos infantis ou aspirações utópicas. Então, Ele nos lembra e nos revela Seu imensurável poder. Porque Ele continua sendo Deus, e continua sendo bom. Porque todo o poder está em Suas mãos, e Ele realmente – REALMENTE – nos ama. Ele conhece cada anseio dos nossos corações, Ele conhece cada uma das nossas lágrimas, Ele mesmo plantou sonhos em nossas almas, desde a eternidade, e é fiel e justo para completar em nós a obra que Ele mesmo começou.

Então, coração, espera nEle. Confia nEle. Para, contempla, respira fundo e confia. Seu Deus continua sendo Deus – e Ele continua sendo bom. Você pode descansar. Ele ainda está lá, Ele ainda vê você, Ele ainda te conhece e te ama e continua contigo. Não desanima, não! Ainda há muito para acontecer. Ainda há muito para se surpreender. Caminha, continua a caminhar. Olha para o alto, olha para o Pai, coloca nEle seu amor, e Ele te guiará.


Sonha, coração! Nunca deixe de sonhar! Pois para as alturas fostes criado, para os ares, para os céus, para as montanhas, para muito mais... continua a crer, abre tuas asas e recomeça o teu voar – pois lá no fim, na plenitude do mais belo horizonte, está Seu Criador e Pai – sempre Deus, e sempre bom – a te esperar...

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Procura-se um amor... 9 Sep 2017 7:01 PM (7 years ago)



Procura-se um amor que goste de velharias: Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Bossa Nova, um bom xote do Gonzaguinha e um bom chorinho, preferencialmente tocado por algumas cabecinhas já bem esbranquiçadas pelo tempo.

Procura-se um amor sensível: romântico, que goste das pequenas expressões de carinho - andar de mãos dadas, abraço de cumplicidade, dançar juntinho, sorrir com o olhar, abraçar com o sorriso...

Procura-se um amor menino: leve, de sorriso fácil, grato para com as pequenas bonitezas da vida, sem vergonha das gargalhadas escandalosas e das fotos de poses malucas, capaz de regozijar-se com as gotas de alegria do dia-a-dia.

Procura-se um amor maduro: guerreiro, sério, pensado, desejado, decidido, daqueles que sabem o que se quer e aonde se vai e que são pela decisão de ser e, sendo assim, não mudam com cada vento a soprar, mas permanecem, apesar das tempestades, pois, como disse o velho Vinícius: “Para viver um grande amor direito, primeiro é preciso muito peito, peito de remador”.

Procura-se um amor reflexivo: contemplativo, daqueles que andam sempre à procura da profundidade das coisas - a letra de uma música, a história de um filme ou de um bom livro, o bate-papo com um amigo, o ouvir uma criança ou o simples parar para olhar o céu, o rio, as árvores, as aves, a vida intensa de toda a criação.

Procura-se um amor intenso, que ame a aventura da vida e vibre com o desejo de descobrir tudo de bom que ela tem para oferecer. Um amor criança, que regozije-se com a novidade, a descoberta, a adrenalina da renovação - um amor para explorar cada pequena eternidade da caminhada!

Procura-se um amor Divino. Acima de todas as outras coisas. Um amor cheio do amor do alto, inundado pelo Próprio Amor – vindo dEle, olhando para Ele, apontando para Ele, existindo nEle, crescendo para Ele, compreendendo que sua força, seu propósito, sua essência está na eternidade e não nos pequeninos tesouros empoeirados desse mundo.


Procura-se um amor cheio de sonhos: sonhos de Deus, sonhos com Ele. Muitos sonhos! Esse desejo enorme, essa ansiedade bonita de se entregar para algo maior do que a si mesmo, de viver uma vida que vale a pena, de não desperdiçar toda graça recebida, de multiplicar, de frutificar, de florescer. Procura-se um amor cheio de amor, para dar e receber.

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Alma de passarinho... 27 Jul 2017 6:26 PM (7 years ago)


Ela tem alma de passarinho. Nasceu para as alturas, para a liberdade, para o doce soprar do vento, para abrir as asas e plainar. Nasceu para a plenitude do horizonte, para o contemplar de belas paisagens, para o despertar e o pôr do sol, para a sombra da lua nos rios, para a vida da natureza. Seu coração anseia por voar, pelo que está além, pelo que ainda não se descobriu. Sua alma caminha na simples confiança de quem se entrega, de quem sabe que o amanhã virá e trará consigo a provisão do Criador. Alma livre, alma de aventuras, de emoções, de intensidades. Sempre criança, sempre abraço, sempre amor. Ela não tem vergonha de ser feliz. Nasceu para a vida, para o alto, para o profundo, para o porvir, para muito mais...

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Série 1 Coríntios - Parte 1: Uma igreja orgulhosa e o problema das divisões denominacionais 23 Nov 2016 6:40 PM (8 years ago)



Hoje iniciaremos uma série de reflexões a respeito do livro de 1 Coríntios. Serão análises gerais a respeito dos assuntos abordados na carta, sem adentrar de maneira muito profunda em tópicos específicos ou polêmicos, exceto em alguns casos. O objetivo é termos uma noção geral do que Paulo estava tentando ensinar àquela igreja, e como esses ensinos são aplicados à nossa vida cristã hoje. As análises apresentadas são pessoais, mais baseadas em meu entendimento da Palavra do que em estudos teológicos aprofundados a respeito de cada assunto, então, é claro que posso estar equivocada a respeito do sentido de qualquer aspecto, e a correção e/ou complementação por parte de todos os visitantes será muito bem-vinda.

Começaremos falando um pouco da questão que acredito ser a central na igreja de Corinto, e os aspectos abordados nos capítulos 1 a 4. Deus seja conosco, nos iluminando, revelando Sua Palavra e nos transformando, pela renovação da nossa mente, por meio das Sagradas Escrituras. A graça do Senhor seja conosco.

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"Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento (Como o testemunho de Cristo foi mesmo confirmado entre vós). De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co. 1. 5-7)


Estudando o livro de 1 Coríntios e tentando entender quem era aquela igreja para quem Paulo estava escrevendo, e percebendo as características das exortações que Paulo fazia àqueles irmãos, esses versículos 5 a 7 do primeiro capítulo me pareceram resumir o problema da igreja de Corinto: o que Paulo elogia foi o que se tornou a queda daquela igreja - seu enriquecimento na Palavra, conhecimento e dons espirituais tornou-se orgulho. E em muitos momentos veremos essa característica se manifestando nos pecados que aquela igreja estava cometendo. Uma igreja orgulhosa - ou cheia de pessoas que se tornaram espiritualmente orgulhosas e soberbas.

E isso é tão fácil de acontecer, não é? Quando começamos a receber muito de Deus, seja no que for - conhecimento, dons, manifestações sobrenaturais (como estava acontecendo com Corinto), o que quer que seja - corremos o grande perigo de começar a nos achar melhores do que os outros e, assim, começar a olhar quem "não está no nosso nível" com julgamento, exclusão, menosprezo.

A primeira expressão desse pecado na vida da igreja de Corinto pode ser percebida nos capítulos 1 a 
4, quando Paulo está falando das divisões que se estabeleceram dentro da igreja, principalmente, no caso desses capítulos, em função da valorização de nomes de líderes em detrimento da valorização da obra de Cristo, que une a todos os cristãos.

Paulo exorta a igreja contra a procura/ valorização / foco naquilo que homens podem oferecer, na sabedoria humana, no colocar a esperança e a fé nos atributos humanos, o que estava gerando divisões na igreja, visto que alguns se chamavam pelo nome de Paulo, outros pelo de Apolo, outros pelo de Pedro. Paulo lembra que nossa esperança e nosso foco devem estar na obra de Cristo (e não de homens) e na sabedoria de Deus (e não de homens), e que estas, ambas, são loucura para o mundo, porém, foi por meio do que é louco (e não sábio) que Deus resolveu operar e revelar Seu mistério de salvação. Portanto, não devemos olhar ou nos apoiar em homens, pois a sabedoria humana é loucura para Deus, mas em Cristo, e nEle sermos UM e andar em unidade.

Ainda falando sobre a divisão que havia se instalado na igreja, no capítulo 4, Paulo ensina que os apóstolos são apenas servidores de Cristo, e que a igreja / os grupos não deveriam julgar nenhum dos obreiros de Deus precocemente, que o dever de cada apóstolo era ser fiel a Deus e não a homens, e era Deus quem iria julgá-los. Portanto, um grupo, que seguia uma pessoa, não deveria ficar julgando outro grupo, que seguia outra pessoa, mas aguardar o julgamento final, quando todos serão julgados pelo Pai e todas as obras serão manifestadas.

O apóstolo também fala que esse julgamento que um grupo fazia do outro originava-se do orgulho que havia entre eles: um se achava superior ao outro. Mas lembra que tudo o que temos foi dado por Deus, portanto não temos do que nos orgulhar. 

Termina lembrando que os verdadeiros apóstolos, ao invés de estarem sendo exaltados ou procurando exaltação, estão sendo humilhados, perseguidos, pagando alto preço para ver o crescimento da Igreja, e diz à igreja para seguir seu exemplo, ao invés de ficarem orgulhosos, e envia Timóteo para ajudar a igreja a relembrar tudo que havia ensinado e tudo que estava vivendo por estar unido com Cristo.

Trazendo os ensinos desses 4 primeiros capítulos para nossas vidas, penso nitidamente nas divisões denominacionais que existem no meio evangélico brasileiro. Como nós somos como a igreja de Corinto. Um grupo achando-se melhor do que outro, apoiando-se em nomes de homens, em suas histórias, naquilo em que se acham superiores aos outros, e julgando todos aqueles que pensam e vivem diferente como inferiores. Como temos vivido como se não fôssemos a mesma Igreja, o mesmo Corpo de Cristo, a mesma Noiva, e dividindo o Corpo de Cristo, de forma a manchar o nome de nosso Cabeça, Jesus Cristo, entre os incrédulos. Quando nossa união deveria manifestar a maravilhosa obra que Cristo fez por nós, Sua graça em nos revelar Suas maravilhas e nos dar dons e entendimento - a nós e a todos os demais salvos, nos enchemos de orgulho com o pouco que temos recebido e nos tornamos juízes de todo mundo. Como nossa igreja evangélica brasileira precisa olhar para a igreja de Corinto, enxergar-se nela e aprender com ela. E eu faço parte disso. Eu também estou aprendendo a julgar menos e amar mais - como Paulo ensinará nos capítulos posteriores. O orgulho nos mata, e as divisões dentro do Corpo de Cristo nos matam também. Que não seja assim. Que o Senhor nos liberte do pecado do orgulho espiritual, da vaidade, da soberba, e nos ensine a enxergar o que realmente importa, o que realmente Jesus veio nos ensinar - e Seu Evangelho nos ensina.

Que Deus ajude a igreja brasileira. Vem, Senhor Jesus.



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Quaresma – É Páscoa! – Ele Vive! Aleluia! 27 Mar 2016 7:31 PM (9 years ago)



“Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou.” (Lucas 24.5b-6a)

Ressuscitou! Jesus Cristo vive! Aleluia!

Para renovar, fortalecer, conceder-nos fé. E, por isso, Ele ressuscita em secreto, sem ninguém ver. E revela-se primeiro aos improváveis, aos de menor posição – às mulheres (v. 5-8). Porque essa notícia era para ser recebida pela fé. Não pelo que os olhos diziam ou podiam confirmar. Não pelo raciocínio. Não pelos cálculos da inteligência humana. Mas pela fé. Porque toda a caminhada dali em diante seria pela fé. E Sua ressurreição precisava nos ensinar isso, e conceder, renovar, fortalecer nossa fé.

Para nos lembrar do valor da intimidade e do relacionamento. E, por isso, foi no caminhar ao lado, no ouvido atento, no compartilhar das dores e, principalmente, no partir do pão que Ele se revelou pela segunda vez, aos discípulos entristecidos no caminho de Emaús (v.13-32). Para nos lembrar que Sua ressurreição é para o dia-a-dia, para todos os nossos dias e, em especial, para os dias cansados e entristecidos; que Sua ressurreição era o cumprimento da promessa de que Ele permaneceria ao nosso lado todos os dias, até a consumação dos séculos – e que Ele continua a se importar com nossas dores e a querer participar de todos os nossos momentos, e a partir o pão conosco, o pão da Palavra e o pão para o corpo. Ele ressuscitou para andar com a gente – e é no relacionamento, no coração ardendo, e nos momentos mais singelos de intimidade que O reconheceremos, e que nossa fé e nossa vida se renovarão.

Para renovar nossas esperanças de salvação e vida eterna. E, por isso, Ele faz questão de mostrar aos Seus discípulos que Sua ressurreição foi não apenas em espírito, mas também em carne – possível de ver, de apalpar, de verificar. Porque essa é a promessa de ressurreição que nos foi feita. Porque, provavelmente, se os discípulos não O pudessem tocar e sentir, com seus próprios sentidos, eles pensariam que esta ressurreição era apenas para os seres celestiais, os “espíritos elevados” ou esse tipo de coisa que costumamos pensar quando vemos o sobrenatural de Deus acontecendo na vida de alguém. Mas Jesus lhes concede uma prova, sinal vivo e verificável, para aumentar-lhes a fé e renovar as esperanças da vida vindoura. Uma vida na qual não teremos apenas nossos espíritos, mas nossos próprios corpos ressuscitados e glorificados – como eles foram criados para ser, à semelhança do Messias. Sua ressurreição é também nossa promessa viva e real de nova vida.

Para revelar nossa missão aqui nesta terra: “e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.” (v. 47). Uma vez tendo recebido fé, companhia, esperança e vida real para nossa caminhada, também revelar ao mundo inteiro o caminho para todas essas promessas. Apontar-lhes a porta. Ser porta-vozes das Boas Novas de Deus para a humanidade. Permitir que TODAS AS NAÇÕES recebam estas boas notícias que trazem vida eterna, e ajudar-lhes a alcançar as promessas que, por graça alcançamos, por meio do arrependimento e remissão dos pecados, no Messias enviado, Jesus Nazareno. E não em nossas próprias forças, mas na promessa dada pelo Pai ai Filho, de revestir-nos com o poder vindo do alto.

Para nossa alegria e nossa união. Porque, ao encher o coração de Seus discípulos de júbilo (v. 52) e ao mantê-los sempre unidos, no templo, louvando Seu Nome, Deus seria glorificado neste mundo. Pois, quando o mundo vê discípulos fiéis, regozijantes e unidos em louvor, mesmo após a morte do seu Mestre, o mundo começará a perguntar o motivo da nossa fé – e a também refletir sobre a verdade da Sua ressurreição. Porque é na Sua ressurreição – e no retorno de nosso Mestre ao Pai – que passaram a residir nosso júbilo, nossa paz, nossa esperança, nosso elo. Somos UM nEle. Ele nos une. Ele nos mantem juntos. E, quando assim permanecemos, em amor e regozijo, o mundo O conhecerá. O mundo O verá em nós. Passamos a ser Seu Santuário. Sua Casa. Seu Templo móvel, que pode alcançar o mundo inteiro. É assim que O glorificamos.

E, por todas essas coisas, nosso Redentor Ressuscitou! Ele vive! Aleluia! Nossa maior glória! Nossa maior felicidade! Nossa fonte de alegria e esperança! Nosso Salvador Vive e Reina! E nada mais poderá detê-lo ou superá-Lo! Nem mesmo a própria morte O deteve. Está consumado. Está concluído! E nós recebemos o PRIVILÉGIO, a INSONDÁVEL GRAÇA de ser participantes disto! Aleluia! Nosso Senhor Vive! Isso é Páscoa! Nossa Passagem: da morte para a vida. A Eterna Vida! Ele vive! Aleluia! Vem, Senhor Jesus!


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Quaresma – Dia 40 – O Sábado da Paixão, a Multidão e os Seguidores do Messias 26 Mar 2016 6:05 PM (9 years ago)



“Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou” (Lucas 23.46)

E, tendo finalizado Sua vida mortal assim, com estas últimas palavras, Jesus gera diferentes reações naqueles que presenciavam Seus últimos momentos.

Lendo a narração da condenação e crucificação de Jesus, ficava imaginando o que levou aquela multidão, provavelmente a mesma que vivia cercando Jesus e buscando Seus milagres e admirando-se deles e das palavras e ensinos de Jesus, bradar de forma tão veemente para que Pilatos O crucificasse. Não faz sentido! Aquelas pessoas haviam visto o que Jesus fazia! Elas O haviam acompanhado, sabiam quem Ele era. Mas, talvez, tendo sido enganadas por aqueles falsos religiosos que queriam a morte de Jesus, elas achassem que aquilo seria bom. Fiquei pensando se aquelas pessoas não achavam que, de repente, mandar Jesus para ser morto por oficiais romanos não seria a oportunidade perfeita para que Ele operasse o maior de todos os milagres; se elas não estavam realmente esperando que Ele se manifestaria em glória, ali, combatendo Seus inimigos romanos, descendo da cruz e tomando o poder para libertação civil do povo de Israel... e não é possível afirmar nada disso, pois só Deus sabia o que se passava no coração daquela multidão. Mas, talvez, fosse isso. Enganadas por escribas e fariseus, talvez aquelas pessoas, até aquele momento, mesmo depois de tudo o que já haviam visto e ouvido de Jesus, ainda não haviam entendido o que e quem seria o Messias. E esperavam o libertador das cadeias externas – quando o Pai O havia enviado para libertá-los das cadeias internas, e eternas. Mas eles não haviam entendido. E, assim, como a última cartada, esperavam que aquela condenação injusta seria a grande oportunidade para o libertador revolucionário levantar-se para vencer a opressão romana. Então, gritaram pela Sua condenação e morte (v.18, 21, 23) e, após terem-na conseguido, lá foram eles seguindo o Messias crucificado (v.27), aguardando pelo grande milagre.

Porém, o tão esperado milagre não chegou. O Messias não desceu da cruz. Ele não vociferou contra os “malditos romanos” que O escarneciam, maltratavam e humilhavam. Ao contrário, Ele pediu ao Pai que os perdoasse (v.34). Ele era blasfemado, e não falou nada. E “o povo estava ali e a tudo observava” (v.35). Esperando. Esperando. Até que, sem entender nada e, talvez, guardando as esperanças de que o grande milagre e a grande revolução do Messias acontecessem até o fim, eles O ouvem falar: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!”. E morrer. E eu acredito que ali, naquele exato momento, as vendas caíram de seus olhos. E o evangelho de Lucas fala: “E todas as multidões reunidas para este espetáculo, vendo o que havia acontecido, retiraram-se a lamentar, batendo nos peitos” (v.48). E, novamente, fiquei pensando: naquele momento, aquela multidão poderia ter, simplesmente, se frustrado com a não realização do milagre que esperavam e tendo chegado, finalmente, na conclusão de que “Ele não era mesmo o Messias que dizia ser”; e voltariam para suas casas decepcionados e desanimados. Contudo, não foi assim que a multidão saiu. As Escrituras dizem que, mediante tudo o que viram, as multidões saíram lamentando e batendo nos peitos. Sinal de tristeza. Por isso, eu creio que eles entenderam: entenderam Quem era Aquele Homem crucificado, e entenderam o que fizeram. Por isso, choraram e lamentaram. Ele era quem dizia ser. E eles não acreditaram. Porque esperavam o Messias errado. Porque haviam sido convencidos de uma mentira. Mas, ali, diante daquela cruz, diante dAquele Homem que ainda amava e perdoava, que entregava-se como ovelha ao matadouro, que cumpria as Escrituras, e que entregava o Seu espírito ao Seu Pai... eles, finalmente entenderam.

E, infelizmente, ainda hoje, grandes multidões esperam o Messias errado. E não apenas entre os judeus – mas entre nós. Ainda esperam o Salvador que irá salvá-los das coisas deste mundo. Um Messias cujo propósito é acabar com a opressão física: a dor, o sofrimento, a pobreza, a opressão, a violência, toda a maldade dessa terra – representados pela opressão de Roma sobre o povo de Israel. E exatamente por isso muitos vivem tantas crises a respeito de Deus e o sofrimento humano. Como Ele pode ser bom e ainda existir o mal? Como Jesus poderia ser o Messias e o povo de Israel ainda continuar oprimido por Roma e por tantos sofrimentos oriundos disso? Era de um revolucionário que os judeus achavam precisar. Mas Deus enxergava além. Ele enxerga além. Ele sabe que, ainda que fôssemos libertos de todas as correntes de dor e sofrimento deste mundo, continuaríamos escravos. De nós mesmos. De uma escravidão que nada nesse mundo poderia nos livrar – a escravidão eterna. E que nenhum bem, nenhuma felicidade, nenhum conforto vividos nesse mundo poderiam suprir o sofrimento gerado por essa escravidão – porque essa é a verdadeira escravidão, o verdadeiro sofrimento: aquele que nos tira o sentido da vida, o propósito, a identidade... todas as coisas. A escravidão que nos esvazia totalmente – pois nos separa do nosso Criador, a Fonte de todo bem. E, enquanto estivermos separados dEle, nossa alma nunca poderá ser realmente feliz. E nenhum bem dessa vida pode suprir essa falta. Assim, é dessa escravidão que o Messias vem libertar o mundo – pois, uma vez libertos dela, uma vez religados com Deus, a Fonte de todo bem, nenhum sofrimento deste mundo é capaz de roubar nossa felicidade e nossa paz. Somos preenchidos e salvos por dentro e, quando isso acontece, nenhuma guerra, nenhuma opressão, nenhuma fome, nenhuma perseguição, nenhum escárnio, nenhuma humilhação... NADA que venha de fora poderá nos abalar. A salvação HABITA em nós. Por isso, essa era – e é – a maior missão do Salvador.

E, por isso, a reação de Seus seguidores foi tão diferente da reação da multidão. Enquanto a multidão saiu a lamentar e bater nos peitos, “todos os conhecidos de Jesus e as mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia permaneceram a contemplar de longe estas coisas. [...] As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento” (Lucas 23.49, 55-56). Com toda certeza, aqueles homens e mulheres estavam sofrendo profundamente naquele momento. Seu grande Mestre havia morrido, depois de tanta dor. Não podemos imaginar quão duro isso foi para os Seus seguidores. Mas a narração a respeito deles é claramente diferente da feita a respeito da multidão.

Eles permaneceram. Jesus já estava morto, mas seus corações continuavam fiéis a Ele. Porque Ele os havia transformado – e agora já não era mais possível viver desligados dEle. E, mesmo quando Ele já havia morrido, eles continuavam ali. Sim, é verdade que muitos – talvez a maioria – dos seguidores de Jesus não permaneceram; fugiram. Mas aqueles que ali ficaram, e aquelas mulheres galileias principalmente, representavam o remanescente fiel, o exemplo para todos os seguidores, para todos nós. Sua fidelidade ao Cristo não se extinguia com Sua morte. Elas criam, elas sabiam Que Ele era o Enviado de Deus. E, por isso, continuavam a crer e a segui-Lo. Prova disso é que aquelas mulheres, acompanhando José de Arimatéia e Nicodemus, vão ver onde o corpo do Mestre haveria de ser colocado – e foram preparar aromas e bálsamos para colocar sobre ele (v.56a). O comentário de minha Bíblia Shedd diz assim, sobre esse versículo: “Aromas e bálsamos. Vê-se o amor pelo Senhor no trato do Seu corpo. Normalmente um criminoso crucificado seria enterrado sem cerimônia num campo qualquer”. Mesmo morto, mesmo estando ali apenas o corpo do Mestre, aquelas mulheres ainda O amam e O honram, com seus perfumes e especiarias. Elas continuam crendo. E continuam amando – mesmo quando tudo parece ter “dado errado”. Mesmo quando elas, provavelmente, nem entendiam o porquê de tudo aquilo. Mas elas continuam fiéis. Porque elas já haviam experimentado a verdadeira libertação, dada pelo Cristo. Então, mesmo sem entender, mesmo na dor e no sofrimento, elas permanecem.

E, finalmente, que versículo lindo é o 55, parte b: “E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento”. Descansaram. Fiquei me perguntando: “Como elas podem ter descansado no dia imediatamente após a morte de Jesus?”. Mas a palavra se repetia na minha mente: descansaram. E glórias a Deus pelo significado disso! Aquelas mulheres, com toda certeza, sofriam, com seus corações moídos por tudo o que aquela sexta-feira havia trazido. Certamente, elas enfrentavam dor e angústia enormes. Contudo, quando estamos com o Cristo, quando O conhecemos, quando Ele nos transformou, de alguma forma miraculosa que só pode ser resultado da ação do próprio Espírito de Deus, nós podemos encontrar descanso para nossas almas e corações – mesmo quando eles estão quebrados e despedaçados. Nós podemos. Podemos continuar obedecendo – “segundo o mandamento” – mesmo quando parece impossível. Porque é Ele quem nos capacita. E Deus capacitou aquelas mulheres, mesmo em meio à tamanha dor que elas sentiam. E Ele vem nos lembrar hoje: quando o sábado da paixão chegar em nossas vidas, e tudo parecer acabado, sem saída, sem explicação, impossível de compreender, quando isso doer mais do que podemos expressar, quando nos sentirmos sós e abandonados, quando não parecer mais haver esperança e o sofrimento tomar conta do coração – ainda assim, nosso Pai tem um lugar de descanso para nossas almas. Ainda assim, nosso Pai nos capacita para obedecer. Porque Ele continua conosco. Sempre. Todos os dias. E Sua salvação, operada no mais íntimo de nós, continua a nos salvar – dia após dia, dor após dor. Ele é a nossa Salvação. E continuará sendo, até o fim.


Que hoje, no “Sábado da Paixão”, e em cada “sábado da paixão” de nossas vidas, possamos nos lembrar de Quem era o Homem a expirar naquela cruz – e de todas as promessas que o Domingo traria consigo. E trouxe. E trará. Porque nem mesmo a morte foi, é, nem jamais será capaz de deter o Salvador deste mundo. Nossa esperança é eterna, e nunca falhará. Glórias, pois, a Jesus Cristo, eternamente. Amém. Amém.

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Quaresma - Dia 39 - O exemplo do Jesus Humano 25 Mar 2016 8:55 PM (9 years ago)


"Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua" (Lucas 22.42)

Talvez as palavras que mais revelam a humanidade de Jesus. E que bonito ver que Deus, ao nos deixar Sua Palavra registrada, deseja expressar a perfeita humanidade de Jesus nesse momento tão primordial que é a véspera do cumprimento da Sua missão na terra - e do pagamento do preço a ela estipulado. Jesus não se faz de forte. Sim, desde o princípio Ele sabia que precisaria sofrer e morrer. Mas, quando o momento chega, o Jesus Homem sofre, tem medo, gostaria de ser poupado. E pede a ajuda do Pai. Pede pra não precisar passar por tanto sofrimento.

E isso é tão importante para nós, seres humanos chamados para imitar o Mestre. Porque nós também sabemos, por Sua Palavra deixada a nós, que sofrimentos e perseguições nos esperam. Sabemos que o caminho de Cristo é nosso caminho. Que a cruz que O esperava também nos espera. Contudo, muitas vezes, nos esquecemos que Ele, mesmo também sabendo que tudo isso O esperava, teve medo e quis ter outra opção. E aqui Ele nos ensina que não precisamos deixar de ser humanos para O seguir. Que Ele sabe como é duro passar pelas dores dessa vida, que dá medo, que é ruim. Ele sabe. E por isso não nos diz que é nosso dever "desejar" essas coisas. Não nos diz para pedir sofrimento e morte. Assim como Ele, o próprio Deus, pediu para ser poupado, tamanho o peso do que O esperava, Ele compreende quando também sentimos medo e queremos ser poupados.

E tudo isso me faz lembrar tanto de nossos irmãos perseguidos fisicamente pela fé. Quando vejo Jesus sendo açoitado, crucificado e morto, lembro de meus irmãos perseguidos pelo Estado Islâmico e tantos outros extremistas religiosos. E, podemos ter certeza: mesmo sabendo de todas as promessas que acompanham o sofrimento do salvo, viver o sofrimento é muito duro. Numa intensidade que a maioria de nós sequer imagina. A ponto de Jesus pedir que Seus discípulos orassem com Ele naquele momento de dor. E assim é com nossos irmãos. Dói. Muito. E pesa em nosso coração e espírito. E gostaríamos de ser poupados. Eles certamente gostariam. E Jesus sabe como é isso. E não nos condena.

Porém, Ele termina nos ensinando a fazer a maior oração de nossas vidas: "contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua". E esse é o grande ponto. Mesmo que tenhamos vontade de fugir, como Jesus parece ter tido, precisamos seguir o exemplo deste Jesus que também foi homem, como nós, e pedir a vontade de Deus ao invés da nossa. Por fé. Por confiança em nosso Pai. Por obediência. Não uma obediência oriunda do medo. Mas uma obediência oriunda de uma fidelidade baseada em confiança e Amor. Jesus conhecia o Seu Pai perfeitamente. E sabia que os planos e vontades dEle eram perfeitos. Por isso pediu por eles. E é isso o que nós precisamos lembrar também. Algumas vezes essas vontades irão doer muito, irão nos levar a uma cruz muito pesada - mas eles continuam sendo mais elevados que os nossos, e perfeitos.

Que possamos aprender com o exemplo do Jesus Homem. Que sofreu. Que teve medo. Mas que permaneceu fiel. Que confiou. Que teve fé. Porque o Seu Pai é o nosso Pai. E porque já conhecemos o fim da história - como Jesus já conhecia. E o verdadeiro amor lança fora todo medo. Vamos sofrer, vai doer, vai ser difícil - Jesus já predisse isso. Mas a conclusão será muito mais maravilhosa do que possamos imaginar. Nosso Pai é fiel e perfeito. Ele não nos abandonará. Podemos confiar nEle - e seguir os passos de Jesus, até o fim. Amém.

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Quaresma - Dia 38 - Capacitados pelo Mestre 24 Mar 2016 6:32 PM (9 years ago)


"Assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem" (Lucas 21.14-15)

Às vezes, paro pra olhar pro trabalho que alguns missionários tem feito ao redor do mundo, em realidades tão difíceis, de povos fechados ao evangelho, inimigos declarados de Jesus, e verdadeiros milagres acontecendo e sendo relatados. Vejo pessoas com uma capacidade incrível de compartilhar o evangelho, levar pessoas ao conhecimento de Jesus, abrir igrejas e trabalhos... e aí olho pra mim, desejando dedicar minha vida para esse propósito, e vejo tão pouco da fé, coragem, ousadia, entre tantas outras coisas que vejo nessas pessoas, e fico me perguntando se sou a pessoa certa para essa obra.

E quando li esse texto, ele foi pra mim. Porque ele diz que Deus mandaria perseguições e prisões aos seus discípulos, como oportunidade para testemunhar, mas que, quando essas oportunidades aparecessem, eles não precisavam ficar se preocupando com o que iriam falar, porque o próprio Deus colocaria a palavra certa em suas bocas, de tal forma que ninguém poderia resistir nem contradizer. Isso não é fantástico? Que esperança e segurança isso me traz. Mas também aquela necessidade sempre presente de me esvaziar de mim mesma, de sair do controle, de largar os remos e o volante, e tornar-me dependente. Fé. Entrega. Novamente, o que Jesus vem nos pedir.

De fato, a capacidade para ver os milagres acontecendo, ver o inimigo transformando-se em amigo, ver o perseguidor transformando-se em defensor, ver coisas como líderes mulçumanos, membros do Estado Islâmico, feiticeiros líderes de comunidades inteiras reconhecendo o Senhorio de Jesus e passando a ama-Lo e segui-Lo... não pode vir de esforços humanos - somente do agir do Senhor. E é isso o que precisa ser lembrado. Não somos nós. Quando o Pai me levar para servi-Lo perante os Seus inimigos, não serão as minhas palavras - e nem devem ser - mas as dEle. E isso requer dependência e entrega. Isso requer fé. Uma fé que costuma ser mais difícil de viver do que nossa autosuficiência natural.

Mas a vida cristã e o serviço ao Reino nada mais é do que isso. Não o quanto me capacitei e estou pronta - ainda que toda capacitação seja bem vinda, quando oportunizada. Não é sobre isso. É sobre o quanto tenho estado com o Mestre, entregue, submissa, confiante no Mestre, para poder ser capacitada por Ele. Pois só Ele tem o poder para fazer a obra do Seu Reino cumprir Seu propósito. É no Seu poder e não no nosso. Capacitados pelo Mestre. E que essa seja nossa maior arma, nossa maior confiança e segurança. Menos de nós, e mais dEle. Para que, em todas as coisas, a honra e a glória sejam UNICAMENTE dEle. E que assim seja. Amém.

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